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Por:   •  25/11/2013  •  Bibliografia  •  2.929 Palavras (12 Páginas)  •  396 Visualizações

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Platão

Platão foi um filósofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga, autor de diversos diálogos filosóficos e fundador da Academia em Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental. Juntamente com seu mentor, Sócrates, e seu pupilo, Aristóteles, Platão ajudou a construir os alicerces da filosofia natural, da ciência e da filosofia ocidental. Acredita-se que seu nome verdadeiro tenha sido Arístocles; Platão era um apelido que, provavelmente, fazia referência à sua característica física, tal como o porte atlético ou os ombros largos, ou ainda a sua ampla capacidade intelectual de tratar de diferentes temas, entre eles a ética, a política, a metafísica e a teoria do conhecimento.

A sofisticação de Platão como escritor é especialmente evidente em seus diálogos socráticos; trinta e cinco diálogos e treze cartas são creditadas tradicionalmente a ele, embora os estudiosos modernos tenham colocado em dúvida a autenticidade de pelo menos algumas destas obras. Estas obras também foram publicadas em diversas épocas, e das mais variadas maneiras, o que levou a diferentes convenções no que diz respeito à nomenclatura e referenciação dos textos.

Embora não exista qualquer dúvida de que Platão lecionou na Academia fundada por ele, a função pedagógica de seus diálogos - se é que alguma existia - não é conhecida com certeza. Os diálogos, desde a época do próprio Platão, eram usados como ferramenta de ensino nos tópicos mais variados, como filosofia, lógica, retórica.

Vida

Platão, cujo verdadeiro nome era Aristócles (em homenagem ao seu avô), nasceu em 428-7 a.C. e morreu em 348-7 a.C. Estas datas são bastante significati-vas: o nascimento ocorreu no ano seguinte ao da morte de Péricles; a morte, dez anos antes da batalha de Queronéia que assegurou a Filipe da Macedónia a con-quista do mundo grego.

Platão é um nome que, segundo alguns, traduz a largura dos ombros de Pla-tão (platos significa largura) cujo vigor físico fez com que fosse homenageado pelos seus feitos atléticos na juventude.

Filho de Ariston e de Perictione, Platão pertencia a uma família tradicional de Atenas e estava ligado, pelo lado materno, a figuras importantes do mundo político. Sua mãe descendia de Sólon, o grande legislador, era irmã de Cármides e prima de Crítias.

Além disso, num segundo casamento, sua mãe Perictone casa-se com Piri-lampo, personagem de destaque da época de Péricles. O pai de Platão era descen-dente do rei Codro, o último rei de Atenas.

O local de nascimento de Platão é incerto. A grande maioria dos autores de-fende que o seu nascimento terá ocorrido em Atenas, mas poderá ter sido na ilha de Égina, como defendeu Diógenes Laércio, havendo ainda quem o considere tebano.

A possibilidade de ter nascido na ilha de Égina é reforçada pelo facto de seu pai, Ariston, ter liderado a colonização desta ilha pelos atenienses em 432/1 a.C.

Embora se saiba pouco sobre a infância de Platão, pensa-se que, pertencen-do a uma família aristocrática, a sua educação seguiu os moldes educacionais gre-gos que então vigoravam seguramente preenchida com as actividades físicas e mu-sicais que eram apanágio da antiga paideia.

Platão estava destinado a participar activamente na vida política de Atenas e para isso "recebeu a mais completa educação, aquela que então se admite ser a mais própria para aguçar a inteligência, para domar a palavra com vista à prática política," (A.Bonnard, 1980:522).

Platão estudou no gymnasium do gramatista Dionísios, e na palestra de Aris-tão de Argos. Aprendeu música com Drakon, aluno de Damon, o famoso instrutor de música de Péricles, e com Metellos de Akragas. Os professores de Platão eram u-nânimes em louvar a sua destreza de pensamento, a sua modéstia, o seu gosto pelo trabalho e interesse pelo estudo. Platão estudou também desenho e pintura e ter-se-á iniciado, ainda jovem, na filosofia com Crátilo, discípulo de Heraclito.

A sua origem social assim como o seu temperamento pessoal, ligavam Platão ao ideal do século precedente que dava à política o mais alto significado na vida humana. Assim, Platão atinge a vida adulta almejando encontrar para a sua cidade uma melhor configuração política do que aquela que então era vigente.

A poesia e a política despertaram desde cedo o interesse de Platão. Consta que, depois de ter conhecido pessoalmente Sócrates, Platão terá queimado publi-camente os seus poemas. Alguns autores entendem que a influência de Sócrates terá sido determinante nesta sua atitude, mas outros consideram que essa atitude representou para Platão a ruptura com a poesia e a dedicação à filosofia.

Platão encontrou Sócrates pessoalmente quando tinha vinte anos (e Sócrates sessenta e três). Após este encontro, e durante os oito anos seguintes, foi um fiel seguidor de Sócrates, assistindo às discussões em que Sócrates constantemente se envolvia, às acusação de que foi alvo e à sua condenação à morte.

Platão acompanhou de perto todos os passos do julgamento de seu mestre. O fim trágico do julgamento marcou-o profundamente, deixando sequelas para o resto da sua vida.

Depois da condenação à morte de Sócrates, em 399 a.C., desiludido com a democracia ateniense, Platão abandona Atenas durante doze anos. Refugiou-se em Mégara com alguns amigos, num círculo de estudos em torno de Euclides, descípulo socrático e o pai da geometria, e aí permaneceu cerca de três anos.

Aproveitou, então, para efectuar outras viagens, nomeadamente a Cirene, onde estudou matemáticas com Teodoro; a Itália, onde terá constatado com os pita-góricos; e ao Egipto, onde teria sido iniciado nos mistérios de Isis. Constatou com o regime de educação de Esparta, onde os meninos eram retirados aos seus pais para viverem uma vida dura nas montanhas, em exposição aos elementos naturais. Há quem afirme que terá estado em Creta onde teria estudado a legislação de Minos; na Judeia, onde teria constatado com a tradição dos profetas e até nas margens do Ganges, onde teria aprendido a meditação mística dos hindus.

Aos quarenta anos, Platão vai para Siracusa, cidade luxuosa, onde viveu na corte de Dionísio I (o antigo). Aí conquista a amizade e a inteira confiança de Dion, cunhado do tirano Dionísio. Essa ligação com Dion, talvez o laço afetivo mais forte da vida de Platão, representa também o início de reiteradas tentativas para interferir na vida política de Siracusa, procurando pôr em prática o seu modelo de sociedade ideal, em que os governantes eram os filósofos.

A filosofia passa a ser para Platão uma oportunidade de organizar e realizar

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