Identidade Cultural Pós Modernidade
Por: jackson12309 • 21/8/2023 • Trabalho acadêmico • 1.031 Palavras (5 Páginas) • 66 Visualizações
IDENTIDADE CULTURAL PÓS-MODERNIDADE
É comum ouvir, que a época moderna fez surgir um novo conceito de individualismo, onde se há uma nova percepção sobre a identidade de um sujeito individual.
Analisando os tempos pré-modernos, nota-se que a individualidade do sujeito era vivenciada e compreendida de forma diferente, onde o “status” e posição dentro da sociedade eram predominantes dando o título de soberaneidade.
O nascimento do conceito de “individuo soberano” nasceu entre o humanismo renascentista no século XVI e o Iluminismo do século XVlll, marcando como uma ruptura com o passado, sendo uma engrenagem para os estudos da modernidade.
Raymond Williams retrata que a história moderna do sujeito individual possui dois significados diferentes:
- O sujeito é indivisível, sendo uma entidade unificada com o interior e não pode ser dividida além disso.
- O sujeito é único e singular.
Algumas culturas ocidentais contribuíram para essa concepção: a reforma e o protestantismo que libertaram a consciência individual da Igreja, o Humanismo renascentista que colocou o homem no centro do universo, as Revoluções Científicas que auxiliaram o homem a capacidade de investigar e decifrar os mistérios da natureza, o Iluminismo centrado na imagem do homem científico e racional.
Grande parte da filosofia moderna ocidental consiste na reflexão sobre o sujeito e suas capacidades, um dos primeiros autores a tratar desse assunto foi René Descartes, considerado algumas vezes como “pai da filosofia moderna”. Descartes postulou dois conceitos: substância espacial - matéria e substância pensante – mente, focalizando no dualismo desses dois conceitos. SER PENSANTE – “PENSO, LOGO EXISTO”.
Outra contribuição foi do filosofo John Locke, o qual defendia que o indivíduo era uma entidade que permanecia o mesmo e que era contínua com seu sujeito, onde a identidade alcança a extensão que a mente consegue buscar.
Dois importantes eventos contribuíram para articular um conjunto mais amplo de fundamentos conceptuais para o sujeito moderno.
O primeiro foi a biologia darwiniana. O sujeito humano foi "biologizado" - a razão tinha uma base na Natureza e a mente um '"fundamento" no desenvolvimento físico do cérebro humano.
O segundo evento foi o surgimento das novas ciências sociais. Entretanto, as transformações que isso pôs em ação foram desiguais:
1- O "indivíduo soberano'', com as suas vontades, necessidades, desejos e interesses, permaneceu a figura central tanto nos discursos da economia moderna quanto nos da lei moderna.
2- " O dualismo” típico do pensamento cartesiano foi institucionalizado na divisão das ciências sociais entre a psicologia e as outras disciplinas. O estudo do indivíduo e de seus processos mentais tornou-se o objeto de estudo especial e privilegiado da psicologia.
- A sociologia, entretanto, forneceu uma crítica do "'individualismo racional" do sujeito cartesiano. Desenvolveu uma explicação do modo como os indivíduos são formados subjetivamente através de sua participação em relações sociais mais amplas; e, inversamente, do modo como os processos e as estruturas são sustentados pelos papéis que os indivíduos neles desempenham.
Descentrando o sujeito:
A primeira descentração importante refere-se às tradições do pensamento marxista. Uma das suas afirmações: os '"homens fazem a história, mas apenas sob as condições que lhes são dadas". Seus novos intérpretes leram isso no sentido de que os indivíduos não poderiam de nenhuma forma ser os '"autores" ou os agentes da história, uma vez que eles podiam agir apenas com base em condições históricas criadas por outros e sob as quais eles nasceram, utilizando os recursos materiais e de cultura que lhes foram fornecidos por gerações anteriores.
Marx deslocou duas proposições-chave da filosofia moderna:
- Que há uma essência universal de homem;
- Que essa essência é o atributo de "cada indivíduo singular", o qual é seu sujeito real.
O segundo dos grandes ''descentramentos" no pensamento ocidental do século XX vem da descoberta do inconsciente por Freud. A teoria de Freud de que nossas identidades, nossa sexualidade e a estrutura de nossos desejos são formadas com base em processos psíquicos e simbólicos do inconsciente, que funciona de acordo com uma "lógica" muito diferente daquela da Razão, arrasa com o conceito do sujeito cognoscente e racional provido de uma identidade fixa e unificada - o "penso, logo existo", do sujeito de Descartes.
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