RESENHA Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres de Clarice Lispector e As múltiplas dimensões do aprender de Silvio Gallo
Por: João Frutuoso • 30/9/2018 • Monografia • 830 Palavras (4 Páginas) • 496 Visualizações
FACULDADE SESI-SP DE EDUCAÇÃO - FASESP
JOÃO VÍTOR SILVA FRUTUOSO
RESENHA
Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres de Clarice Lispector e As múltiplas dimensões do aprender de Silvio Gallo
São Paulo
Junho de 2018
Resenha – Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres de Clarice Lispector e As múltiplas dimensões do aprender de Silvio Gallo
João Vítor S. Frutuoso – 1° ano Ciências Humanas
Professor Anderson Zanetti
“Felicidade e bons momentos podem ser encontrados até mesmo nos momentos mais sombrios, apenas é preciso lembrar de acender a luz” (ROWLING, 1999).
Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres conta a história de Lóri e Ulisses, em um processo de autodescobrimento. Lóri, uma mulher em um caminho de aprendizagem na busca do prazer. Fechada, travada, Lóri conheceu o amor e o amar apenas como modificação idealizada, tornando-se, de certa forma, incapaz de sentir prazer e encontrar com seus desejos. Ao seu lado está Ulisses, um filósofo, espécie de tutor e companheiro de Lóri, que a acompanha e mostra-lhe o caminho do encontro como seu próprio corpo para, enfim, poder dar-se a ela e recebe-la por completo.
A história de Lóri e Ulisses é romanceada pela brilhante e única Clarice Lispector, que discorre intensamente as emoções do casal ficcional no livro, a fim de que acessássemos as sensações das personagens demasiadamente em uma condição de onipresença.
O romance faz-nos analisar a vida como algo empírico, que é sujeito necessariamente às experiências da realidade em que vivemos. O livro faz perceber também que precisamos estar dispostos a viver da contingência, pois nada é previsto. Afirmo depois da leitura, que o acaso é algo que angustia as pessoas, pois é preciso tempo para saber como proceder diante do mesmo, angústia intensa vivenciada por Lóri diversas vezes, e é certo que nunca saberemos, mas é certeza que conseguiremos superar e tirar proveito de tudo que as eventualidades nos proporcionarem, até porque “felicidade e bons momentos podem ser encontrados até mesmo nos momentos mais sombrios, apenas é preciso lembrar de acender a luz” (ROWLING, 1999).
Do ponto de vista formal, o texto inicia com uma vírgula, avisando de imediato o leitor sobre o que espera. Enquanto Lóri faz a sua travessia em direção ao amor e ao prazer genuínos, superando obstáculos internos, o texto também propõe uma provocação a quem o lê. Como se dissesse:
“[...] não venha ao livro em busca apenas de um bom enredo, tenho mais a oferecer” (LISPECTOR, 1969).
É fato que a obra, em torno da personagem Lóri traz muitas modificações das propostas e resultados esperados por Ulisses. Lóri passa a vivenciar a beleza do que é novo e não só do que pode ser encontrado na bondade, é a adoção da refutação de muitos sentimentos para ressignificá-los e para a vivência, da autoanálise. É a transformação através dos signos imperfeitos.
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