RESENHA: Cap 1 O HOMEM E A TECNOLOGIA
Por: jandrabreu • 18/5/2017 • Resenha • 1.441 Palavras (6 Páginas) • 1.090 Visualizações
PINTO, Álvaro Vieira do volume I “O conceito de tecnologia. Rio de Janeiro: Contraponto, 2005
RESENHA: Cap 1 O HOMEM E A TECNOLOGIA
O livro “O conceito de tecnologia”, foi publicado após a morte do autor pela Editora Contraponto, em dois volumes. O material foi descoberto ao acaso por sua irmã, então responsável pelos seus bens e escritos do autor após a sua morte e de sua esposa. Este livro, referente ao volume 1, é composto de sete capítulos intitulados: Em face da era tecnológica, O homem e a máquina, A técnica, A tecnologia, As Antecipações da “razão técnica”, O conceito de tecnoestrutura e o Desenvolvimento e categorias da razão técnica, porém nesta resenha, vamos limitar os quatro primeiros. Destacando que nesta obra o filosofo defende a técnica e a tecnologia como parte do processo existencial do ser humano, pois o ser humano não seria humano se não vivesse com a técnica e assim, portanto, sempre viveu em uma era tecnológica.
1.1. Em face da “era tecnologia
No capítulo I “Em face da “era tecnologia” o autor realça os fundamentos filosóficos da relação “homem e tecnologia” enfatizando que em uma das tentativas mais antigas de explicar as origens da filosofia, Aristóteles apresenta como razão para o surgimento do pensar racional o estado de espanto ou a possibilidade que o homem tem de maravilhar-se diante do espetáculo da natureza. O filósofo faz esta referência não para discutir a problemática em relação à raiz da filosofia, mas para expressar como ela se contrapõe de maneira radical ao maravilhar-se do homem atual que, pelo afastamento do mundo causado pela perda habitual da prática de transformação da natureza bruta, passa a maravilhar-se diante daquilo que é um produto seu, pois a “atitude de maravilhar-se com a criação humana não é apenas histórica, mas tem fundamento na constituição da sociedade (p. 39)”, como podemos ver no tópico O homem maravilhado. Em seguida aborda o conceito de ‘era da informática’ encobrindo, ao lado de um significado sério e razoável, outros caracteristicamente ideológicos, os quais buscam fazer crer, à consciência ingênua, que o homem atual tem a felicidade de viver nos melhores tempos jamais desfrutados pela humanidade. Um desses sentidos é aquele que converte a obra técnica em valor moral. O filósofo mostra que o conceito de era tecnológica organiza-se como arma para as classes dominantes, onde se endeusava o desenvolvimento contemporâneo, na procura de dois resultados: Revestir tal ingenuidade com valor ético positivo e manejá-lo como instrumento para silenciar as manifestações da consciência política e crítica das nações subdesenvolvidas e emergentes com respeito ao seu desenvolvimento tecnológico.
Já no tópico três o autor associa a técnica ao processo de produção, destacando ainda, que “toda possibilidade do avanço tecnológico está ligada ao processo de desenvolvimento das forças produtivas da sociedade, a principal das quais se cifra no trabalho humano (p, 49)”. Nomeado de o ponto de partida para se entender e compreende a técnica e sua influência na mecanização do processo de trabalho, enfatiza que o ponto de chegada talvez seja explícito no fato de:
[...] o novo de cada momento representa sem dúvida um novo diferente, distinto, possuindo caráter ímpar, do contrário não seria reconhecido, mas deve ter, contudo algo em comum com todos os outros ‘novos’ precedentes, justamente para ser percebido e conceituado como novo (PINTO, 2005, p.80).
A faculdade de projetar é o quarto tópico, no qual Álvaro Vieira Pinto, destaca que a essência da capacidade de projetar incide no modo de ser do homem que projeta o seu ser mediante o trabalho ativo de modificação da realidade material, tornando-se o outro que projeta ser em virtude de ter criado para si diferentes condições de vida e constituído novos vínculos produtivos tanto com o mundo físico como, também, com o seu mundo social. E, por isso, que este é um dos conhecimentos que diferenciam os seres humanos de todos os demais entes vivos do planeta. Segundo o filósofo os entes humanos são os únicos seres vivos que projetam o seu ser.
Por fim o autor conclui o capítulo I com o conceito de produção e de “era tecnológica. Para ele apenas o homem deve ser considerado um animal que produz, devido seus recursos, uma vez que tem “posse de um sistema nervoso suficientemente desenvolvido para elaborar, em forma de idéias abstratas e universais (p.61)”. Sendo assim o ente humano é o único animal que produz a si mesmo pelas suas criações tecnocientíficas, por isso, a história da técnica manisfeta a história de todas as produções humanas nos seus processos virtuais e atual de humanização.
O homem e a máquina
No Capítulo II “O homem e a máquina” o autor fundamenta a compreensão da máquina, no primeiro tópico de maneira crítica possibilitando entender que a máquina desde as mais simples ferramentas até as mais evoluídas máquinas automáticas, não tem início em si mesmas, mas sim naquelas que as antecederam através da criação dos homens. Desta forma, toda e qualquer máquina é o decorrência de um longo processo de acumulação de conhecimentos reflexivos e dos materiais e dos fenômenos encontrados na natureza. Sendo assim o ente humano o único ser vivo detentor de cultura e diferentes linguagens
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