Plenitude Social
Casos: Plenitude Social. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: lorenalemoss • 29/3/2014 • 533 Palavras (3 Páginas) • 231 Visualizações
Nos identificamos para evocar esses sentimentos e ingressar nas atividades e crenças que a elas
nos ligam. Tanto podemos nos relacionar com grupos restritos, íntimos, como com aqueles
grandes e dispersos. Classe, gênero e nação são exemplos típicos dessa segunda categoria de
intragrupo. Embora em geral os consideremos equivalentes aos grupos pequenos e íntimos que
nos são familiares, eles constituem comunidades imaginárias, sendo caracterizados pelo uso da
mesma linguagem e pela prática de costumes semelhantes, mas, simultaneamente, divididos por
suas crenças e práticas. Essas rupturas, entretanto, apresentam tênue revestimento da imagem de
“nós”, apelando para sentido de unidade. De fato, os discursos de líderes nacionalistas muito
habitualmente se referem a soterrar as diferenças em favor do espírito comunal orientado para um
objetivo coletivamente sustentado.
Há um trabalho a fazer no sentido de estimular a autotransformação de classes, gêneros, etnias
e nações em intragrupos, porque eles carecem do cimento social que nos é familiar nas interações
cotidianas. Uma consequência desse processo é a supressão ou a dispensa de evidências que
correm contra sua imagem ideal, tratando-a como falsa ou irrelevante. O processo de purificação
demanda um corpo disciplinado e imaginário de interesses e crenças. Isso considerado, as ações
de um coletivo – partido político, sindicato, governo de um Estado nacional – precedem a
formação de grupos de larga escala. O nacionalismo, assim, precede a emergência de unidades
nacionais unificadas.
Apesar do empenho contido na imagem da unidade, a sustentação na realidade permanece
frágil. Por quê? Porque falta a substância que se pode derivar da interação cotidiana das redes, e,
então, nenhum esforço para induzir a lealdade em grandes grupos sustenta uma possibilidade de
êxito se não for acompanhado da prática de hostilidade em relação a um extragrupo. Deparamos
então com a imagem de um inimigo escabroso, assustador e que demonstra ser astuto e
conspiratório. A vigilância torna-se necessidade constante em contextos nos quais as imagens são
formadas por preconceito. O preconceito – assim como a recusa em admitir quaisquer virtudes
nos inimigos e a tendência a ampliar seus vícios reais e imaginários – impede que alguém aceite
a possibilidade de serem honestas as
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