Resenha - A universidade no século XXI
Por: Elias Dos Anjos • 16/11/2016 • Resenha • 933 Palavras (4 Páginas) • 5.703 Visualizações
RESENHA CRITICA
SANTOS, Boaventura De Sousa; FILHO, Naomar De Almeida. A universidade no século xxi: para uma universidade nova. COIMBRA: [s.n.], 2008.
- Nota sobre os autores:
- Boaventura de Sousa Santos é professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, Director do Centro de Estudos Sociais e do Centro de Documentação 25 de Abril, Distinguished Legal Scholar da Universidade de Wisconsin-Madison e Global Legal Scholar da Universidade de Warwick.
- Naomar de Almeida Filho é Reitor da Universidade Federal da Bahia. Professor Titular de Epidemiologia do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA; Professor Visitante nas seguintes instituições: Universidade da Carolina do Norte, Universidade da California em Berkeley, Universidade de Montréal, Universidade Harvard.
- Resumo da obra:
No livro o autor faz uma analise sobre as transformações recentes no sistema de ensino superior e o impacto destas mudanças na Universidade pública; nos mostra como se dá uma reforma democrática e emancipatória da universidade pública; define o que é conhecimento universitário e critica seu atual modelo; relaciona o projeto de país com o de universidade, propõe soluções para o atual problema através de uma reforma universitária para o século XXI e a criação de uma nova instituição; e ao longo do texto fala sobre as transformações ocorridas na década de 90 na universidade pública.
Sempre houve negligência no Brasil quando o tocante é a educação. De acordo com a Constituição Federal a educação é um direito social e é formalmente responsabilidade do Estado, mas tem sido muito difícil o acesso a educação e a permanência. Então, se faz necessário que algumas atitudes sejam tomadas para universalizar os direitos de todos ao acesso e permanência à educação, E ultimamente podemos observar a crescente substituição de bolsas por financiamentos tornado os estudantes mais consumidores. Segundo o autor todas as instituições atravessam por vários desafios, crises, transtornos (pag.83) que podem ser superadas e nas universidades não poderia ser diferente. O autor nos mostra que há três tipos de crises em que as universidades estão passando e há uma analise do quadro critico das universidades:
- Crise de hegemonia (perde o poder): onde o papel universitário é hoje em dia de apenas formar mão de obra qualificada para o mercado de trabalho e não formadora intelectual e nascem outros centros de formação;
- Crise de legitimidade: universidade publica não acolhe a todos. O papel universitário é de apenas uma fabrica de diplomas, esta havendo cada vez mais uma hierarquização do saber e a desvalorização do diploma universitário, mudança do perfil universitário deixa de ser aluno e passa a ser cliente;
- Crise institucional: há perda da autonomia universitária publica pelos cortes de verba e descapitalização das universidades.
Segundo o autor considera o neoliberalismo como o pivô da perda de prioridade, pois a procura de Mao de obra rápida fez com que o governo investisse em cursos técnicos profissionalizantes e deixasse de investir na universidade publica.
O autor diz que o neoliberalismo trouxe a idéia de que a universidade pública é irreformável e que a universidade privada tomou o seu lugar (pag. 54). No passo em que a privada se adptou ao mercado e que por isso ascendeu e publica entrou em declínio. Pois as empresas ‘injetam’ verbas na universidade privada tornando-as empresas e por isso havendo um favorecimento e desfavorecendo a universidade publica.
Transnacionalização: empresas multinacionais investem em outros países, oferecendo cursos em outros países em processos virtuais, por exemplo.
O autor nos aponta quais são os ‘protagonistas’ que poderão buscar uma solução eficaz para a crise que a educação pública vive:
- Primeira protagonista: A própria universidade pública, providas de alternativas realistas de mudanças;
- Segundo protagonista: Estado Nacional, quando este optar politicamente pela globalização solidária da universidade;
- Terceiro protagonista: Cidadãos individualmente ou coletivamente organizados, que tenham interesse em estabelecer relações de cooperação entre as universidades públicas e os interesses sociais que a representam.
Propostas de reformas para melhorar a universidade:
- Atendimento das demandas sociais pela democratização radical da universidade
- Deve-se refletir o projeto de pais
- Envolvimento com as questões sociais
- Enfrentar o novo com o novo
- Luta pela definição da universidade
Legitimidade:
- Ensino, pesquisa e extensão devem definir o que é uma universidade;
- Acesso: atualmente muito focada somente através de vestibulares;
- Promover parceria com escolas públicas;
- Criação de mais medidas afirmativas;
- Extensão: participação ativa na construção da coesão social, ou seja, de fora para dentro da universidade;
- Luta contra a exclusão social
- Degradação ambiental
- Defesa da diversidade cultural
- Bolsas para que se estude realmente de graça.
Pluriuniversidade: integrar os saberes vindos da experiência que estão fora da universidade com os outros conhecimentos e inseri-los dentro da universidade
As propostas só fariam sentido de acordo com o auto se fossem respeitadas certas permissões éticas para tornar possível a estabilidade e a qualidade. Avaliação participativa da universidade publica: envolve diversas áreas do ensino superior integração transnacional (ensino, pesquisa e extensão) e serviços de docência e administração.
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