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Pensamento filosófico grego

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Por:   •  29/10/2014  •  Resenha  •  1.151 Palavras (5 Páginas)  •  246 Visualizações

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PARTINDO DE ALGUNS EXEMPLOS

Sistematizando o pensamento filosófico grego, Aristóteles elaborou algo que, a partir da

filosofia medieval, ficou sendo conhecido como a teoria das quatro causas.

Como se sabe, uma das maiores preocupações dos filósofos gregos era a explicação do

movimento. Por movimento, os gregos entendiam: 1) toda mudança qualitativa de um corpo

qualquer (por exemplo, uma semente que se toma árvore, um objeto branco que amarelece, um

animal que adoece, etc.); 2) toda mudança quantitativa de um corpo qualquer (por exemplo, um

corpo que aumente de volume ou diminua, um corpo que se divida em outros menores, etc,); 3) toda

mudança de lugar ou locomoção de um corpo qualquer (por exemplo, a trajetória de uma flecha, o

deslocamento de um barco, a queda de uma pedra, o levitar de uma pluma, etc.); 4) toda geração e

corrupção dos corpos, isto é, o nascimento e perecimento das coisas e dos homens. Movimento,

portanto significa para um grego toda e qualquer alteração de uma realidade, seja ela qual for.

A teoria aristotélica das quatro causas, tal como foi recolhida e conservada pelos pensadores

medievais, é uma das explicações encontradas pelo filósofo para dar conta do problema do

movimento. Haveria, então, uma causa material (a matéria de que um corpo é constituído, como,

por exemplo, a madeira, que seria a causa material da mesa), a causa formal (a forma que a matéria

possui para constituir um corpo determinado, como, por exemplo, a forma da mesa que seria a

causa formal da madeira), a causa motriz ou eficiente (a ação ou operação que faz com que uma

matéria passe a ter uma determinada forma, como, por exemplo, quando o marceneiro fabrica a

mesa) e, por último, a causa final (o motivo ou a razão pela qual uma determinada matéria passou a

ter uma determinada forma, como, por exemplo, a mesa feita para servir como altar em um templo).

Assim, as diferentes relações entre as quatro causas explicam tudo que existe, o modo como existe

e se altera, e o fim ou motivo para o qual existe.

Um aspecto fundamental dessa teoria da causalidade consiste no fato de que as quatro

causas não possuem o mesmo valor, isto é, são concebidas como hierarquizadas indo da causa

mais inferior à causa superior. Nessa hierarquia, a causa menos valiosa ou menos importante é a

causa eficiente (a operação de fazer a causa material receber a causa formal, ou seja, o fabricar

natural ou humano) e a causa mais valiosa ou mais importante é a causa final (o motivo ou

finalidade da existência de alguma coisa).

À primeira vista, essa teoria é uma pura concepção metafísica que serve para explicar de

modo coerente e objetivo os fenômenos naturais (física) e os fenômenos humanos (ética, política e

técnica). Nada parece indicar a menor relação entre a explicação causal do universo e a realidade

social grega. Sabemos, porém, que a sociedade grega é escravagista e que a sociedade medieval se

baseia na servidão, isto é, são sociedades que distinguem radicalmente os homens em superiores –

os homens livres, que são cidadãos, na Grécia, e senhores feudais, na Europa medieval – e

inferiores – os escravos, na Grécia, e os servos da gleba, na Idade Média. Mas, o que teria a

concepção da causalidade a ver com tal divisão social? Muita coisa.

Se tomarmos o cidadão ou o senhor e indagarmos a qual das causas ele corresponde,

veremos que corresponde à causa final, isto é, o fim ou motivo pelo qual alguma coisa existe é o

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usuário dessa coisa, aquele que ordenou sua fabricação (por isso, na teologia cristã, Deus é

considerado a causa final do universo, que existe “para Sua maior glória e honra”). Em outras

palavras, a causa final está vinculada à idéia de uso e este depende da vontade de quem ordena a

produção de alguma coisa. Se, por outro lado, indagarmos a que causa corresponde o escravo ou o

servo, veremos que corresponde à causa motriz ou eficiente, isto é, ao trabalho graças ao qual uma

certa matéria receberá uma certa forma para servir ao uso ou ao desejo do senhor. Compreende-se,

então, por que a metafísica das quatro causas considera a causa final superior à eficiente, que se

encontra inteiramente subordinada à primeira. Não só no plano da Natureza e do sobrenatural, mas

também no plano humano ou social o trabalho aparece como elemento secundário ou inferior, a

fabricação sendo menos importante do que seu fim. A causa eficiente é um simples meio ou

instrumento.

Temos, portanto, uma teoria geral

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