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O marxismo — a filosofia de Marx

Seminário: O marxismo — a filosofia de Marx. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  21/5/2013  •  Seminário  •  1.480 Palavras (6 Páginas)  •  614 Visualizações

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O marxismo — a filosofia de Marx — é um dos movimentos filosóficos mais importantes da história da humanidade. Neste final de século, que assistiu à queda de regimes ditos comunistas, devemos recordar que, durante grande parte do século xx, aproximadamente metade da humanidade viveu sob regimes políticos inspirados no pensamento de Marx (ou que pelo menos assim se consideravam a si próprios).

Mesmo para quem não tenha lido uma única linha de Marx, o seu nome aparece ligado a uma ideia que provocou aceso debate no nosso século e, mais do que isso, lutas, revoluções, medos e paixões: o comunismo.

"Proletários de todos os países, uni-vos!» Esta palavra de ordem, lançada por Karl Marx em 1848 no final do Manifesto do Partido Comunista, tornou-se a das Internacionais. É retomada nas bandeiras socialistas.

Como chegou Marx a essa ideia? O que é para ele o comunismo? O comunismo corresponde a uma determinada forma de organização social e económica que, segundo Marx, abolirá a exploração do homem pelo homem. Ao longo da história tem-se assistido à alienação do homem, isto é, à sua desuma-nização. Dando revelo, na compreensão do devir histórico das sociedades humanas, ao factor material ou económico, Marx revela ou põe em evidência que o progresso tecnológico (o desenvolvimento das forças produtivas, dos meios de produzir riqueza e bens que satisfaçam as necessidades dos homens), não se tem traduzido numa libertação e emancipação do homem. E o século em que Marx vive (século x/x) constitui um exemplo perfeito deste desconcertante contraste: com a aceleração da Revolução Industrial verifica-se, em comparação com séculos anteriores, um extraordinário aumento das fontes produtoras de riqueza (máquinas, matérias-primas, etc.), e contudo, as relações sociais ou de produção mostram que se vive num mundo completamente desumano, que a degradação e exploração, a miséria e o embrutecimento da maioria dos homens atingiu, a bem dizer, o seu ponto extremo. A análise histórico-materialista de Marx, descobre o sentido ou a lógica profunda da evolução histórica das sociedades e dos homens: a história dos homens tem sido, praticamente desde o início, a história da luta de classes, uma série de conflitos determinados por interesses económicos antagónicos. Ela é o produto deste confronto entre classes.

Ora, as classes sociais são o quê? O resultado de um determinado desenvolvimento económico da humanidade. A classe economicamente dominante no tempo de Marx (a burguesia) constituiu-se como tal porque soube acompanhar o desenvolvimento económico (das forças produtivas) que conduziu à ultrapassagem do modo de produção feudal — essencialmente agrícola — e ao predomínio da indústria. Mas o que tem sido característico das revoluções a que até agora assistimos é que no plano das relações de produção elas têm mantido a opressão sobre a esmagadora maioria dos homens. Mudam o nome do opressor e as condições de opressão, mas esta continua. A sociedade industrial capitalista define-se pela seguinte relação entre os homens na produção material: a burguesia detém

em exclusivo a propriedade dos meios produtivos e os operários industriais — a maioria — 50 podem encontrar forma de subsistir ou sobreviver vendendo a única coisa que possuem, isto é, a sua força de trabalho. Tal desigualdade no acesso aos meios que permitem produzir bens materiais e riqueza necessários à vida está na base da exploração. A vítima fundamental dessa exploração é uma classe a que Marx dá o nome de proletariado. O proletário é o trabalhador que recebe um salário miserável em troca da riqueza e dos produtos de que o burguês — o patrão, o empresário — se apropria. Esse salário encobre uma escravatura, uma redução do trabalhador a mero instrumento produtivo submetido à vontade de lucro do capitalista. A existência do proletariado é sinónimo de inexistência de um mundo humano.

O proletário só pode sobreviver sendo explorado, transformado numa máquina que deve produzir, com a menor despesa, o maior lucro possível. Nestas condições, o trabalho, forma de afirmação da humanidade do homem, perdeu essa função, tornou-se uma forma de negação do homem, das suas potencialidades humanas: não liberta, escraviza.

Na sociedade capitalista a alienação tem duas faces: o proletário aliena-se porque nesse acto produtivo que é o trabalho ele é escravo do desejo de lucro que constitui a obsessão do capitalista (este reduz o operário a uma condição animalesca); o capitalista também está alienado (separado da sua humanidade): obcecado pelo desejo de lucro, de acumulação de riqueza, torna-se escravo desse desejo, não é um homem entre os homens, mas o lobo insaciável que devora e consome a vida dos outros.

No entender de Marx, a exploração e a alienação tornaram-se particularmente agudas com o advento do capitalismo: a obsessão tipicamente capitalista pelo lucro intensifica a opressão, a miséria dos desfavorecidos. Contudo, segundo a interpretação marxista, a história real dos homens é também, paradoxalmente, a caminhada necessária para a libertação de todas as cadeias que oprimem os homens. O comunismo, melhor dizendo, a sociedade comunista, uma sociedade sem exploradores e sem explorados — porque sem propriedade privada dos meios de produção — não é um ideal, não é o desejo puro e simples de uma «bela alma» revoltada com a degradação do homem e as injustiças da sociedade capitalista. O advento desse tipo de sociedade onde o homem poderá realizar a sua natureza social e a sua liberdade não será o resultado de «prédicas moralizantes». Ele está inscrito no próprio movimento da história. Na Ideolgia Alemã, Marx e Engels escrevem:

«O comunismo não é para nós um estado de coisas que deva ser criado, nem um ideal sob o qual a realidade se

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