Sócrates e os Sofistas
Seminário: Sócrates e os Sofistas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: zilima • 29/9/2013 • Seminário • 838 Palavras (4 Páginas) • 381 Visualizações
Sócrates e os Sofistas
Em Atenas, Sócrates não era o único a filosofar. A cidade, com o seu esplendor cultural e regime democrático, atraía a si estrangeiros que se davam pelo nome de sofistas.
A palavra sofista (em grego sophistes) deriva de sophia «sabedoria», e designa todo o homem que possui conhecimentos consideráveis em qualquer ramo do saber, nomeadamente gramática, astronomia, geometria, música, entre outras. O sofista era alguém a que hoje chamaríamos de sábio. Ensinavam tudo o que se podia ensinar, "tinham a pretensão de formar homens completos, habituados a todas as subtilezas do pensamento reflectido, hábeis em manejar a palavra, corajosos e fortes na acção, dignos de todos os triunfos, de todas as felicidades". Landormy (1985:13).
Como, nesta altura, os jovens atenienses estavam ávidos de novidades, rapidamente os sofistas se viram rodeados de rapazes desejosos de encontrar o segredo do domínio das multidões.
Os sofistas recebiam pelos ensinamentos que ministravam, o que era alvo da censura dos atenienses. Também Sócrates achava "vergonhoso vender o saber, dizendo que o comércio da sabedoria não merecia menos ser chamado prostituição que o tráfego da beleza" (Bonnard, 1980:438). Sócrates comparava os sofistas aos mercadores, que elogiam os produtos que vendem mesmo sem saberem se são bons ou não. Mas, não será que, como os mercadores que elogiam os seus produtos, também os sofistas seriam inevitavelmente tentados a acomodar a sua mercadoria ao gosto dos compradores? Ao receberem pelos ensinamentos ministrados, os sofistas forçaram o reconhecimento do carácter profissional do trabalho de professor. Essa é uma dívida que a institucionalização da escola tem para com eles.
No entanto, ao serem pagos directamente pelos alunos, ficavam em condições de fazer uma selecção entre os candidatos. Em geral, preferiam os filhos de famílias mais abastadas. A analogia com o carácter selectivo da escola dos nossos dias é aqui tristemente visível.
Ao contrário dos sofistas, Sócrates não recebia pagamento pelo que ensinava. Dispensava gratuitamente o seu saber a quem dele necessitava. Contudo, foi considerado por muitos como sofista porque aparentemente exercia o mesmo ofício. Como eles, instruía a juventude, discutia em público política e moral, religião e por vezes arte e, como eles, criticava com vigor e subtileza as noções tradicionais nas diferentes matérias. Como diz Bonnard (1980: 439), ele era o "príncipe dos sofistas, o mais insidioso dos corruptores da juventude. O mais culpado também: os outros são estrangeiros, ele é cidadão" .
A sua motivação de ordem pedagógica distingue-se ainda da dos sofistas, na medida em que estes, praticavam um ensino desligado de preocupações de ordem ética. Como diz Landormy (1985:15), fingiam "adoptar as opiniões comuns, a moral das pessoas honestas, os preconceitos ou as superstições do povo" de modo a agradarem ao maior número de pessoas. O seu objectivo principal era agradar de forma a obterem os seus proveitos próprios, sem atenção aos valores essenciais. Daí o uso artificioso da oratória e da retórica como forma precisamente de, através da palavra, conseguir persuadir os cidadãos.
Pelo contrário, como diz
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