Lógica - Indução
Por: beltraojaqueline • 26/5/2017 • Trabalho acadêmico • 1.223 Palavras (5 Páginas) • 322 Visualizações
No processo de indução, chegamos a um enunciado universal a partir de enunciados particulares. A indução generaliza um acontecimento tornando-o referência e fundamento para a elaboração de outros enunciados. Muito utilizada, a indução se constrói tendo em vista determinada época - ou período de tempo - e o lugar, sendo, portanto, temporal e local. Muitas vezes e, erroneamente, aceitamos a indução como sendo atemporal e universal, servindo de justificativa e fundamento para outras observações, porém, o conhecimento adquirido através da indução foi elaborado tendo em vista algumas observações de um determinado período de tempo e também com base nas experiências do próprio observador, não podendo ser consideradas atemporais e universais, utilizadas para responder a qualquer questões.
Assim como Hume, Popper responde que nenhuma quantidade de asserções de teste verdadeiras justificaria, por meio de “razões empíricas” ou através da experiência, a veracidade de uma teoria explanativa universal. A regularidade existente na natureza não nos fornece base segura para elaborarmos uma teoria, pois bastaria um único caso contrário para derrubar todo o argumento construído. O fato de conhecer um efeito produzido por um determinado evento e projetar para um futuro que o mesmo efeito irá ocorrer não nos permite afirmar com precisão o futuro dos acontecimentos, pois, no mínimo, estaremos afirmando que o futuro repetirá o passado, o que é uma afirmação inconsequente.
Visto isso, as respostas de Hume e de Popper são negativas para L1. A alegação de que uma teoria explanativa universal é verdadeira se justificada por razões empíricas, ou seja, razões que procuram as suas provas na experiência, admitindo a verdade de certas asserções de teste ou asserções de observação, são erradas e não são capazes de conferir verdade a uma teoria universal explanativa, e na L1 existe a quebra do princípio da distribuição do termo médio, porque um enunciado particular nunca determinará a verdade absoluta de um enunciado universal.
Se afirmarmos que todas as deduções são oriundas da experiência, estamos supondo que o futuro se assemelhará ao passado. E, como já falado, para que isso ocorra, teríamos que ter uma uniformidade da natureza, isto é, se não se puder confirmar que, efetivamente, a uniformidade da natureza é confiável, então qualquer crença que dependa desse argumento será igualmente inaceitável. Como exemplo, o fato de o sol ter nascido todos os dias em que foi observado não nos autoriza a afirmar que o mesmo nascerá no dia de amanhã. Há apenas a crença de que o sol nascerá e espera-se que isto aconteça, mas não podemos afirmar com a máxima certeza que isto ocorrerá – mesmo tendo consciência de que a probabilidade de isto vir a acontecer seja muito grande. Para Hume, o problema começa exatamente neste ponto, isto é, com o comprometimento da indução com fatos sobre os quais não temos segurança de repetição. Para Hume, não há justificativa plausível para levarmos a indução a sério. Pode-se cair em um regresso ao infinito originado pelo fato de que todas as conclusões advindas desse processo decorrerem sempre da expectativa de que o futuro se assemelhará ao passado.
Popper desenvolve o argumento lógico de Hume. Ele diz que: “Mas há um segundo problema lógico, L2, que é generalização de L1. Obtem-se de L1 simplesmente substituindo-se as palavras ‘é verdadeira, ou é falsa’”.
Como solução para o chamado problema da indução, tem-se o falsificacionismo. Apesar da negativa quanto à possibilidade das asserções de teste garantirem a verdade de uma teoria explanativa universal, não quer dizer que elas não possam garantir a sua falsidade. Segundo Popper, pode-se demonstrar que algumas teorias são falsas recorrendo aos resultados da observação e da experimentação. Por outro lado, é possível efetuar deduções lógicas, partindo de enunciados observáveis singulares como premissas, e chegar à falsificação de teorias e leis universais mediante uma dedução lógica. Assim, para uma asserção ser falseável, é necessário que haja pelo menos um experimento ou observação do fato que, fornecendo determinado resultado, implique a falsidade da asserção. Exemplo: num determinado lugar e num determinado tempo, observou-se um corvo que não era negro. Conclusão: nem todos os corvos são negros. Trata-se de uma dedução logicamente válida. Isto se dá graças a uma assimetria existente entre os enunciados de tipo singular e de tipo universal. Popper passa a marcar a assimetria que existe entre os enunciados existenciais e universais e que a falsificabilidade não permite a negativa que obteve a verificabilidade. Basicamente o que está em jogo tem a ver com parte da dinâmica a partir do quadro tradicional de oposições e equivalências, que relaciona enunciados e seus contraditórios do silogismo categórico e da lógica simbólica. Assim:
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