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O niilismo em Nietzsche

Por:   •  20/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.700 Palavras (7 Páginas)  •  959 Visualizações

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASILIA VIRTUAL

RESSENTIMENTO E NIILISMO EM NIETZSCHE

Autora: Daniela Silva Cassemiro

Orientador: Vicente Sérgio Fernandes

BRASÍLIA – DF

2011

DANIELA SILVA CASSEMIRO

RESSENTIMENTO E NIILISMO EM NIETZSCHE

Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de Filosofia e Existência da Universidade Católica de Brasília Virtual, sob a orientação do Professor Dr. Vicente Sérgio Fernandes

Brasília

2011

SUMÁRIO

1. TEMA .................................................................................................................. 1

2. JUSTIFICATIVA  ................................................................................................. 3

3. OBJETIVOS ........................................................................................................ 4

4. PLANO PRELIMINAR DA DISCUSSÃO.............................................................. 5

5. CRONOGRAMA  ................................................................................................ 5

6. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................... 7

  1. TEMA

Este Projeto de Monografia é resultado da disciplina Metodologia da Pesquisa em Filosofia e do Curso Filosofia e Existência, da Universidade Católica de Brasília Virtual.

O tema que se pretende tomar como tarefa é o do niilismo sob a ótica do pensamento de Friedrich Nietzsche (1844-1900). Esse autor escreveu sobre a crise ocorrida na cultura ocidental do século XIX. Ele percebeu a necessidade de renovação da cultura ocidental. Por isso a sua análise recaiu sobre um ponto obscuro dessa cultura: o ressentimento que conduz ao niilismo.

Após a indicação preliminar do tema, agora é importante situar o projeto na área de concentração da Ética.

O problema que se quer enfrentar é o da possibilidade de uma ética que ultrapasse os pontos críticos da ética ocidental, a qual nasceu da confluência da especulação filosófica com a revelação cristã. Essa confluência recebeu um acrescento de influência das grandes revoluções do século XIX que colocaram o homem como a medida de todas as coisas, na sua ânsia por autonomia moral e política.

Nietzsche se lançou à pesquisa da cultura ocidental como produtora de ressentimento contra a vida, um ressentimento que leva ao niilismo, ou o niilismo da negação da vontade de viver, negação da vontade de potência.

O problema tem dois vetores que devem ser explicitados: o niilismo tal como acontece na religião cristã após a influência paulina, e o niilismo tal como acontece após a “morte de Deus”, preconizada pela filosofia moderna, mais especificamente pós-kantiana.

Por um lado, o cristianismo, pelo menos sob a ótica de Nietzsche, transfere para uma indefinida e improvável vida futura os objetos de desejo das pessoas. O cristianismo, em sua moral, pede que as pessoas deixem de realizar várias das suas potencialidades nesta vida para que tenham a bem-aventurança na vida depois da morte. A moral cristã seria a moral do ressentimento contra tudo o que é belo, contra a força e a saúde. Isso é sintoma de doença, e doença da cultura que teve sempre por objetivo produzir o novo homem, mais adaptado à vida, mais sensível e artista.

Por outro lado, quando a cultura ocidental assumiu o seu ateísmo explicitamente, o que pode ser encontrado na filosofia de Schopenhauer, houve uma tentativa de amainar os sofrimentos decorrentes da impossibilidade natural de o ser humano realizar os desejos do seu coração. Daí o niilismo, a tentativa de aprender lições do pensamento oriental, a tentativa do alheamento através da música. A crítica nietzscheana viu na obra desse filósofo um niilismo malsão. A vontade quando nula é ódio à vida.

Para Nietzsche, tanto o niilismo do cristianismo quanto o niilismo da cultura moderna são sintomas de decadência, e, diga-se de passagem, decadência sem elegância. Qualquer tipo de moral niilista é resultado do ressentimento contra a vida, e o ressentimento contra a vida leva a uma morte gratuita, sem que o ser humano tenha feito nada de belo. Ao impulso que gera a ordem e harmonia que desemboca na moral do ressentimento, Nietzsche deu o nome de “apolíneo”, e seria uma das vertentes do pensamento ético ocidental, derivado do socratismo vulgar. Apolo é o deus mitológico que se pensava ter a responsabilidade de carrear o sol dia após dia no seu curso celeste. Responsabilidade leva à criação da moral da harmonia.

Nietzsche prezava a abundância de vida, a vontade de potência, que não é uma vontade de dominar, de exercer poder, mas uma vontade de viver, de oferecer, de sobrepujar, de ser nobre, de construir. Á moral do impulso à alegria e à festa, Nietzsche denominou “dionisíaca”. Dionísio é o deus mitológico da alegria, do entusiasmo, da arte, mas também da neurose.

Qualquer moral que conduza a uma diminuição de movimento, a um decréscimo de vontade de potência, é moral de escravos. Nietzsche analisa a moral cristã como a moral dos fracos ressentidos contra os fortes. Mas para além das afirmações bombásticas de Nietzsche é preciso investigar o sentido implícito das mesmas. É fácil tratar o pensamento nietzscheano por meio de clichês filosóficos, mas é difícil explicá-lo dentro dos méritos da originalidade da sua análise.

Então, o problema que se quer enfrentar na monografia, neste projeto é posto sob a forma de perguntas, interrogações. Seria a moral ocidental, talhada no difícil e longo processo de desenvolvimento do cristianismo e da filosofia, moral de fracos? Seria o mal igual ao bem ou seria o bem maior que o mal? Considerar o bem como acima do mal levaria à moral do ressentimento? É possível criar uma cultura da saúde e da alegria sem a recaída no individualismo e no hedonismo? E, por último, força implica direito, ou poder não é coisa má?

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