RESUMO DAS VÍDEO-AULAS E CONSIDERÁÇOES SOBRE O FILME FREUD ALÉM DA ALMA
Por: pinhoto • 11/9/2016 • Trabalho acadêmico • 1.427 Palavras (6 Páginas) • 719 Visualizações
[pic 1]UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA[pic 2]
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
Campos de Assis
Curso de Psicologia
PAMELA CRISTINA VINHOTO
RESUMO DAS VÍDEO-AULAS E CONSIDERÁÇOES SOBRE O FILME FREUD ALÉM DA ALMA
PROF. HELIO REBELLO CARDOSO JÚNIOR
FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS
ASSIS
ABRIL DE 2016
[PARTE 1]
Na psicanalise, encontramos o tripé epistemológico (triangulo epistemológico). São três vértices assimétricos, pois dois deles são científicos e o outro é relativo a pesquisa.
O primeiro vértice corresponde a anatomia, a histologia do sistema nervoso (explicação sobre como era possível o surgimento das neuroses). O segundo vértice corresponde a aspectos fisiológicos (fornece elementos para que fosse possível se pensar sobre o surgimento da histeria). Já o terceiro vértice, corresponde à área clínica (relativo ao tratamento da neurose, principalmente da histeria).
Com este tripé em mente, chegamos à uma questão: Que tipo de conhecimento se pode almejar em termos de conhecimento da mente humana?
Para podermos tentar responder à esta questão, é preciso ter como base dois textos freudianos:
- Projeto para uma psicologia cientifica, e
- Estudos sobre a histeria.
Estes textos trazem dois aspectos, I) A reunião do conhecimento cientifico ou clínico da época (séc. XIX e XX) a respeito das neuroses, particularmente da histeria, e também II) Propõem uma teoria geral das neuroses (inovação em termos de pensamentos filosóficos, científicos e psicológicos da época, pois procura ordenar a dispersão de sintomas no amplo campo da neurose).
Com base na teoria geral, Freud criou um modelo neurônico para poder explicar os sintomas da histeria, chegando à pergunta: Qual o grande desafio epistemológico que as histerias apresentam?
Um celeuma dessa questão, são os sintomas somáticos (visíveis) da histeria, onde temos paralisias totais (sem nenhum movimento) e paralisia dinâmica (onde o corpo ainda possui uma certa sensibilidade, ele aparenta ‘vibrar/tremer’, mas não corresponde à nenhum comando ou estímulo. Esses sintomas não possuem cargas orgânicas, ou seja, não são causados pelo corpo.
Com isso, levanta-se duas hipóteses:
- Relações entre processos mentais e excitação neuronal (são quantitativas, Q, cargas elétricas medidas); e
- Os próprios neurônios, N, que são as células (aspecto estático do sistema).
Essas duas hipóteses geraram o Princípio da Lei da Inércia Neuronal (O sistema nervoso descarrega tudo o que recebe). Procura explicar mecanismos que desencadeiam os sintomas, a relação entre psíquico (processos mentais [Representações] – qualidades: sensações, sentimentos, emoções; aquilo que não pode ser mensurado) e somáticos (excitação neuronal [Afeto] – quantidades: podem ser medidas, são cargas elétricas que circulam pelo corpo)
. Uma alteração do corpo se torna neurótica quando ocorre uma dissociação de representação e afeto, ou seja, hipótese de tradutibilidade de afeto, processo mental quantitativo neurótico, rompido pela dissociação.
Com base nisso, existe três subsistemas: Fi (ɸ), Ômega (ɷ) e Psi (ψ).
- ɸ – Formado de neurônios permeáveis (barreiras de contato), que não oferecem resistência à vazão de Q e destinados às sensações;
- ɷ – As barreiras de contato diminuirão ao máximo a quantidade de fluência, possui uma baixa quantidade de Q, destinados à percepção/consciência; e
- ψ – formado de neurônios impermeáveis, dotados de resistência, retém o Q e portadores de memória.
Deste modo, Freud questiona: Onde, dentre esses três subsistemas, a associação entre representação e afeto poderia estar sendo feita?
Freud responde que, por hipótese, isso acontece na memória. Esta conclusão ocorreu depois de estudos de casos clínicos, onde observavam que as associações e representações mentais e afetos, sempre têm componentes mnemônicos (que são, aparentemente, complexos, pois não envolvem associações simples, mas com muitas variáveis) importantes, que estão associados à memória.
[PARTE II]
Questão: Por que a dissociação entre representação e afeto se dá no subsistema Psi e qual mecanismo que descreve essa dissociação?
Encontramos uma certa heterogeneidade quanto a resposta dada à essa questão. Isso não é simplesmente, e unicamente, um fruto de uma dificuldade epistemológica, a variação das respostas indica que existe uma evolução importante quanto a questão epistemológica. O filme Freud através da alma traz uma linha de raciocínio muito importante: o deslocamento dos métodos de intervenção ou de terapia sobre a histeria. Os métodos, num primeiro momento, estavam associados à técnicas de hipnose, de acesso a memória, onde se encontraria os afetos (traços mnemônicos que perderam as suas representações na dissociação). Usar a hipnose, seria encontrar as lembranças originadas em dissociações. Uma vez que a associação entre representação e afeto era feita, o sintoma desaparecia. Com o decorrer das seções, notou-se que a hipnose não curava realmente uma histeria, apenas impedia, na maioria das vezes, que os sintomas voltassem. Com isso, deduz-se que no subsistema ψ há complexas redes de associação mnemônicas que tornam o processo de dissociação acessível somente nas camadas mais profundas da memória, sendo necessário ir mais afundo no subsistema ψ para melhor entender a dissociação. O tratamento da histeria por meio da hipnose foi entrando em desuso, onde Freud buscou desenvolver técnicas de acesso à esses trações de memórias baseadas em cartase.
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