O Naturalismo x Contratualismo
Por: Lucas Gamer top new • 8/1/2019 • Dissertação • 675 Palavras (3 Páginas) • 298 Visualizações
SOCIEDADE NATURAL X SOCIEDADE CONTRATUALISTA
A charge nos remete à sociedade naturalista (organicista) e a contratualista (mecanicista). Levando em conta alguns fatores temos o embate entre estas duas teorias: a primeira, defende a ideia de que o homem é um ser gregário por natureza, agrupando-se voluntariamente, enquanto a segunda, afirma que não é pelo o instinto sociável, mas sim, pela força de sua inteligência, afim de atingir os seus objetivos, buscando a sobrevivência e uma ordem social.
Sabe-se que a teoria naturalista, fala acerca da formação da sociedade primitiva, sendo esta ilustrada pelo índio em seu habitat natural, com suas vestes, mostrando a sua inter-relação com a fauna e a flora, onde se utiliza o arco e a flecha, para caça, visando a própria subsistência. Porque o ser humano é por instinto um ser sociável, o que resulta no nascimento da sociedade, sendo esta voluntária e espontânea. Para Aristóteles, “os agrupamentos irracionais ocorrem tão somente pelo instinto, pois, entre os animais, somente o homem possui a razão, tendo noções de bem e mal, justo e injusto”. Segundo São Tomás de Aquino, que parte desta premissa de Aristóteles, afirma que o homem é um ser social e político, na qual vê na convivência em sociedade uma forma de defender seus direitos e bens, sendo um ser gregário que necessita viver em grupo, caso contrário, viver sozinho, seria em casos especiais, como doença mental, extrema inteligência ou divindade.
Em contrapartida, o grupo de turista representa a sociedade contratualista, que surge a partir de um acordo mútuo, consensual e ratificado, visando sua junção sob os mesmos objetivos, obtendo uma ordem social. De acordo com Hobbes, o Homem vive inicialmente em estado natural, referindo-se aos primórdios dos tempos, e também à condição de convivência em situação de desordem, quando não tem suas ações reprimidas pela voz da razão ou então por instituições políticas eficientes e afirmando também que o homem é um ser perigoso se deixado em estado natural, pois é egoísta, luxurioso e inclinado a agredir seu próximo, assim ele necessita submeter suas paixões à razão ou ao controle de entes políticos ou então viveríamos “na guerra de todos contra todos”, pois cada um teria o temor de ser atacado pelo outro. Desta forma, havendo a necessidade da criação de um poder soberano o “Estado” para pacificar estes conflitos, levando em conta o bem comum. Neste enfoque, podemos exemplificar alguns acordos presentes na charge, começando pelo guia, que visa o lado comercial do turismo, na prestação de serviço de entretenimento e de conhecimento, sendo contratado pelos turistas e até mesmo, por parte do índio, no caso do contrato com a empresa telefônica, onde cada um atinge seu objetivo sem interferir nos assuntos do outro, sendo pacífico.
Nesta perspectiva, através da charge, notamos a evolução da sociedade, de organicista para mecanicista, que enxerga a origem da sociedade pela vontade e pelo poder político em um contrato, formando um Estado de natureza, visando o bem comum, a igualdade de direitos e obrigações. Assim a Globalização visa a integração dos povos, o que resulta em modificações ideológicas e tecnológicas, na qual a charge ilustra perfeitamente, onde o indígena para facilitar a sua vida e se socializar adere à tecnologia, principalmente na área da comunicação, pois tem um papel essencial, em que através do poder da mídia social e da internet para diminuir cada vez mais distância mundialmente entre os povos. Porque as notícias são veiculadas de forma quase instantânea, o que acontece em outros países, nos brasileiros ficamos sabendo imediatamente.
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