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Questões Fundamentais De Hermenêutica - Resumo

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Por:   •  4/9/2013  •  3.641 Palavras (15 Páginas)  •  1.397 Visualizações

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A Hermenêutica é um problema fundamental da atualidade, também o objetivo que ele designa tornou-se mais incisivo, sobretudo nas questões da justa compreensão bíblico-teológica. Toda compreensão e interpretação, porém, tanto no sentido bíblico-teológico, como no histórico ou no das ciências do espírito, remonta essencialmente a pressupostos, cuja investigação e esclarecimento é tarefa da filosofia. Dessa maneira, formulam-se questões de importância básica para filosofia em geral.

O termo hermenêutica provem do grego que significa: declarar, anunciar, interpretar ou esclarecer e por último, traduzir, aceita essa multiplicidade de significados, pois todos eles querem levar ao significado que alguma coisa é “tornada compreensível”, isso ocorre em qualquer enunciado linguístico, que pretenda despertar uma compreensão, tornando algo inteligível, é oque sucede, principalmente, na interpretação ou esclarecimento de um enunciado talvez obscuro, de difícil compreensão, como por exemplo, um texto histórico e literário, que pode ser um texto histórico ou literário, cujo sentido não aparece imediatamente, mas deve antes ser tornado compreensível. E, por último, tal coisa ocorre na tradução, que consiste na modificação da língua de um horizonte para outro horizonte.

Como se vê hoje mais que nunca, cumpre enquadrar o problema da hermenêutica bíblica num amplo contexto das ciências do espirito e sobre o fundo dos pressupostos teórico-científicos, metodológicos e também filosóficos postos em evidencias desde Schleiermacher, e depois por Dilthey e Heidegger, terminando recentemente por Gadamer, herdeiro e continuador desta tradição.

Com o decorrer dos decênios o significado da palavra hermenêutica mudou profundamente, ela formulava regras para uma correta interpretação das sagradas escrituras, e, portanto relacionava-se imediatamente com a “práxis” do trabalho exegético, servindo a ele. Agora à hermenêutica se defronta com a pergunta sobre “oque significa realmente compreender?”.

A partir do começo da era moderna um problema se agravou, A Reforma aprego a exigência de uma volta à pura palavra da Escritura. Conforme Lutero, a Bíblia não deve ser exposta segundo o ensino tradicional da igreja, mas apenas compreendida por si mesma. O princípio da “Scriptura sola” representa um novo principio hermenêutico, contra o qual a igreja católica declara no Concílio de Trento que cabe à Igreja a interpretação das escrituras: ”Compete-lhe o julgamento acerca do verdadeiro sentido das escrituras”, existe um princípio hermenêutico, que exige ser a Escritura compreendida a partir de todo o contexto da vida e da doutrina da igreja, dessa forma a pessoa pode chegar a um entendimento sobre as Escrituras, mas com o surgimento do protestantismo uma teologia “ortodoxa”, cuja doutrina de “inspiração verbal” separa ainda mais a Escritura de seu Original contexto histórico, fechando-se a uma compreensão histórica e exigindo que se entendesse cada palavra imediatamente como palavra de Deus, com o iluminismo o problema se tornou cada vez mais agudo, ainda que em sentido oposto, pois agora o protestantismo ira penetrar sobre o domínio protestante.

Apesar de tais problemas, contudo, os enunciados bíblicos não devem ser entendidos em seu conteúdo “objetivamente”, mas apenas em sua significação “existencial”, verifica-se que, para Bultmann, passa a um segundo plano a questão das realidades históricas, a que se referem às narrativas.“Assim é que perde totalmente importância o problema do “Jesus histórico”, em face do“ Cristo da fé”, o qual, independentemente de toda realidade histórica e demonstrável, é a única coisa que tem importância existencial para o crente, agindo como “evento de Cristo” na história e convocando para a decisão da fé, alguns autores, como Barth, acentuam que em primeiro lugar vem a palavra de Deus, a livre auto revelação de Deus em Jesus Cristo, a qual não pode ter sido esperada ou calculada pelos homens e cujo o sentido não pode ser compreendido pelo horizonte limitado do homem. Entretanto, o problema da hermenêutica bíblica não se reduz ao âmbito da teologia protestante, embora atinja aí sua maior agudeza.

O Problema filosófico

O problema da Compreensão

Em um contexto filosófico surge, pela primeira vez, o problema do conceito e da questão hermenêutica, em Schleiermacher. Ele tomou o termo da linguagem tecnológica, mas o problema bíblico-hermenêutico da correta compreensão e interpretação da sagrada escritura é posto por ele no horizonte mais amplo de uma interpretação histórica e literária – que se diria mais tarde ser das ciências do espirito – que ele procura esclarecer filosoficamente. Isso, sobretudo em suas preleções sobre hermenêutica, mas o problema hermenêutico está presente em todas as suas outras obras. A hermenêutica para Schleiermacher a “ arte da compreensão “ ou, mais exatamente, uma arte que, como tal, não visa o saber teórica, mas sim o uso prático, métodos das ciências naturais e os históricos pelos dois conceitos: “compreensão”. Esclarecer significa a redução causal de cada fenômeno a leis gerais e necessárias; compreender, pelo contrario, corresponder a aprender o individual em sua peculiaridade e em sua significação.

Não e nossa intenção acompanhar aqui mais detidamente o conceito de compreensão como foi empregado por Droysen, Dilthey, Richert e outros, e como isso repercute na discussão posterior, tanto psicológica como da teoria da ciência. Em todo caso, cumpre reter aqui a verdade de que a “compreensão” se opõe a “esclarecimento”, caracterizando a diferença do conhecimento histórico ou de ciência do espirito em relação aos métodos de ciências naturais, e, além, disso, a verdade de que a compreensão de um conteúdo individual aparece condicionada por uma totalidade simultaneamente aprendida ou pressuposta, e que mais tarde – sobretudo desde Husserl e Heidegger – se exprime pelo conceito de “horizonte”.

No entanto existe uma análise de compreensão muito importante, a de Heidegger, Heidegger fala do “circulo hermenêutico”, que, quando à realidade, já era conhecido por Schleiermacher e outros autores, mas só foi expressamente formulada por Heidegger, entrando desde então em toda discussão sobre o problema hermenêutico. Toda compreensão apresenta uma “estrutura circular”, visto que só dentro de uma totalidade já dada de sentido uma “coisa” se manifesta como uma “coisa”, e uma vez que toda interpretação – como elaboração da compreensão – se move no campo da compreensão prévia, pressupondo-a, portanto como condições de sua possibilidade. Toda interpretação,

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