Relação entre Moralidade e Felicidade

Qual a relação entre moralidade e felicidade?

Segundo o dicionário Michaelis o conceito de moralidade pode ser compreendido por: “1. Qualidade do que é moral, conformidade de uma ação ou doutrina com os preceitos da moral sã”, e moral: “1. Relativo à moralidade, aos bons costumes. 2. Que procede conforme à honestidade e à justiça, que tem bons costumes. 3. Favorável aos bons costumes. ” Enquanto felicidade é caracterizado por: “1. Estado de quem é feliz. 2. Ventura. 3. Bem-estar, contentamento.”. 

Temos assim, o conceito de moralidade totalmente ligado aos bons costumes. E o que são os bons costumes? O termo “bons costumes” em nosso meio, associa-se a uma moralidade dita pela maioria como leis que se deva seguir para garantir o suposto bem-estar a todos. Vivemos, portanto, em uma sociedade que considera moralidade e felicidade como causa e consequência. Percebemos isto, ao entender que felicidade e os bons costumes (moralidade), representa/busca, respectivamente, o bem-estar. 

Tendo nós, uma sociedade –ainda– altamente tradicional, e tendo o poder legislativo que representa a sociedade como um todo também altamente tradicional, temos por consequência, leis que seguem o moralismo imposto por uma maioria tradicional. 

Falamos então da maioria, e quando assim o fazemos geramos uma divisão, onde por consequência, teremos uma minoria. E essa minoria não possui a mesma concepção de moralidade que as pessoas ditas por tradicionais. Seriam essas pessoas infelizes, por ter de seguir os “bons costumes” impostos por uma maioria que não as representa? 

Ao ler a filosofia de Kant, podemos notar seu esforço para mostrar vários fundamentos, que devem reger a ação moral. Para ele só poderíamos melhor entender a felicidade, após desenvolver argumentos acerca da moral, sendo que esta não pode ser de maneira alguma representada a partir do mundo sensível, pois para Kant a natureza humana é altamente influenciada pela sensibilidade.  Observamos assim, que para Kant a moralidade e felicidade estão amplamente, ou totalmente conectadas, sendo a felicidade consequência da moralidade. 

Percebemos assim que, tanto Kant quanto o meio na qual estamos incluídos conectam o termo moralidade e felicidade, sendo um responsável pelo o outro. Porém, apesar de ambos concordarem quanto essa conexão entre os termos, eles se divergem, pois enquanto um está ligado ao tradicionalismo imposto por uma sociedade que historicamente e culturalmente acumulou conhecimentos acerca de sua moral, tendo então baseado sua moral em um mundo sensível, o outro afirma que a moral de forma alguma pode ser representada desta forma, pois não confia na sensibilidade humana.  

Joyce Micaelli da Costa Silva

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