Por uma Ética Humana, Sim Nós Podemos

Por uma ética humana, sim nós podemos

Um breve tratado sobre a ética empresarial aplicada ao setor público

1. Introdução

No que consiste o objeto da Ética, devemos nos atentar em diferenciar os problemas morais e problemas éticos. Pois de um lado temos os atos e formas de comportamentos dos homens em face de determinados problemas, de outro encontram-se os juízos que aprovam ou não, moralmente esses mesmos atos.

No cotidiano para resolver questões práticas, os indivíduos recorrem as normas, cumprem determinados atos, formulam juízos e oportunamente se servem de determinados argumentos ou razões com o intuito de justificar as decisões tomadas, o que nos remete ao significado da palavra moral como sendo “costumes” e ética, do grego “modo de ser” (VÁZQUEZ, 2002).

Vázquez (2002) define a ética como “[...] a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade”. E acrescenta que a mesma tem a função verificar que o comportamento moral difere da moral propriamente dita.

A ação que está ligada a moral, exige a prática moral, que por sua vez encontra-se no campo da moral afetiva. Já a reflexão associada a moral, encontra-se por sua vez no campo da moral reflexiva, denominada como a teoria moral, dando início ao pensamento filosófico que trata dos problemas teóricos morais ou éticos.

A ética enquanto disciplina normativa tem a função de indicar o melhor comportamento do ponto de vista moral. Porém, tal disciplina normativa, contraria a função fundamental da ética, que consiste em esclarecer ou investigar uma determinada realidade.

Na concepção de sofistas como Protágoras, encontra-se um relativismo moral, ou seja, a ação depende das circunstancias, dando margem para comportamentos oportunistas, do ponto de vista conveniente, não por ser certo ou errado, mas por ser costumeiramente apresentado como contradição em seu modo de agir. Essa corrente se vale de um ceticismo não por reflexão filosófica e sim para negar a universalização da moral, dado que a verdade para eles não é universal. Já o pensamento socrático contesta esta afirmativa, pois é possível universalizar o julgamento humano, ainda que individualmente, dado que os homens são dotados de razão, assim temos o racionalismo ético. Assim os valores poderiam ser concebidos de maneira universal. É na razão que se deve fundamentar as normas e os comportamentos morais.