O Movimento de Sucessão das Etapas da Consciência
Por: Junior003 • 11/6/2019 • Trabalho acadêmico • 5.757 Palavras (24 Páginas) • 193 Visualizações
Índice
Resumo ii
Capitulo I 4
Introdução 4
Capitulo II 5
2.1. Divisão da obra em análise 5
2.2. O movimento de sucessão das etapas da consciência 5
Capitulo III 12
3.1. A formação do espírito e seu estágio absoluto 12
3.2. Resenha crítica a obra Fenomenologia do Espírito de G.W.F. Hegel 15
Conclusão 17
Bibliografia 18
Resumo
As três primeiras figuras da consciência (certeza sensível, percepção e entendimento), se detêm no processo gnosiológico ao objecto, mas já fazem parte, desde sua primeira etapa, do caminho da consciência em seu acesso ao saber em direcção ao absoluto. Mas nesse primeiro movimento, a consciência ainda não toma conhecimento de si própria, pelo seu carácter objectivista, isto é, por certeza sensível, percepção e entendimento se definirem pela ligação do sujeito do conhecimento com, respectivamente, o dado, a coisa e a força, relacionando-se essencialmente com algo de ordem exterior a si próprio. A sucessão de figuras a partir da consciência-de-si é que evidenciará esse processo de conhecimento do próprio acto de conhecer, na medida em que se libera do objecto e se centra no sujeito o que configura um avanço, pois se pretende identificar a realidade não somente como substância, mas também como sujeito. Assim, elaboraremos mais profundamente as etapas da consciência a partir da consciência-de-si, não ignorando as etapas anteriores, mas evidenciando-as como um processo que ainda não toma o homem e o espírito como centro (e um dos objectivos desse texto é mostrar como as etapas da consciência fazem parte de uma formação do espírito), mas que no fim, através do movimento dialéctico de superação e conservação, se unirá com as etapas da consciência de carácter mais subjectivista, na síntese do saber absoluto e na preparação do trono para o espírito absoluto.
Palavras-chave: Hegel; Fenomenologia do Espírito; Consciência; Absoluto.
Capitulo I
Introdução
O presente trabalho visa abordar, a partir da obra Fenomenologia do espírito, de Hegel traduzida no Brasil por Paulo Meneses, com colaboração de Karl-Heinz Efken e José Nogueira Machado e publicada pela editora Vozes, em 2002, o movimento dialéctico (necessário) de superação e conservação da consciência em suas sucessivas etapas; bem como sua relação com a formação do espírito em direcção ao absoluto.
Será também a partir da consciência-de-si que se formará o idealismo. Tal idealismo, quando não é absoluto (ou seja, quando não é o idealismo que Hegel toma para si) se contradiz, pois se prende ao visar e ao perceber (o idealismo atribuído a Kant), já que tal doutrina postula uma verdade, mas uma verdade incognoscível, de modo que o sujeito possa conhecer apenas o fenómeno. E o sistema de Hegel não se adequa a uma filosofia que negue ao espírito o acesso ao absoluto.
Para Hegel, a filosofia deve acompanhar a apresentação do saber em seu processo de aparição, verificando, em que medida, o saber absoluto se expõe no saber imediato, ou seja, se distanciando de Kant, pensa-se não em uma separação clara entre o fenómeno e coisa em si, mas uma participação do absoluto no próprio conhecimento fenomenal. A Fenomenologia do espírito é uma obra inserida nesse projecto, em que interessa não somente o objecto conhecido pela consciência, mas também e principalmente, os modos pelos quais a consciência conhece o mundo e a si mesma. Se nessa obra Hegel pretende fazer uma fenomenologia é porque busca compreender as maneiras de aparição do espírito, através das etapas da consciência. O saber absoluto é a última figura da consciência. Essa é a razão pela qual, nessa obra, o absoluto na forma do saber é mais bem desenvolvido do que na forma do espírito, que por sua vez, será melhor desenvolvida na filosofia do espírito, presente no último volume da Enciclopédia das ciências filosóficas2. Mas, como indica Hegel (1992b, p.220), nas últimas palavras do texto o saber absoluto, enquanto a totalidade do processo, ainda está em movimento na forma da rememoração e seu movimento implica a preparação para o estabelecimento da efectividade do Espírito absoluto.
Capitulo II
2.1. Divisão da obra em análise
A obra Fenomenologia do Espírito esta subdividida em VII Capítulos, dos quais são precedidos de um Prefácio e uma Introdução. O primeiro capítulo da obra discorre sobre a figura da “Consciência Sensível”. O segundo e o terceiro capítulo são dedicados ao estudo “Percepção” e “Força e Entendimento”. O quarto e quinto da obra respectivamente são dedicados ao estudo da “Verdade da certeza de si mesmo” e “Certeza e verdade da razão”. Por conseguinte sexto e o sétimo capítulo discorrerem sobre o “Espírito” e a “Religião”. E por fim no oitavo capitulo a obra preocupa-se com a discussão do “Saber Absoluto”. Na edição original, o primeiro capítulo tem 16 páginas, o segundo, 21, o terceiro, 42, o quarto, 61 e o quinto, 214. A medida em que vai entregando os capítulos, o plano da obra modifica-se, juntamente com seu centro de gravidade que se desloca da secção “Consciência-de-si” à seção “Espírito”. A partir de então, o título deverá mudar, assim como o projecto original. Daí porque muitos comentadores insistiram que a Fenomenologia do Espírito seria na verdade um palimpsesto: um livro no qual encontramos dois livros distintos, ou melhor, o abandono progressivo de um livro e a constituição de um outro. Pois um dos resultados será que a “Introdução” é introdução a um projecto que, de uma certa maneira, fracassará, enquanto o “Prefácio” dirá respeito a um outro livro que acabou se impondo.
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