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O TRABALHO ÉTICA PROFISSIONAL

Por:   •  13/5/2019  •  Resenha  •  1.258 Palavras (6 Páginas)  •  164 Visualizações

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TRABALHO ÉTICA PROFISSIONAL

Curso: Engenharia de Produção e Sistemas

A avaliação moral (capitulo VII - Adolfo Sánchez Vazquez)

Tomando como partido uma caracterização geral, a avaliação é o ato de atribuir valor a um ato ou produto humano por um humano. Devem-se considerar as condições e os elementos (valor atribuível, objeto avaliado e o sujeito quem avalia) concretos nos quais se avaliam a moral. Primeiramente, nota-se que um objeto criado pelo homem leva um contexto histórico-social e por isso possuem um caráter concreto que vão de acordo com a forma assumida pelo e para a existência do homem. Também é preciso considerar que apenas os atos (como objetos avaliados) sujeitos a avaliação moral, são aqueles que impactam de alguma forma nos interesses de outros indivíduos de um grupo social. Por fim, a avaliação se dá quando um indivíduo se coloca diante a ação do outro e a julga de acordo com como ela afeta uma sociedade em uma determinada situação.

O ato moral pretende ser a realização do bom. Mas o que é bom? Para definir o bom, deve-se saber definir o mau. Essas são concepções históricas-sociais, que se alteram de uma época para outra. Entretanto, sempre intrínseco a praticar a bondade estão os interesses e aspirações do homem, as quais variam de acordo com a classe social. O que é bom para uma classe, em uma mesma sociedade, não é para outra. Mesmo assim, o homem alcançar o bom por considerar valor moral fundamental.  Por variar de acordo com o momento histórico, a bondade recebe diferentes conceitos nas doutrinas éticas como: felicidade, prazer, boa vontade ou utilidade.

Para Aristóteles a felicidade era o único bem (eudaimonia, em grego), exigindo condições necessárias: segurança econômica e liberdade pessoal. Portanto, para ele a felicidade está ao alcance somente da parte privilegiada da sociedade (homens, brancos e ricos, naquela época). Dessa forma, a ética cristã vinha como uma possibilidade de todos terem a felicidade no céu, independente da classe social.

Somente no iluminismo esse pensamento foi alterado e se perpetua até os dias de hoje. Para esses, a felicidade não pode ser separada das condições sociais (não há felicidade na miséria) e das questões de liberdade (política, racial, de gênero). Entretanto, pensam que os indivíduos podem encontrar fracassos (amorosos, profissionais, doenças...) que não estão contemplados naquelas condições, sendo infelizes mesmo com capital e liberdade. Além disso, deve-se levar em conta o conteúdo concreto da felicidade em que os homens buscam a felicidade de acordo com a sociedade que vivem e por isso, a felicidade ajuda para contribuir e fortalecer o sistema.  Por exemplo, na sociedade capitalista o bem material traz a felicidade e em busca dela, a sociedade acaba consumindo mais.

O hedonismo ético vê o bom como prazer, ou seja, tudo aquilo que traz satisfação para o responsável pela ação é considerado bom, independente das consequências para os demais. Ele é fundamentado em três teses. A primeira considera que todos os homens desejam o prazer como o fim, assim, toda e qualquer atitude que trouxesse prazer para o autor, seria considerada boa (até a sensação após uma vingança), porém sabe-se que um bom prazer não é necessariamente um prazer bom. Ele deve ser analisado também em relação às consequências do ato. A segunda acredita no prazer da boa ação, e por isso considera que as ações negativas também produzem prazeres, portanto a bondade e a maldade em sentido moral teriam o mesmo valor, pois ambas estariam a serviço da busca do prazer, o que contraria totalmente os conhecimentos básicos sobre moral. Já a terceira tese acredita que a bondade de um ato depende do valor ou da qualidade de prazer que ele produz, dividindo-se então em hedonistas quantitativos, os quais crêem que a bondade depende da quantidade de prazer resultante, porém não é possível medir ou comparar diferentes prazeres para definir a quantidade que cada um proporciona. Há também os hedonistas qualitativos, que veem as diferenças entre os prazeres como diferenças de valores, mas sabe-se que não há elementos suficientes que possam determinar a relevância do valor. Nota-se então, que o hedonismo ético considera apenas o valor das reações psíquicas e vivências subjetivas, sem considerar as consequências morais das pessoas que são afetadas por essas atitudes.
        Outra definição seria o formalismo Kantiano, que determina o bom como a boa vontade, e deve ser algo que independe das circunstâncias ou consequências dos atos. Assim, considera o bom como felicidade, porém enfatiza que outras qualidades humanas que são bem avaliadas pela sociedade podem não ser consideradas boas de acordo com o meio em que se apresentam, como autocontrole e moderação. Contra essa concepção, apresentam-se algumas considerações. A primeira delas evidencia que a boa vontade não pode ser julgada apenas pelo ponto de vista do sujeito que a possui, mas também por aquele que é afetado por ela. Outra suposição considera que se a boa vontade não basta para evitar más consequências para os demais, o sujeito que a comete pode não levar isso em consideração. A última acredita que, se há negação do valor moral por um impulso e admite-se como “bom” somente aquilo que se cumpre por dever, a partir disso surgem muitas dificuldades. A oposição kantiana apresenta-se entre o agir por dever e qualquer outro tipo de atitude que não se baseie por isso. Essa concepção apresenta-se fora do mundo real, portanto, ela é inoperante para as relações entre os homens.

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