O Argumento de Leibniz
Por: Erick Schmoeller • 16/6/2021 • Trabalho acadêmico • 597 Palavras (3 Páginas) • 291 Visualizações
4- O argumento ontológico segundo Gotfried Wilhelm Leibniz
Leibniz elabora uma das provas tradicionais da existência de Deus, prova como ele define a posteriori. Segundo ele Deus é a primeira razão das coisas limitadas, como são todas As coisas que vemos e experimentamos, são contingentes e não tem nada em si que torne necessária sua existência. Cumpre, portanto, procurar a razão da existência do mundo; e há que procurá-la na substância que traz em si a razão da sua existência e que por isso é necessária e eterna. Se existe só um mundo entre inúmeros mundos todos igualmente possíveis e todos com uma pretensão à existência, a razão suficiente não pode ser se não um intelecto que tem as ideias de todos os mundos possíveis e uma vontade que escolhe um deles; o intelecto é a vontade de Deus. Deus é ao mesmo tempo a razão suficiente do mundo que existe de facto e a razão suficiente de todos os mundos possíveis. Deus não é só a fonte de toda realidade, mas também a das essências e das verdades internas.[1] Na monadologia ele escreve:
“Apenas Deus é unidade primitiva ou substância simples original de todas as Mônadas criadas ou derivadas são produtos. E nascem de momento a momento, por meio de contínuos apoucares de luz divina, até a capacidade da substância criada, que é, por sua própria natureza, limitada”.[2] “Há em Deus a potência, origem de tudo, depois o conhecimento, contendo a particularidade das ideias; pôr fim à vontade, que provoca as mudanças ou produções segundo o princípio do melhor”. [3]
Leibniz elabora também o argumento ontológico de Santo Anselmo, utilizando o seu conceito de possível. Ele opõe que só é possível deduzir a existência do conceito de um ser que possua todas as perfeições, depois que se demonstrou que o conceito desse ser é possível. Na realidade este argumento não pode inferir da perfeição de Deus a sua existência, mas pode inferir da possibilidade de Deus a sua existência. E esta é a forma verdadeira do argumento.[4]
“Só Deus, ou ser necessário, tem este privilégio: que, se é possível, é necessário que exista. E visto que nada pode impedir a possibilidade daquilo que não implique algum limite, alguma negação, portanto alguma contradição, isso basta para reconhecer a priori a existência de Deus”.[5]
Em Deus, portanto possibilidade e realidade coincidem: segundo Leibniz o significado de necessário da sua natureza. Desde que seja reconhecido possível, deve ser reconhecido existente; e não há dúvida de que pode e deve ser reconhecido possível, dada a total ausência das limitações intrínsecas que o caracterizam. [6]
O tronco do argumento de Leibniz pode ser traduzido da seguinte maneira:
- Se o conceito de existência necessária fosse impossível, não haveria existência em absoluto.
- De acordo com o argumento ontológico, o conceito de existência necessária deve ser o conceito de alguma coisa que existe. E, nao obstante, suposto que o conceito seja logicamente possível.
- Se o conceito de existência necessária não fosse um conceito de algo existente por necessidade, nada existiria.
- Mas algo existe.
- Portanto, existe um ser que necessariamente existe. [7]
[1] História da filosofia pag.29
[2] Os pensadores/ Leibniz/ pagina 110- 47
[3] -48
[4] Historia da filosofia/ pagina 30.
[5] Os pensadores/monadas/ pag. 109 -45
[6] Historia da filosofia/ pag. 30
[7] Proslogion pag. 58
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