RESUMO LIVRO ZILES URBANO COMPLETO
Por: jhkjgjvvv • 12/12/2017 • Resenha • 4.088 Palavras (17 Páginas) • 867 Visualizações
CETEBES – CENTRO DE EDUCAÇÃO TEOLÓGICA BATISTA DO ES
Campus Avançado Sul
ELVIS DE SOUZA SILVA
TEXTO DISSERTATIVO – ZILES URBANO
Cachoeiro de Itapemirim
2017
CETEBES – CENTRO DE EDUCAÇÃO TEOLÓGICA BATISTA DO ESPÍRITO SANTO
Campus Avançado Sul
ELVIS DE SOUZA SILVA
TEXTO DISSERTATIVO
Trabalho apresentado na Disciplina de Filosofia aplicada do 3º ano, do Curso Livre de Teologia do CETEBES - Centro de Educação Teológica Batista do ES, campus Sul.
Prof.: Fernanda Camargo
Cachoeiro de Itapemirim
2017
Ocupando-nos do pensamento de Karl Marx (1818-1883) e F. Nietzsche (1844-1900); vamos a um quadro geral trabalhado por Urbano Zilles acerca dos motes centrais destes pertinentes nomes do século XIX em torno de suas idéias e argumentações que embasaram seus preceitos enquanto críticos da religião.
De início Zilles trata de fazer um percorrido da trajetória de Marx; nascido em 5 de maio de 1818 em Tréveros, cidade que exercia importante papel na cultura da religião no século XIX, ali também fora ponto de encontro do liberalismo revolucionário vindo da França e do conservadorismo do Antigo Regime liderado pela Prússia. Dentro desta perspectiva aponta Zilles que na Prússia a filosofia de G. W. F. Hegel (1770-1831); convertera-se numa espécie de ideologia oficial; assim como as idéias liberais conquistavam a Prússia, pois o governo de Frederico Guilherme IV (1795-1861) anunciara a abertura política. O contexto histórico que se delineava era o liberalismo alemão, influenciado pelas idéias da Revolução Francesa, abriu-se fogo contra o aliado mais fraco do Estado, que era a Igreja e a religião. Também adjunto a essa perspectiva os discípulos de Hegel constituíram a esquerda hegeliana, que elaborou uma crítica a partir do interior do próprio sistema hegeliano; no percurso dos acontecimentos o jovem Marx, depois de estudar direito durante um ano em Bonn (1835), foi a Berlin e se integrou no clube dos doutores da esquerda hegeliana. Marx era um judeu, educado na religião cristã protestante, então se tornou ateu, pois os membros do clube dos doutores professavam o ateísmo.
Neste percurso Zilles nos diz que Marx casou-se em uma igreja luterana e sua mulher, além de cuidar da casa e dos filhos, ajudava-o na datilografia e correção dos manuscritos. Em 1843, Marx transferiu-se para França, Paris; ali levou uma vida burguesa, recebendo auxílios da Alemanha. Enfatiza Zilles que Marx nunca tinha sido operário; iniciando longa amizade com Friederich Engels (1820-1895); então começa a ocupar-se com economia política. Marx tomou conhecimento da aliança comunista de Londres e sem filiar-se participou de alguns encontros secretos, reconhece então a possibilidade gigantesca do movimento organizado de trabalhadores, daí tornou-se um teórico do proletariado; também Marx viveu com o auxílio de amigos, em especial do capitalista bem sucedido Engels.
Para Marx, sua escolha pelo ateísmo determina o cientista analítico, então propõe o ateísmo como fundamento e ideologia para o socialismo; também Marx apropriando-se das idéias de Hegel, herdou a interpretação dialética da história, apreende as questões da essência social do homem, a significação do fator trabalho para sua auto-compreensão, e o reconhecimento da alienação. Marx aceita de Hegel o profundo sentido da história, mas também o caráter totalizante e totalitário de seu sistema. Sublinha Zilles que, por outro lado Marx rejeitou o idealismo, que é o cerne do sistema hegeliano, e substitui-o pelo materialismo. Então Marx transpõe, a dialética hegeliana do plano do espírito para o plano das necessidades materiais, interpretando a história e a política em função da luta de classes. Contudo nos diz Zilles que para Marx, a dialética da experiência desenvolvia-se no plano prático das necessidades materiais do homem e não no plano teórico; todavia Marx chega ao seguinte postulado: o econômico ou material é a infra-estrutura, o resto é super-estrutura. Segundo Marx, a sociedade capitalista gerou a burguesia e o proletariado; porém, o próprio regime capitalista gerou sua negação, o proletariado. Neste quadro Marx pretende criar, pela revolução comunista, a sociedade perfeita; ou seja, a sociedade sem classes. Nesta sociedade homogênea, para Marx, não mais haveria exploração sendo, portanto satisfeitas todas as necessidades de todos; com isso automaticamente projeta Marx que cessaria a idéia de Deus.
Adiante Zilles nos diz que na questão da religião Marx está em oposição a Hegel, situando-se ao lado de Feuerbach (1804-1872). E deste aceitou não só o materialismo, mas também a crítica da religião; portanto para Marx o ateísmo é evidente, tão evidente que ele dispensou qualquer investigação mais séria de sua parte. Aqui enfatiza Zilles que Marx sequer examinou seriamente qualquer hipótese, tomando a religião como produção e alienação do homem. Vale ressaltar que Marx queria detectar as causas que geram o conflito originante e superá-la, destruindo a religião. Neste enfoque, enquanto Feurbach espera a transformação da sociedade através do iluminismo como mudança de consciência, e apela ao indivíduo da sociedade burguesa, tentando superar o egoísmo pelo amor; Marx analisa a emancipação humana como questão social do ponto de vista econômico, político e ideológico, não como problema do indivíduo, mas sim de classes. Portanto para Marx, se espera a transformação através da revolução social, então postula a revolução comunista.
Continua Zilles a enfatizar que para Marx, a religião aliena o homem, sendo a idéia de Deus o resultado de uma economia alienante e a religião é o aroma de uma sociedade alienada. Na concepção filosófica de Marx, somente a práxis revolucionária seria capaz de emancipar radicalmente o proletário industrial, dispensando o consolo da religião; todavia em Marx a religião é uma consciência errônea do mundo da qual hipnotiza os homens com falsa superação da miséria e assim destrói sua força de revolta. Assim Zilles corrobora que a crítica de Marx constrói-se sobre o eixo das alienações, tratando-se de situações em que o homem perdeu a si mesmo. Em meio a isso, na alienação religiosa, o homem segundo Marx, perdeu-se na ilusão de um mundo transcendente. Daí a religião nasce, segundo Marx, da convivência social e política perturbada dos homens. Neste quadro, do ponto de vista econômico, a alienação religiosa tem sua origem na divisão do trabalho, pois na sociedade capitalista os meios de produção tornaram-se propriedade privada; no processo tecnicizado da produção industrial, os operários só têm o trabalho para vender e por ele recebem um preço. Porém este preço é menor que o produto, pois o dono dos meios de produção detém a plus-valia, de modo que seu capital se acumule à custa dos verdadeiros trabalhadores. Então nesta perspectiva, a alienação religiosa funda-se, segundo Marx, na alienação econômica; por isso é preciso mudar as relações de produção.
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