RESENHA CRÍTICA - Walter Benjamin
Por: Gabriel Brito • 13/7/2021 • Resenha • 839 Palavras (4 Páginas) • 235 Visualizações
RESENHA CRÍTICA
A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica
Texto de Walter Benjamin publicado em 1955
O autor apresenta-nos que as obras de artes desde seus primórdios foram possíveis para reprodução tanto pelos próprios artistas, mestres, e seus aprendizes, porém a reprodução técnica trata-se que algo novo. Há a citação de que os gregos tinham conhecimento sobre fundição e cunhagem, reproduzindo moedas a partir dos metais e utensílios de terracota, sendo as esculturas e pinturas artes de não reprodução em série, porém o uso da madeira para fins artísticos fez com o surgimento da xilogravura permitisse a reprodução de desenhos, e logo em seguida, a tipografia transformou a escrita e a litografia proporcionou às artes gráficas não apenas a reprodução em série para fins comerciais, como a produção e disseminação de novas artes. Com o passar todos tempos a fotografia veio a substituir a litografia e outras artes por sua instantaneidade e a troca dos serviços feitos pelas mãos pelo uso constante dos olhos, fixos e objetivos tornando o processo de produção artístico mais rápido. A reprodução técnica da arte impôs uma nova forma de arte, qual a origem no cinema como arte visual e sonora também colaborará.
Por mais perfeitas que as reproduções tentassem ser a arte foi perdendo sua autenticidade, por carecer de seu “aqui e agora”, como diz Benjamin. Tal conceito representa a existência única e o lugar onde a arte se encontra, vinculando-se com a sua história, que apesar do passar dos tempos não perderia suas propriedades devido a sua originalidade. Com a reprodução técnica essa relação entre a natureza original e o homem se perde, e a fotografia, por exemplo, com suas habilidades de ampliação da imagem, realce dos aspectos que escapam a visão natural e sua reprodução de cópias estreita a relação da arte original ao espectador, pois o mesmo contenta-se com a imitação, quebrando a transmissão de testemunho histórico entre obra e homem, o que atinge de forma prejudicial a aura da arte. A reprodutibilidade técnica da obra de arte permite a reprodução de eventos que antes eram únicos e o cinema foi a maior prática dessa reprodução de acontecimentos.
A exclusividade de uma obra vêm principalmente de sua integração com as tradições culturais de cada sociedade, que como dito no texto vincula-se a dois valores, inicialmente valor de culto, onde a arte fundamentava-se em questões misticas e religiosas, e a partir da reprodução técnica tem-se o valor de exposição baseado da produção para expor e consumir. Com o advento da fotografia e do cinema a fundamentação no ritual transforma-se em política, tendo como reação a essa crise na arte a doutrina de “arte pela arte”, que resistiu a reprodução técnica de maneira mais crítica ao cinema do que a fotografia, pois a mesma ainda resguardava o valor do culto a saudade, por meio das fotos de entendes falecidos, como citado no texto.
Discutisse no texto sobre as controvérsias da pintura com a fotografia, assim como do teatro com o cinema. Os atores cinematográficos apenas desempenham papéis em ambientes planejados, às vezes com produzem situações que antes nem se cogitava a possibilidade de realização, diferentemente do teatro onde os atores atuam como si mesmos de maneira real, tais disparidades evidenciam a forma como o cinema tem poder de manipulação na reprodução do original. Há críticas de como o cinema contribuiu para a construção de uma “necessidade” de exposição e manipulação de opiniões, pois antes cada espectador tinha sua própria percepção e conclusão de uma obra, diferente das reproduções, como do cinema, que com seus aspectos visuais e sonoros, influenciam a formação de uma opinião coletiva que norteá a formação geral, perdendo a aura da obra original e seu contato de reflexão com o homem, que não está presente tanto no cinema como na obra, por entregarem matérias definidas de contexto. Observa-se no trabalho com as realidades de que a arte original tem uma distância do natural com a realidade, diferente das reproduções que aprofundasse na realidade.
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