Liberdade e razão prática. Immanuel Kant
Artigo: Liberdade e razão prática. Immanuel Kant. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: Sarah050295 • 22/9/2014 • Artigo • 342 Palavras (2 Páginas) • 436 Visualizações
Liberdade e razão prática
Immanuel Kant
E, em primeiro lugar, é de observar que por ora me sirvo do conceito de liberdade apenas no
sentido prático e deixo aqui de lado, como coisa já tratada acima, o sentido transcendental,
que não ode ser pressuposto empiricamente como um princípio de explicação dos fenômenos,
mas que é, por si mesmo, um problema para a razão. Efetivamente, um arbítrio é
simplesmente animal (arbitrium brutum) quando só pode ser determinado por impulsos
sensíveis, isto é, patologicamente. Mas aquele que ode ser determinado independentemente
de impulsos sensíveis, portanto por motivos que apenas podem ser representados pela razão,
chama-se livre arbítrio (arbitrium liberum) e tudo o que se encontra em ligação com ele, seja
como princípio ou como consequência, é chamado prático. A liberdade prática pode ser
demonstrada por experiência. Com efeito, não é apenas aquilo que estimula, isto é, que afeta
imediatamente o sentidos, que determina a vontade humana; também possuímos um poder
de ultrapassar as impressões exercidas sobre a nossa faculdade sensível de desejar, mediante
representações do que é, mesmo longinquamente, útil ou nocivo; mas estas reflexões em
torno do que é desejável em relação a todo o nosso estado, quer dizer, acerca do que é bom e
útil, repousa sobre a razão. Por isso, esta também dá leis, que são imperativos, isto é, leis
objetivas da liberdade e que exprimem o que deve acontecer, embora nunca aconteça, e
distinguem-se assim das leis naturais, que apenas tratam do que acontece, pelo que são
também chamadas leis práticas. [...] Pois apenas pedimos à razão, imediatamente, a regra de
conduta [...] na medida em que para o nosso propósito só temos apenas o fazer ou o deixar de
fazer. Conhecemos, pois, por experiência, a liberdade prática como uma das causas naturais, a
saber, como uma causalidade da razão na determinação da vontade, enquanto a liberdade
transcendental exige uma independência dessa mesma razão (do ponto de vista da sua
causalidade a iniciar uma série de fenômenos) relativamente a todas as causas determinantes
do mundo sensível.
KANT, Immanuel. Crítica da razão pura, Fundação Calouste Gulbenkian, p.
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