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Portfólio Sobre Hans Jonas e Paul Ricoeur

Por:   •  17/10/2023  •  Dissertação  •  732 Palavras (3 Páginas)  •  80 Visualizações

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Portfólio (Atividade 01)

O homem ocidental aprendeu da religião que reina “[...] sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos e sobre toda a terra” (Gn 1, 26); aprendeu, também, da cultura e da história que ele é a figura central do universo e, posterior a esse ideal antropocêntrico, desenvolveu o sistema capitalista consumista que arrebata a natureza com o fim de promover seu bem-estar. Porém, esse domínio em prol do desenvolvimento socioeconômico está custando caro, pois problemas como queimadas, desmatamentos, poluição das águas e atmosférica estão cada vez mais presentes, afetando-o de forma vital. Com isso, uma nova visão acerca foi se instaurando com o intuito da proteção e preservação da natureza, no qual, na contemporaneidade, os filósofos Hans Jonas e Paul Ricoeur apresentam propostas éticas, visando uma responsabilidade com relação a tal problemática.

Hans Jonas foi um filósofo alemão do século XX que ao se deparar com o avanço da tecnologia e da produção industrial, ou seja, com a ação humana diante a natureza, preocupou-se com a falta de uma ética que tratasse de tais implicações ao meio ambiente. Para isso, acrescenta a ideia de responsabilidade, reformulando a ética tradicional. Jonas usa como base teórica a filosofia de Kant e acrescenta o aspecto futuro, formulando uma ética do futuro. Como também, reescreve de acordo com seu pensamento o imperativo categórico kantiano no seu livro O Princípio Responsabilidade: Ensaio de uma ética para a civilização tecnológica: “Aja de modo a que os efeitos da tua ação sejam compatíveis com a permanência de uma autêntica vida humana sobre a Terra” (2006, p.46).

O desenvolvimento da ética pelo futuro detém um caráter de evolução das capacidades sociais humanas, de modo que:

A ética da responsabilidade pelo futuro desenvolve uma dinâmica em que cada pessoa faz emergir, em liberdade, as suas melhores capacidades no relacionamento social – coragem, prudência, temperança, ponderação, justiça – para preservar o futuro ameaçado. O que é bom para o homem como ser pessoal e público será bom para o futuro. (Garcia, 2007, p.86, apud Barbosa-Fohrmann, 2016, p. 371)

Essa ética da responsabilidade pelo futuro também deve estar presente nos regimes políticos, defende o filósofo. É no direito, estabelecido pelo sistema político, que deve ser o fator principal para promover a criação de deveres por parte dos cidadãos com relação às questões ecológicas e à manutenção da vida. Porém, Hans Jonas defende que a ética do futuro só é possível através da liberdade pessoal, expondo, por meio disso, sua imposição pelos regimes opressores.

Outro filósofo que tem o direito como uma possibilidade de reestruturação das ações humanas para com as questões ecológicas e de manutenção para vida é Paul Ricoeur. Entretanto, o conceito de responsabilidade é tratado sob outra perspectiva que a de Hans Jonas, reformulando a ética e a dimensão jurídica. O filósofo francês, neste último aspecto, trata de um “reequilíbrio entre três conceitos: imputação, solidariedade e risco” (Barbosa-Fohrmann, 2016, p. 372).

É no pensamento aristotélico que reformula a noção de responsabilidade ambiental, no qual a prudência do homem é um

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