Resenha do filme "Germinal"
Por: Eduarda C Ferreira • 14/8/2018 • Resenha • 767 Palavras (4 Páginas) • 382 Visualizações
O filme “Germinal” nos mostra o modelo de trabalho precário utilizado no século XIX, a longa nos proporciona uma diferente visão da situação da época onde todos os familiares, incluindo crianças e idosos tinham que trabalhar para ajudar no sustento da família, trazendo todo dinheiro que conseguissem para comprar alimento, sendo a carne algo visto como luxo.
No início do filme algo que nos chama muito a atenção é um funcionário, apelidado de “Boa morte”, que ao conversar com um rapaz que estava a procura de trabalho, começa a soltar carvão pela boca mostrando o quão arriscado e inseguro eram as atividades e vivendo sob exploração constante, muitos dos mineiros se fazem ignorante a situação e isso fica claro quando Boa morte brinca acerca de sua intoxicação afirmando servir para aquecê-lo.
Qualquer problema que poderia ocorrer na mina deveria ser pago pelos funcionários, que já não recebiam quase nada e ainda acabavam pagando impostos em cima de algo que muitas vezes não dependia exclusivamente deles, o que mais importava era o capital e os trabalhadores eram considerados descartáveis.
Depois de aguentarem tanto tempo trabalhando nessas condições os trabalhadores resolvem que está na hora de serem mais reconhecidos pelo que fazem e menos injustiçados, o estopim quando anunciam uma diminuição do salário, então se estabelece uma greve na mina Voreux, porém como somente essa mina havia feito a paralisação os patrões resolveram não aceitar as reivindicações, pois foi então que os operários marcham até as minas em funcionamento para impedir que os mineiros trabalhem para posteriormente começarem a destruí-las. Aqueles que eram contrários a greve eram taxados como traidores, sendo perseguidos e espancados.
Com o desenrolar da greve, notamos que os nervos dos grevistas estão a flor da pele, a marcha para a cidade de Mirou retrata bem esse momento, quando o dono de uma mercearia negou-se a vender fiado no início da greve para mães de famílias, mais tarde quando os grevistas invadem Mirou, o comerciante acaba por morrer em sua fuga, não foi preciso um segundo de sua morte para que arrancassem suas roupas, cortassem fora suas partes íntimas e fizesse disso um recado para todos aqueles que fossem contra a greve.
No lado oposto aos trabalhadores temos a burguesia francesa, que na frente da delegação dos mineiros se fazem vítimas da Companhia, no entanto, planejam jantares e casamentos a custa do trabalho escravo. A greve era apenas um pequeno empecilho em sua vida cotidiana, podendo substituir facilmente os grevistas por trabalhadores belgas. A burguesia não cederia, tanto que após a destruição de ferramentas e máquinas ocorreu a reparação imediata de tais bens materiais assim como a convocação das forças armadas para proteção das minas.
O desespero muda o homem, a greve se estende por mais de 2 meses e não há indício de um fim, a fome e a miséria são grandes, as pessoas adoecem e morrem. Etienne Lantier foi a “cabeça” da greve, mas após tantas perdas e sem resultados já não acredita que continuar a greve trará justiça. Quando enfim decide retornar ao trabalho, a mina sofre um atentado, matando mais algumas dezenas de pessoas soterradas.
Com o fim da greve, muitas famílias tiveram perdas e com isso qualquer pessoa apta ao trabalho deveria correr atrás do prejuízo. A cena final do filme é bem interessante, pois é muito parecida com a primeira cena, Etienne está de malas prontas, indo atrás de um novo emprego enquanto a mina está funcionando a pleno vapor, como se nunca tivesse havido uma greve.
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