Resenha - O Homem Elefante

RESENHA DO FILME: THE ELEPHANT MAN - (O Homem Elefante)

A história de John Merrick, um infeliz cidadão da Inglaterra que era portador do caso mais grave de neurofibromatose múltipla registrado, tendo 90% do seu corpo deformado. Esta situação tendia fazer com que ele passasse toda a sua existência se exibindo em circos de variedades como um monstro. Inicialmente era considerado um débil mental pela sua dificuldade de falar, até que um médico, Frederick Treves, o descobriu e o levou para um hospital. Lá Merrick se liberou emocionalmente e intelectualmente, além de se mostrar uma pessoa sensível ao extremo, que conseguiu recuperar sua dignidade. Neste momento da sua vida Sra. Kendal, uma grande atriz, foi bem importante para Merrick, que por motivos óbvios tinha um grande problema em ver seu rosto, tanto que no hospital era terminantemente proibido que houvesse qualquer espelho próximo a John. Sra. Kendal soube como poucos fazer Merrick recuperar sua auto-estima, pois ela era realmente uma amiga dele, enquanto alguns membros da sociedade londrina iam visitá-lo só por "estar na moda". Mas por ter dois "anjos da guarda", Treves e Kendal, o drama de Merrick sensibilizou até a coroa britânica, que pediu que Merrick fosse amparado para sempre, pois haviam pessoas que eram contra a sua permanência no hospital, pois ele era um caso incurável.

O Homem elefante é o tipo de história que choca por sua aparente fantasia ter sido realidade. De uma forma extremamente circense um homem que considerava-se dono de John Merrick o usava para fins lucrativos, aproveitando-se dos defeitos congênitos que apresentava a fisionomia de Merrick que por sinal era completamente desfigurada, lembrando o excesso de pele que há na face dos elefantes. O homem elefante é retratado no filme como um escravo de sua condição física, e através dela é apresentado em shows de horrores para sobreviver. A grande reviravolta na vida de Merrick se dá quando conhece o Dr. Treves que consegue dar legitimidade ao conflito científico X humanitário certamente vivido pelo médico ao deparar-se com ele.

Durante o filme pôde-se observar que apesar de o homem elefante ser visto como uma aberração, ele mostra que também é humano e tenta interagir com os membros de sua espécie.

Quando se descobre que Merrick é capaz de ler, de produzir arte, de sentir gosto pela companhia das pessoas, verifica-se que o conflito animal-humano existe apenas na sua aparência física, pois consegue expressar sua sensível humanidade de maneira plena.

É importante lembrar a brutalidade animalesca dos seres humanos “perfeitos” fisicamente que se aproveitaram do defeito de Merrick para divertir-se perversamente e ganhar dinheiro. Neste sentido, aqui fica uma pergunta questionadora sobre quem realmente seria o animal? Um ser humano com o corpo desfigurado, mas, que possuía um grande coração e uma imensa compaixão e capacidade de perdoar a todos para ser aceito, ou um ser humano de físico normal, mas que guarda um animal brutal no seu interior?

A cena do filme mais marcante foi o momento em que Merrick ao se ver acuado por alguns curiosos que o perseguiam ao descer do navio, criou coragem e audácia para de fato encarar sua realidade e aparência externa, tirando de forma verbal a horrível máscara do auto-preconceito, deixando o homem elefante de lado, e assumindo