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O Associacionismo é Mais um Princípio do que uma Escola de Psicologia

Por:   •  20/5/2016  •  Trabalho acadêmico  •  4.036 Palavras (17 Páginas)  •  2.453 Visualizações

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                                         ASSOCIACIONISMO

        O associacionismo é mais um princípio do que uma escola de Psicologia. O princípio de associação deriva de questões epistemológicas dentro da Filosofia.

        A sua influência veio se estendendo até ao presente, porquanto é ainda uma força ativa que está subjacente em grande parte da Psicologia. De uma ou outra forma, as ideias associacionistas têm sido encampadas todas as escolas. Por esta razão, tratamos primeiro o associacionismo.

Historicamente, os conceitos associacionistas serviram como substitutos para mais detalhadas teorias de aprendizagem. Três homens se destacaram como contribuintes para esse aspecto do movimento associacionista. Hermann Ebbinghaus provou uma profunda modificação no modo de trabalho associacionista. Antes dos seus estudos sobre a aprendizagem de sílabas sem sentido, a tendência tinha sido para começar com as associações já formadas e tentar inferir, retrospectivamente, o processo de formação das associações. Ebbinghaus começou pelo outro extremo, estudando a formação das associações; assim, foi-lhe possível controlar as condições em que se formavam as associações e realizar o estudo científico da aprendizagem. 0. P. Pavlov, o grande fisiologista russo, teve uma responsabilidade primordial numa outra mudança: a de se estudar a associação em termos de conexões E-R e não de ideias. As suas pesquisas prévias sobre o reflexo condicionado contribuíram, pois para tornar a Psicologia objetiva. E. L. Thomdike desenvolveu a explicação mais completa dos fenômenos psicológicos, segundo uma perspectiva associacionista; portanto, trataremos o seu sistema como o representante mais apropriado do associacionismo.

EMPIRISMO BRITÂNICO

Os empiristas britânicos usaram os mesmos princípios de associação que tinham sido sugeridos, séculos atrás, por Aristóteles. Ele propusera que os itens semelhantes, opostos ou contíguos tendem a associar-se entre si. O último princípio, o da contiguidade, é o que mais se aproxima de uma aceitação universal: se duas coisas são experimentadas como estreitamente vizinhas no tempo, o mais provável é que sejam associadas entre si. "Semelhança e contraste são princípios aceitos por alguns e rejeitados por outros. O único princípio de associação adicionado pelos empiristas britânicos à lista de Aristóteles foi o de causalidade, sugerido por Berkeley e extensamente tratado por Hume.

Thomas Hobbes (1588-1679) foi um filósofo político que ajudou a fundar o empirismo britânico. Considerou a razão o fator dominante na orientação do comportamento humano; contudo, assumiu uma posição fortemente determinista e mecanística. Hobbes explicou essa sucessão em termos de associação por contiguidade: se uma ideia foi seguida de uma outra, previamente, a tendência será para que conduza novamente à ideia contígua.

John Locke (1632-1704) é usualmente considerado o fundador do empirismo britânico, embora Hobbes o tivesse precedido. A primeira parte de sua vida foi principalmente dedicada a atividades políticas, tal como no caso de Hobbes, e o seu amadurecimento como filósofo foi relativamente tardio. Locke só se consagrou à filosofia nos últimos catorze anos de sua vida.

George Berkeley (1685-1753) foi o sucessor intelectual imediato de Locke. Tendo sido, por algum tempo, bispo de Cloyne, ele também foi um filósofo e educador. Em contraste com a publicação tardia de Locke, Berkeley escreveu suas duas obras de maior importância por volta dos 25 anos: New Theory of Vision (Nova Teoria da Visão), em 1709, e Principies of Human Knowledge (Princípios do Conhecimento Humano), em 1710.

De acordo com a sua formação teológica, Berkeley tentou explicar a estabilidade, independência e ordem dos objetos externos recorrendo à mente onipercipiente de Deus.

David Hume (1711-1776), tal como Berkeley, foi brilhantemente precoce. O seu Treatise on Human Nature (Tratado sobre a Natureza Humana), em que a maior parte de sua reputação se baseou, foi publicado em três volumes quando Hume tinha vinte e oito é vinte e nove anos de idade. Estabeleceu uma distinção entre as impressões mais vividas (a que chamaria sensações ou percepções) e as ideias menos vividas.

       O ASSOCIACION1SMO COMO DOUTRINA SISTEMÁTICA

O associacionismo, como sistema que se desenvolveu a partir do empirismo, foi “fundado” no século XVIII por um médico erudito, David Hartley. Retomou o título de um capítulo de Locke, “A Associação de Idéias” e dele fez a sua tese. Hartley desenvolveu a sua psicologia em torno das associações, convertendo assim o associacionismo numa doutrina formal com um nome.

Em contraste com os filósofos seus antecessores, politicamente ativos, Hartley teve uma vida relativamente ordenada, sem eventos excitantes que entrecortassem a sua existência pausada. Foi muito influenciado por Newton e Locke. A sua teori- zação é algo semelhante à especulação anterior e menos elaborada de Hobbes sobre o movimento como conceito explicativo da atividade cerebral; Hartley postulava a existência de ações vibratórias no sistema nervoso, que correspondem às idéias e imagens. As vibrações mais intensas seriam as sensações e as menos intensas as idéias. Proporcionou, assim, uma interpretação fisiológica à distinção, introduzida por Hume, entre impressão e idéia. Como as vibrações tardam um pouco em dissipar-se, as sensações ainda perduram algum tempo depois da supressão do estímulo; isto foi proposto como uma clara alternativa do ponto de vista, então mais em voga, que defendia a existência de um fluxo de espíritos animais ao longo dos nervos tubulares. Enfatizou a conti- güidade como princípio de associação e recorreu a princípios associacio- nistas para explicar a percepção da profundidade visual, no que acompanhou as teses de Berkeley. Os mesmos princípios explicariam também outros fenômenos diversos, como o prazer e a dor nas emoções, e o significado das palavras.

       Brown foi notável por causa da sua insistência nos princípios secundários da associação. Interessava-se pelo problema da seleção, numa série de associações, daquela associação isolada que realmente ocorria, quando havia muitas outras que poderíam ocorrer em lugar dela. Neste sentido, estava interessado no problema de melhorar a previsão. Apresentou vários fatores suscetíveis de explicar a seleção de uma associação específica: o número de vezes que se associara ao conteúdo mental precedente, quão recentemente ocorrera essa associação, previamente, o vigor da associação original, sua duração e o número de idéias agora presentes que tiveram conexões com a idéia seguinte e desse modo contribuíram para a sua força associativa.

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