Resumo Origens pensamento grego
Por: carlosmezz • 15/8/2017 • Resenha • 1.226 Palavras (5 Páginas) • 992 Visualizações
Introdução
As novas descobertas arqueológicas ampliaram bastante o conhecimento sobre a península grega e os povos que ali viveram, como os micênicos. E para que seja possível alcançar um entendimento de como foi o surgimento do sistema político, filosófico e social que a Grécia assume frente ao resto do mundo, é fundamental entender as origens que possibilitaram o nascimento desta nova forma de pensar.
Capítulo 1
Tanto nas Cíclades quanto em Creta, a civilização ali instalada tem muito em comum com as civilizações orientais. É a chegada dos mínios que começa a diferenciar a Hélade em relação aos povos do leste, assim como os hititas o fazem na Ásia Menor. Demonstram proximidade cultural, que fica bastante clara com a similaridade das cerâmicas e principalmente com o uso dos cavalos. A utilização militar dos carros de guerra nesta civilização leva ao que parece um estado forte e centralizado, que se apresenta uma estrutura palaciana.
As conquistas dos mínios pelos micênicos leva a fusão de características entre os mesmos e também com cretenses, asiáticos e egípcios.
Capítulo 2
O surgimento desta estrutura palaciana micênica se fortalece, onde o poder central passa a regulamentar e controlar toda a economia, comércio e produção. Controla também o poder político de forma bastante centralizadora.
Os palácios micênicos apresentam uma grande organização e defesas bastante amplas, ao passo que cretenses possuem uma estrutura bem mais simples e desprotegida. No controle micênico, o ánax centra as riquezas em seu palácio, atua em toda a cadeia militar e é líder religioso supremo. O ánax estrutura um sistema de posse de terra por usufruto em troca de compensações.
Uma estrutura social se forma abaixo do ánax: um líder militar chamado lawagetas garante o controle militar, os basileus que são senhores de terras e assumem poder econômico e religioso, a gerousia, ou conselho dos velhos, garante a autonomia das comunidades, o korete administra a aldeia e possui função militar. Escribas acompanham o ánax e auxiliam administrativamente.
Esta estrutura militarizada, expansionista, com economia diversa e sistema político complexo dá lugar ao sistema isolacionista e agrário dórico, deixando de existir completamente.
Capítulo 3
A transferência de poder micênico para os dórios representa uma era de mudanças: a entrada do ferro, a incineração de cadáveres, as cerâmicas com desenhos geométricos, o rei divino deixa de existir, a língua deixa de ser a mesma.
Essas mudanças levam, no período homérico, a uma sociedade dividida entre uma aristocracia guerreira e comunidades aldeãs. Não existe mais a figura central do ánax que funcionava como pacificadora. A ideia da capacidade militar como grande virtude da nobreza. A política passa a se sustentar na oratória.
A sociedade grega não se estrutura mais em torno do palácio, mas na praça pública, o privado dá lugar ao público, o sagrado dá lugar ao profano. A cidade se torna então a polis.
Capítulo 4
Como descrito por Vernant, o surgimento desta polis transforma a persuasão em base das decisões políticas da sociedade grega, onde o povo julga o que é o melhor, não sendo mais uma decisão de um ánax como absoluta. Como agora as decisões são públicas, o interesse comum passa a se sobressair em relação ao interesse individual dos monarcas.
Desta nova configuração social surgem muitas inovações. A escrita se desenvolve como um bem público e dela surgem também as leis. As ideias e descobertas são amplamente divulgadas. A partir dos sofistas e dos filósofos o ensino se dissemina, a busca da verdade, o ensino da matemática.
Na polis ateniense, o cidadão é também o soldado. O hoplita, assim como em outros aspectos da sociedade grega, deve lutar em prol do coletivo, da falange, devendo rejeitar a glória, sendo um reflexo do enfraquecimento da aristocracia e valorização da coletividade.
Capítulo 5
Aristóteles relata que a polis é consequência das ideias de quem ele chama de Sete Sábios. Estes sábios seriam alguns personagens gregos que, com suas ideias, teriam moldado características organizacionais, legais e culturais da cidade ateniense – parecem ser, quatro dos sete, Tales, Sólon, Periandro e Epimênides.
Estes sábios aparecem em um momento de crise econômica. Esta crise tem base na questão agrária: a concentração aristocrática das terras e o aumento da população artesã. Isto leva a uma nova mentalidade, mais baseada na cidade, facilitando a criação de leis, que auxiliam na vida em cidade. O exercício do direito vai se estruturando nessa polis, se associando cada vez mais à aristotélica busca pela verdade.
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