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Resenha “extensão ou comunicação?” de Paulo Freire

Por:   •  6/9/2016  •  Resenha  •  391 Palavras (2 Páginas)  •  1.415 Visualizações

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Resenha “extensão ou comunicação?” de Paulo Freire.

O livro “Extensão ou Comunicação?”, escrito por Paulo Freire em 1979, traça um paralelo entre a relação do agrônomo com o camponês e a relação do professor com o aluno. A problemática da extensão gira em torno da ideia equivocada de posse absoluta do conhecimento, sem que haja troca, em formato hierárquico. 

A falta de diálogo na situação exposta pelo autor, na qual havia o sentimento de superioridade por parte do suposto detentor de conhecimento, pode ser observada no embate claro entre a técnica e a prática, que acompanha a dicotomia agrônomo e camponês. O diálogo se perde em meio ao ego construído sobre a égide do desenvolvimento. As relações humanas não deveriam ser absolutistas, já que não há pensamento isolado. Todos estamos suscetíveis a influências externas, então o que se dá é, de fato, extensão?    

Segundo Freire, a extensão surge como a substituição de uma forma de conhecimento por outra. Outra definição, ainda em caráter gnosiológico, trata-se da pura ação de estender, onde o conteúdo estendido se torna estático. Os modelos aparecem em dicotomias excludentes, nas quais não é possível uma simbiose de conhecimento, mas, por exemplo, a predominância da técnica sobre a prática. A ausência da criticidade autêntica, capaz de conscientizar os seres sociais a serem sujeitos de transformação do mundo, causa a fragilidade presente nas relações de saber. Conhecimento não se refere apenas ao que está escrito nos livros didáticos, mas em tudo que se estabelece nas relações homem – homem e homem – mundo.

A extensão é posta como mera transmissão de mensagem aceita sem barreiras. Voltando aos estudos de base, parece algo muito semelhante à famosa teoria hipodérmica - ou também conhecida como teoria da bala mágica -, na qual a informação é absorvida em caráter totalitário, sem reflexão ou contraponto de ideias. Então, o correto seria trabalhar com o termo comunicação? O termo comunicação talvez caiba melhor no conceito de troca de saberes entre os interlocutores.

Nenhum meio ou pessoa física possui o poder de dar voz a alguém, mas de potencializar a voz que já existe. A formação do sujeito crítico é princípio básico para que uma ação seja considerada de caráter educativo. É necessário abrir mão da definição assistencialista de extensão e trabalhar a partir do diálogo, dando margem para o verdadeiro espírito libertador do conhecer.

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