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Os Direitos Humanos

Por:   •  1/5/2019  •  Monografia  •  2.985 Palavras (12 Páginas)  •  122 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

        Em vista da mobilidade discursiva, da nova configuração e da necessidade de discutir a mudança na postura do Partido dos Trabalhadores do momento de sua criação até os dias de sua chegada ao poder, é que se propõe a pesquisa aqui apresentada.

        O presente trabalho tem como proposta básica trazer para discussão as variantes discursivas que serviram de base para as transformações ocorridas no projeto político do Partido dos Trabalhadores (PT), analisando seus determinantes e condicionantes históricos. Tem como pressuposto abordar os vínculos entre o partido e os movimentos sociais, buscando identificar os motivos que levaram os grupos organizados da classe trabalhadora a aprovarem o governo local em sua mais extensa ramificação ideológica no contexto histórico nacional.

E se o PT de hoje, analisando criticamente, não representa mais uma expressão da esquerda e não age como um impulsionador das lutas organizadas da classe trabalhadora, por que os movimentos sociais devotaram tanto apoio ao governo? Também nesse caso, não podemos simplificar a questão a uma mera traição das lideranças. O contexto sócio histórico no qual estamos inseridos é mais amplo, atingindo a consciência da classe trabalhadora por inúmeras determinações.

Para tentar elucidar esse universo de indagações, parto do pressuposto de uma pesquisa bibliográfica, consultando tanto autores que dissertam especificamente sobre o PT, quanto aqueles que retratam o contexto no qual está inserida a sua trajetória, além de documentos oficiais do Partido. No que tange à segunda questão, recorremos a textos recentes de pesquisadores que se voltam para a temática e realizamos entrevistas com integrantes de movimentos sociais.

2 JUSTIFICATIVA

        

        Discutir a criação do Partido dos Trabalhadores fundada no discurso de ressurgimento da sociedade civil brasileira na época da crise política, conhecida como período da ditadura militar, com foco nos conflitos desenvolvidos no período entre o embate causado pela revolta dos trabalhadores e de outras classes, que buscavam o “grito da liberdade democrática”, é uma importante oportunidade para aprofundar nosso olhar sobre os 34 anos de história desse partido.

        Com os discursos “de libertação” frente a postura militar, foram legitimadas boa parte das revoltas, greves, mobilização social, apoio das classes que viviam abaixo da grande estrutura política da época. Nessa lógica, procurei dialogar com sua constituição discursiva a partir do cenário político da época, o que me possibilitou o acesso a várias fontes, dentre elas, a reforma partidária de 1979, a partir da qual foram criados seis partidos políticos, dentre eles, o Partido dos Trabalhadores.

        As tentativas de reinvenção do espaço político nacional ocorridas na década 1970 estão expressas, em boa parte, nos debates de distensões que voltaram a ser articulados pela sociedade civil. Os movimentos de protestos eram deflagrados a cada novo ato do governo. Nos anos de 1976 e 1977, passeatas irromperam em São Paulo e no Rio de Janeiro, alastrando-se por todo o Brasil. Estudantes saíram às ruas em passeatas cantando, “vai acabar, vai acabar, vai acabar a ditadura militar”. Aos poucos a sociedade civil recuperava o espaço político que lhe fora subtraído pelos militares.

        O discurso emancipatório da nação, pelo movimento de “diretas já!” foi a maior “mobilização popular” na história do País. Lançada pelo PT, a campanha visava a restabelecer as eleições diretas para presidente imediatamente.

        Nesta perspectiva, o presente projeto buscará fazer um diálogo com a postura discursiva do Partido dos Trabalhadores criado nesse momento de conflito político nacional, com o discurso presenciado em sua chegada ao poder, com o Presidente Luís Inácio Lula da Silva.

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

        Demonstrar como se formatou o discurso “esquerdista” do Partido dos Trabalhadores, tendo como arcabouço o movimento de “Diretas já!”, no período da década de 1970.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

        1. Identificar o espaço histórico para criação do Partido.

          2. Identificar se o momento da ruptura discursiva com a chegada ao poder.

4 METODOLOGIA

4.1 PROBLEMA E PROBLEMÁTICA

        

        A pesquisa aqui proposta pretende responder, o mais precisamente possível, as questões seguintes, constituintes do problema, quais sejam:

  1. Qual o contexto histórico se formulou as bases discursivas do Partido dos Trabalhadores?
  2. E se o Partido dos Trabalhadores de hoje, analisando criticamente, não representa mais uma expressão da esquerda e não age como impulsionador das lutas organizadas da classe trabalhadora, por que os movimentos sociais devotam tanto apoio ao governo?
  3. O Partido dos Trabalhadores de hoje conseguiu emancipar de fato as classes representadas no passado?

4.2 HIPÓTESE

        Acredita-se que o Partido não conseguiu realizar seu intento emancipatório das classes trabalhadoras como tanto afirmava seu discurso de criação na década de 1970.

4.3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

        

        O Partido dos Trabalhadores surge dentro de um contexto peculiar da história do Brasil. Contexto de um amplo “retrocesso” político da história recente brasileira: O Golpe de 1964. Surgido como resposta à crise precipitada pela renúncia do presidente Jânio Quadros, o golpe teve como saldo o aviltamento das liberdades civis e o desrespeito aos direitos humanos e à democracia, além das graves consequências econômicas causadas pela inaptidão administrativa dos militares e da desmoralização das Forças Armadas.

        É nesse terreno de conflito ideológico que, durante a década de 1970, a presença de militantes de extração católica, ligados a organização de esquerda e de sindicalistas, privados dos canais usuais de expressão por causa da repressão política, acabou contribuindo para o desenvolvimento de uma enorme rede de movimentos populares urbanos. Fora da “grande política”, tais militantes tomaram como trincheiras de luta espaços como fábricas, associações de moradores, movimentos por moradia, contra o aumento do custo de vida, movimento estudantil etc., especialmente nos centros urbanos. Eles mobilizaram pessoas até então sem participação política ativa, ajudaram a organizar instituições populares e a confrontar o poder público em nível local. Todos esses movimentos estavam pautados na via discursiva da “libertação da sociedade civil”, do “ressurgimento contra as forças opressoras”.

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