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RESENHA DO LIVRO “O DISCURSO DA SERVIDÃO VOLUNTÁRIA” DE ÉTIENNE DE LA BOÉTIE

Por:   •  13/10/2020  •  Resenha  •  674 Palavras (3 Páginas)  •  1.000 Visualizações

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RESENHA DO LIVRO “O DISCURSO DA SERVIDÃO VOLUNTÁRIA” DE ÉTIENNE DE LA BOÉTIE

Nesse livro, o autor fala sobre temas polêmicos na sua época e tenta entender como as pessoas se submetem a outros abrindo mão,na maioria das vezes, de sua própria liberdade. Ele também mostra as principais características dos tiranos, além de apresentar a liberdade como um dom natural, e a tirania como a oposição da ordem natural. Durante o livro o autor aprofunda-se nos aspectos da tirania e em como ela deixará de existir.  

 

O autor inicia o texto definindo os temas, retirando qualquer alusão a formas corretas e ideais de governo, e pontuando o tratamento no entendimento das razões que levaram tantas nações, homens, cidades e burgos a se sujeitar ao poderio de um homem só.  

 

A sujeição abordada é sobre quando os próprios indivíduos se submetem voluntariamente. No caso em questão, eles aceitam o plano de uma pessoa e não devem inspirar medo de seus próprios atributos.

 

Segundo o autor, essa situação é absurda, pois é difícil acreditar que os indivíduos sejam capazes de abrir mão de sua liberdade para se submeter a alguém que vai limitá-los, porém, ao contrário do que podemos pensar, de acordo com o ambiente essa servidão não pode ser chamado de covardia. Para ele a covardia não vai tão longe, é um grande vício da servidão. O vício não é algo inerente à natureza humana, aliás, para o autor, essa natureza é igual ao que se observa nos animais: está relacionada à liberdade, não ao escravo, é o portador da liberdade natural e da servidão. Apesar da prática da servidão, ainda é possível deixar este estado. A saída do estado de servidão pode ser entendida como uma ação passiva e não revolucionária. Isso porque as pessoas não precisam nem lutar e fugir, pois ele será destruído no dia em que o país se recusar a servi-lo, pois são os povos que se deixam oprimir, que tudo fazem para serem esmagados e deixariam de ser no dia em que deixassem de servir. Portanto, as pessoas que desejam reconquistar sua liberdade não significa um grande comportamento empreendedor, mas simplesmente recusar-se à escravidão, recuperando assim sua liberdade.

 

Depois de formar essas considerações, começamos a estudar como o “vício” de servir se enraizou a ponto de fazer as pessoas acreditarem que o amor à liberdade não é o estado natural do homem.

 

Enfatiza também a relação de apoio estabelecida entre o povo e seus próprios algozes, existindo três tipos de tiranos, os que obtêm o poder por eleições do povo, os que o tomam pela força das armas e outros que herdam o trono. Embora existam diferenças entre eles, especialmente na forma como assumem o poder, quase sempre é semelhante a maneira de governar e tratar seus súditos.  

 

Segundo La Boétie, as pessoas se acostumaram com a nova situação em que sofrem, tanto que não vêem isso como uma perda de liberdade, mas sim como ganho de servidão. As próximas gerações ficam felizes em completar o trabalho do passado impondo caminhos e pensam que suas condições são naturais. A primeira razão para a servidão voluntária são os costumes, porque as pessoas consideram certas as coisas naturais às quais estão acostumadas. Dá motivos para os indivíduos se submeterem voluntariamente à servidão. Uma das razões para a escravidão voluntária é a perda de coragem. Nesse caso, os homens nascem servos, criados exatamente assim, e então reproduzidos a partir daí.

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