MEMORIAL A EDUCAÇÃO TRANSFORMA
Por: Sabrina Lima • 26/10/2019 • Bibliografia • 1.451 Palavras (6 Páginas) • 137 Visualizações
A EDUCAÇÃO TRANSFORMA
Memórias, o que seria de uma pessoa sem elas. Memórias satisfatórias ou não tão satisfatórias assim, mas que de alguma maneira marcam nossa história. Impulsionam-nos para um futuro ao qual nos utilizaremos desse campo memorial constituído para continuarmos traçando nossa história, alcançando nossas metas.
Eu Sabrina Ramos, 29 anos, técnica em segurança do trabalho, de uma família brasileira simples de baixa renda, atualmente graduando em pedagogia, tenho um vasto campo de memórias que me trouxeram até aqui e me impulsionaram a optar em ser pedagoga. Recordo de diversos momentos e situações aos quais ficaram não só registrados mais também marcados na memória.
Muitos dizem que educação vem do berço. Eu sempre tive uma educação muito rigorosa inclusive em casa. Um “SIM” era realmente um sim e o “NÃO” da mesma forma. Sem espaços para questionamentos e sim deveres a serem cumpridos. Respeitando sempre os mais velhos independentemente se eles tivessem ou não a razão.
Comecei minha vida escolar aos 6 anos de idade, no pré escolar como era chamado em meados dos anos 90. Iniciei meus estudos em uma escola simples de interior. Uma escola simples, mas que me proporcionou um conhecimento vasto. Na escola além de aprender as matérias às quais eram propostas também aprendi a lidar com diversas situações.
Recordo da minha primeira e ultima briga no ambiente escolar. Como morava em uma cidade pequena de interior era comum que estudássemos com parentes. Eu por minha vez estudei com vários. No pré-escolar tinha três primos na minha turma. Bom, já pode imaginar o que aconteceu. Como uma criança que já tinha uma educação rígida vivia enclausurada, apanhando desses primos e mais alguns agregados. Ate que um dia me libertei, não dava mais conta de sofrer calada. Reagi a todos os insultos e agressões, por um instante esqueci da educação a qual me foi ensinada. Essa briga foi a alavanca para meu sucesso. Após a briga fui levada á conversar com minha amada professora a qual sou apaixonada até hoje. Ela se sentou e começou a conversar para entender tudo o que estava acontecendo e eu a expliquei nos mínimos detalhes, vistos claro dos olhos de uma criança. Ela muito paciente me deu concelhos aos quais carrego por minha vida. Ela me disse que quando algo me incomodasse eu deveria procurar alguém pra conversar, que sempre existiam os dois lados da moeda, e também eu nunca saberia o que se passava com o outro, o porquê agia daquela forma. Que nem sempre tinha que me calar, que tinha que mostrar minha opinião, pois ninguém adivinharia os meus pensamentos.
Desse ponto para frente minha vida escolar se tornou outra, passei a me interagir mais com todos, a participar ativamente de todas as atividades realizadas na escola. Com o decorrer do tempo pude perceber que se houvessem mais professores como aquela minha primeira, as escolas seriam bem mais transformadoras.
Tive excelentes professores, professores que ensinavam de uma forma diferente, de uma forma a qual você tinha o prazer de ir pra escola, de aprender. Fiz projetos que hoje ao olhar, ao me recordar me pergunto se fui eu mesma que os realizei. Claro que sempre com a ajuda dos professores dos amigos. Fiz tantas amizades, umas que ainda carrego comigo no meu campo afetivo, no meu dia a dia. Outros só passaram, mas os momentos vivenciados ficaram com certeza eternizados em nossas lembranças. Independente de cor, raça, religião, foram muitas as amizades, a convivência em grupo, mostrando que o não pode ser um sim, e que um sim pode ser um não. Respeitando as diferenças, expondo minhas ideias.
Continuei trilando meu caminho, realizei todo o ensino fundamental na escola a qual ingressei, participei de várias atividades, inclusive teatros, danças, ações sociais. Recordo que por várias vezes fui eleita líder de sala de aula. Foi um ensino fundamental realmente fundamental na minha formação.
Ao despedir da minha querida escola na formatura de ensino fundamental me recordo de outro momento essencial na minha jornada, as palavras dos professores, mostrando a nós formandos que aquela seria a primeira de muitas formaturas, pois todos tínhamos o potencial de chegar onde quiséssemos, de alcançar tudo o que almejávamos. Estávamos mais que preparados para a nova jornada que nos era proposta o ensino médio.
Naquele momento eu não queria ir embora, mas ao mesmo tempo queria partir. Com lágrimas nos olhos, recordações na memória, uma mistura de alegria com tristeza, até hoje ainda não sei expressar muito bem. Mas cheguei à conclusão que tinha de continuar, que tudo o que tinha aprendido ali não poderia ser em vão. Foi neste momento que decidi que queria ser como aqueles meus mestres, que me alavancaram no ensino e me deram conhecimentos fundamentais para a vida.
Formei o ensino fundamental, fui para o ensino médio. Como na minha amada escola não tinha ensino médio, ingressei em outra escola. Foi então que vieram os medos, as incertezas, a tristeza, alguns amigos se separaram, mas não desisti, sabia que tinha que enfrentar tudo para alcançar meus objetivos.
Ao chegar na nova escola encontrei alguns amigos da minha escola anterior, foi um alívio, com eles presente seria bem mais fácil. Pois bem, não foi tão fácil assim. A escola era em outro bairro, a maioria dos alunos nos discriminavam por sermos de um bairro digamos que rival ao deles. Olhavam-nos de lado, com indiferença, nos excluíam. Foi assim todo o primeiro bimestre, até que um professor teve uma excelente e brilhante ideia de propor um trabalho ao qual a sala seria um só grupo. Neste momento eu e meus amigos percebemos que surgia a possibilidade de mostrar para aqueles colegas um pouco da bagagem que carregávamos. Recordo até mesmo do trabalho, uma gincana de matemática, onde a turma tinha que trabalhar unida para conquistar o mesmo objetivo, a vitória. Tinha várias tarefas a serem cumpridas, tinha todo um cronograma elaborado pelos professores, a gincana durava uma semana. Essa gincana foi tão maravilhosa que ainda dura até hoje nessa escola onde realizei o ensino médio.
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