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Resenha Crítica Filadelfia

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Por:   •  5/3/2014  •  666 Palavras (3 Páginas)  •  454 Visualizações

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Um dos maiores males da humanidade é o preconceito, isso todo mundo sabe. Desde épocas imemoráveis, existe a discriminação, aquela história de recusar o outro por qualquer motivo que seja. Negros, homossexuais e índios são as maiores vítimas, pelo menos aqui no Brasil. Mas, como todos nós sabemos, não é um problema exclusivamente nosso. De vez em quando podemos ligar a tevê e dar de cara com notícias de espancamentos de gays, perseguição a pessoas de cor… nenhum lugar do mundo está livre disso. Muito menos no Estados Unidos, onde o conservadorismo é gritante em todo canto, sejam democratas ou republicanos. Recentemente se descobriu que um senador americano, que votava contra os direitos da minoria homo, na verdade escondia o seu lado “colorido” de viver. Nesse mesmo país, é perfeitamente possível um advogado, negro, bem sucedido, ter medo de apertar a mão de um colega de profissão, branco; mas não por diferenças ideológicas ou raciais, mas sim pelo fato do outro ser aidético. Pois aqueles que são vítimas do HIV sofrem, além das dores físicas, a dor moral que esse tipo de situação causa. Pois esta situação que eu acabei de escrever é uma das cenas de “Filadélfia”, um dos melhores filmes de 1993 e hoje um clássico.O advogado Andrew Becker – interpretado de maneira brilhante por Tom Hacks, merecidamente vencedor do Oscar de Melhor Ator daquele ano – tinha tudo o que queria: a promoção no emprego, muitos amigos, uma casa bonita, enfim: o estereótipo do americano que venceu na vida. Mas seu mundo começa a ruir com a descoberta da aids em seu sangue, e consequentemente, com a revelação de sua homossexualidade. Ele, antes um defensor brilhante, agora precisa contar com a ajuda de outro profissional, para processar a firma que o demitiu por justa causa apenas pelo fato de estar doente, o que ele interpretou como preconceito. Tudo isso filmado com extrema competência por Jonathan Demme, realizador de clássicos instantâneos como “O Silêncio dos Inocentes” e “O Casamento de Rachel”.  Só que o mais interessante é acompanhar o homem que Beckett procurou para defender a sua causa, Joe Miller, feito por Denzel Washington em sua melhor forma. Miller, um sujeito carismático mas excessivamente medroso (em relação a aids) e homofóbico, acaba sendo obrigado a rever todos os seus conceitos, por acreditar que a causa é justa. Ele tem o mesmo pensamento que aquele lamentável personagem que participa do Big Brother Brasil atualmente, que acha que héteros não pegam essa doença – prova maior da ignorância e desinformação sobre tudo que ronda o que se convém chamar de mal do século.Do ponto de vista narrativo, “Filadélfia” é um primor, por saber envolver o público na história e fazer com que quem assiste se importe de verdade com a sorte dos dois protagonistas. E é muito feliz em mostrar, com realismo chocante, a realidade de um portador do vírus HIV, o que inclui as suas relações familiares e entre a sociedade em geral. Os olhares lotados de medo dirigidos ao personagem de Hanks, captados de frente pela câmera inquisidora do diretor Demme, não deixam dúvidas de que, pelo seu estado, o consideram um monstro, e ele sente o baque. E nós sentimos junto, e acompanhamos sua degradação física e mental como se ele estivesse aqui, ao nosso lado, agonizando e consciente de que seu tempo está se esgotando (aliás, é outro triunfo de Tom Hanks, que se transforma

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