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Pesquisa Sobre Filosofia

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Por:   •  26/3/2014  •  3.737 Palavras (15 Páginas)  •  616 Visualizações

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A IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA PARA A VIDA COTIDIANA

A indagação mais corriqueira a alguém que se diga estudante de filosofia ou mesmo Filósofo é uma pergunta que já traz em si um caráter filosófico: para que serve a filosofia? Este enfoque é chamado em Filosofia de enfoque Utilitarista. O Utilitarismo é “uma doutrina ética que prescreve a ação (ou inação) de forma a otimizar o bem-estar do conjunto dos seres sencientes[1]. O utilitarismo é então uma forma de consequencialismo, ou seja, ele avalia uma ação (ou regra) unicamente em função de suas consequências.Filosoficamente, pode-se resumir a doutrina utilitarista pela frase: "Agir sempre de forma a produzir a maior quantidade de bem-estar (Princípio do bem-estar máximo)”.

Seus organizadores foram “Jeremy Bentham (1748-1832) e John Stuart Mill (1806-1873) que sistematizaram o princípio da utilidade e conseguiram aplicá-lo a questões concretas – sistema político, legislação, justiça, política econômica, liberdade sexual, emancipação feminina”.

Muito importante na história do Direito, o Utilitarismo tem uma qualidade que é ao mesmo tempo seu maior defeito: o racionalismo. Ele implica que cada gesto seja devidamente calculado e é exatamente aí que ele falha, já que, já que é uma linha de pensamento consequencialista, que considera fundamentais todas, e eu repito, todas as consequências de um ato , falha na medida que é impossível ter certeza de todas as interações possíveis de determinado gesto, ou seja, queiramos ou não, sempre teremos que pagar um tributo à incerteza e a imprevisibilidade.

Jeremy Bentham

Talvez por isso muitos o critiquem, só que como todas as linhas de pensamento geradas a partir do exercício da filosofia por seus diversos autores, o utilitarismo deixou sua cicatriz na vida da sociedade e assim perguntas como “ para que serve a filosofia” são feitas , na concepção ingênua de que seja espontânea e que não tenha já em si, um viés filosófico.

John Stuart Mill

Este é o primeiro aspecto da interveção do pensamento filosófico na vida social: por decantação, milênio após milênio, em tempos menos cultos e depois com o avanço da velocidade da informação e do conhecimento, século após século, depois década após década, filósofos elucidam interpretações originais da realidade, primeiro discutindo-as com seus pares e, lentamente, deixam que elas se derramem sobre as mentes de todos os seres humanos em todas as partes do planeta.

Todos nós julgamos, e achamos que julgamos, qyue estabelecemos juízos sobre as coisas que nos acontecem de forma espontânea, dada, como dizemos em filosofia. Só que não é assim. Um pensador treinado nas muitas escolas de pensamento saberá reconhecer no discurso ou nos atos de alguém ou de alguma instituição os traços de uma determinada linha de pensamento, uma perspectiva que provavelmente nada terá de original e sobre a qual, no exercício filosófico, já foi dissecada em seus mínimos e limitados detalhes.

É o caso do Utilitarismo. Toda forma de pensar, que em filosofia chamamos genericamente de Escola de Pensamento, após ser constituída e divulgada, sofre um processo de análise intelectual chamado em Filosofia de Crítica Filosófica. A palavra crisis em grego quer dizer separação. Criticar, embora entre os leigos no assunto signifique “falar mal de alguém ou de alguma coisa”, em filosofia significa separar em partes para estudar melhor, dividir para entender. Ao criticar uma escola filosófica, os pensadores extraem-lhe seus acertos e seus erros, seus avanços e suas limitações, porque na verdade, toda escola de pensamento está submetida a Dualidade da existência e do pensamento, tendo sempre uma face interessante e outra não tanto. Ao criticar o Utilitarismo reconhece-se a beleza de uma norma como “Agir sempre de forma a produzir a maior quantidade de bem-estar (Princípio do bem-estar máximo)”, associando-a as coisas úteis, racionalmente importantes e de consequências bastante previsíveis, pelo menos em parte; mas surge imediatamente a questão: existirão coisas inúteis que possam causar também grande bem estar, que em princípio não sirvam para absolutamente nada e que, mesmo assim, causem grande bem estar a um grande grupo de pessoas? Sim. E a mais importante delas é a Arte.

Quando um artista pinta um quadro ou um escultor faz uma estátua, em nenhum momento visam o bem da sociedade, em princípio. Claro que gostarão imensamente de ter sua genialidade artística reconhecida mas é consenso que o trabalho artístico profundo é solitário. Antenas da sociedade, artistas captam, antes de todos, como os místicos, imagens e idéias que estão, digamos assim, pairando sobre todas as cabeças sem receber uma forma adequada, uma expressão compreensível. Por que é isto que o artista faz: ele expressa o que antes não tinha sido expresso daquele modo, e partilha com muitos uma percepção a qual, sem aquela expressão artística, na ausência de uma sensibilidade especial que é dada a poucos, não seria percebida ou sequer suposta.

Mais do que qualquer atividade humana, é na Arte que o Utilitarismo demonstra sua maior fragilidade.

Em Arte o princípio da incerteza, da imprevisibilidade e da incapacidade de prever as consequências atingem o clímax. O efeito de uma peça de arte, de qualquer natureza, é imprevisível na linha de tempo. Muitos textos só foram reconhecidos dezenas de anos após a morte dos autores, alguns até séculos depois de seu desaparecimento.

A Beleza não só é aparentemente inútil como também imprevisível, já que se trata de uma percepção estética altamente subjetiva, determinada pelas pessoas que a contemplam e que com ela se relacionam. Só que não é assim. Existe sim uma utilidade na beleza, que é gerar bem estar. Exatamente aquilo que o Utilitarismo busca. Só que é um bem estar não racional, não previsível quanto as suas consequências, sem amarras consequenciais, como uma rede, cujo abalo em qualquer de seus pontos gera vibrações em toda a sua extensão, em todas as direções.

Utilitarismo, como proposto, é uma linha reta encadeada. Arte é multidirecional. Um ponto focal e uma irradiação em todas as direções como uma explosão.

Na verdade a vida comum, cotidiana, encampa estas duas manifestações

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