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Metafísica moderna

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Por:   •  18/9/2014  •  Seminário  •  1.072 Palavras (5 Páginas)  •  258 Visualizações

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A metafísica moderna

Durante séculos, a polêmica entre os filósofos teve um terreno comum:

a certeza de que a razão pode conhecer as coisas como são em

si mesmas. Para tanto, confiava-se que a substância ou a ideia de uma

www.sxc.hu

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coisa (aquilo que a faz ser o que é) estava presente na própria coisa

ou poderia ser pensada a partir dela. Essa certeza é posta em dúvida

pelos filósofos modernos, estabelecendo novos paradigmas para o

pensamento e para as ciências.

René Descartes (1596-1650) é um dos principais responsáveis por

essa transformação. Sua obra buscava destruir todos os fundamentos

do conhecimento, reconstruindo as ciências por meio de algo que seria

ainda mais certo e indubitável. Para isso, não julgava necessário investigar

um a um todos os saberes reconhecidos. Seu projeto era ainda

mais audacioso. Tratava-se de recusar todos os saberes para começar,

desde o fundamento, a construção de um novo saber.

Mas a missão radical de Descartes não ignorava importantes conceitos

da tradição aristotélica. Na verdade, a negação desses conceitos

está na base de seu pensamento. Curiosamente, no entanto, sua definição

da filosofia não difere muito do que vimos até aqui. Ele conserva a

ideia de que a filosofia busca o conhecimento dos primeiros princípios

e, portanto, a tarefa de uma investigação metafísica.

[...] essa palavra, ‘filosofia’, significa o estudo da sabedoria, e por sabedoria não se deve entender

apenas a prudência nos negócios, mas um perfeito conhecimento de todas as coisas que ao

homem é dado saber, tanto em relação à conduta da sua vida como no que concerne à conservação

da saúde e à invenção das artes. E, para que esse conhecimento assim possa ser, torna-se

necessário deduzi-lo das primeiras causas, de tal modo que, para conseguir adquiri-lo, e a isso

se chama exatamente filosofar, cumpre começar pela pesquisa dessas primeiras causas, ou seja,

dos princípios. (DESCARTES, 2005, p. 92)

Então, o que muda em Descartes? O que ele quer destruir? Como

em todos os desacordos filosóficos, o que difere o projeto cartesiano é

seu ponto de partida, ou seja, seu problema ou o problema do seu tempo.

O século XVII conheceu diversas descobertas científicas e algumas

alteraram profundamente a ideia que os homens tinham do universo.

Veja um exemplo no texto a seguir:

Entre as principais revoluções científicas da modernidade está a teoria

que defende o movimento da Terra em torno do Sol, contestando o sistema

geocêntrico. No século II, Ptolomeu (cerca de 78-168 d.C.) desenvolveu um

modelo científico de representação do movimento dos planetas e corpos celestes.

De acordo com esse modelo, a Terra ocupava o centro do universo e

permanecia imóvel, enquanto os outros planetas, o Sol e a Lua girariam ao

seu redor.

Mas a teoria geocêntrica remete a estudos ainda mais antigos. O próprio

Aristóteles foi um defensor da tese de que o Universo, cujo centro seria a

Terra, seria finito. Este modelo prevaleceu incontestável durante séculos. Até

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que o astrônomo Nicolau Copérnico (1473-1543) desenvolvesse a teoria heliocêntrica,

que pretendia provar que o Sol está no centro do Universo e que

a Terra, assim como os outros corpos celestes, gira em torno do grande astro.

Em grande medida, o heliocentrismo também recupera teses da Antiguidade

Clássica, como a de Aristarco de Samos (cerca de 310-230 a.C.).

Por meio de cálculos e projeções, o filósofo grego concluiu que o Sol era

maior que a Terra e que, portanto, fazia mais sentido pensar que nosso planeta

se movimentava em volta dele. De qualquer forma, a chamada revolução

copernicana é uma das mais importantes hipóteses científicas de todos

os tempos, formando as bases da astronomia moderna e alterando profundamente

a visão do próprio homem perante o universo. Tal mudança fez com

que a defesa da teoria heliocêntrica por Galileu Galilei (1564-1642) tenha

encontrado forte resistência por parte da Igreja Católica, que censurou sua

obra e o condenou à prisão.

A metafísica aristotélica não se encaixava nos pressupostos da física

moderna, pois considerava que havia uma analogia entre o pensamento

e a matéria, enquanto a nova ciência pressupõe uma matéria

exterior ao pensamento e sobre a qual ele pode agir. Se, para Aristóteles,

conhecer é nascer junto, ou seja, estar a par das coisas como elas

são, para a ciência moderna conhecer é dominar com o pensamento.

Vimos que

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