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TOMÁS DE AQUINO E SANTO AGOSTINHO

Por:   •  9/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  4.031 Palavras (17 Páginas)  •  643 Visualizações

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 1 INTRODUÇÃO


2 TOMÁS DE AQUINO

        Tomás de Aquino (Tommaso d’Aquino, em italiano) nasceu em Roccasecca, no Reino da Sicília, em 25 de janeiro de 1225. Pertencente à Ordem dos Pregadores da Itália, foi um frade italiano que, a partir da constituição de suas obras, exerceu grande influência nos pensamentos teológicos e filosóficos, imprescindivelmente na Escolástica, o que rendeu-lhe denominações como Doctor Angelicus, Doctor Communis e Doctor Universalis. Assim como era tradição da época, em que as pessoas eram conhecidas por seu local de origem ou propriedade adicionado ao seu nome, Aquino também se encaixa nesse contexto; este condado pertenceu à família de Tomás até 1137.

        A teologia natural – que busca comprovar a existência divina sem valer-se de fenômenos sobrenaturais, baseando-se em justificativas filosóficas – tem Tomás como o seu maior expoente, também criador do tomismo. O seu trabalho tornou-se reconhecido pela importância no pensamento ocidental e na constituição da filosofia moderna, construída por meio do prolongamento de suas concepções ou na refutação destas, em assuntos que variam da ética e metafísica, a lei natural e ciência política. Seu destaque se deveu também por divergir de outras correntes religiosas e aceitar e abstrair as propostas de Aristóteles, sendo que boa parte da elaboração tomista foi a conversão da percepção aristotélica e adequação da mesma à visão cristã. Pelos hinos eucarísticos compostos por Tomás, ele também ocupou um espaço importante na história filosófica cristã.

        Envolvido nas cortes nobres e feudais de sua época, Tomás de Aquino nasce no Castelo de Roccasecca, em 1225, no condado de Aquino, mantendo laços sanguíneos com a nobreza aristocrática das cortes siciliana, napolitana e aragonesa. A sua vida acadêmica se inicia com o estudo na própria Nápoles, onde ingressaria na Universidade de Montecassino e passaria a maior parte de sua juventude. O seu primeiro enfoque  foram as artes liberais, que, depois de concluídas, trazem para Tomás uma resolução que chocaria toda a sua família, receosa de suas preferências; toda a vida material é renegada por ele, que crê no estudo da ciência e da teologia como o seu objetivo. O seu primeiro mestre seria Alberto Magno, em Paris.

Tomás de Aquino acompanharia Alberto até Colônia, onde ele estudaria e seu mestre lecionaria, sobre o estudo geral da ordem dominicana. Em 1252, o Aquinate retornaria à sua atividade na França, permanecendo por ali como mestre por quase duas décadas, até que o Papa o requer em sua corte, em Roma; mas, no mesmo ano, está de volta ao antigo local. Três anos depois, regressa a Nápoles e ensina teologia; em um curto período, o papa Gregório X o solicita participação em um concílio, vindo esse ilustre personagem da filosofia a falecer em um mosteiro, durante a sua viagem até Roma, pouco tempo após seu quadragésimo nono aniversário. Suas últimas palavras foram “Eu te recebo, Resgate pela minha alma. Pelo teu amor estudei e me mantive vigilante, trabalhei, preguei e ensinei...”, após ser ungido em seus momentos finais, já no mosteiro de Fossanova, auxiliado pelos monges nessa estadia.

O conjunto de obras escrito pelo filósofo normalmente são classificados em quatro categorias principais, que são:

• Comentários: todo o assunto tecido acerca de temas como física, meta física, lógica, concepção aristotélica e da bíblia sagrada;

• Sumas;

• Questões;

• Opúsculos.

        A concepção tomista sobre a realidade filosófica é que a mesma funciona como uma dialética desenvolvida a partir de teorias que configurariam entre a sociedade e solucionaria as questões propostas e/ou resultantes da reflexão de nosso mundo. Em sua ideologia não vê uma divergência entre filosofia e teologia, mas uma coexistência mútua e distinta, ao passo que se analisa a última como produto de corpo não conhecido, misterioso e enigmático, e o primeiro, desenvolve-se por meio de um questionamento e de uma interpretação racional.

        

2.1 Filosofia

         O Aquinate em momento algum aceitou para si a denominação de filósofo, mesmo que o seu conjunto de obras, trabalhado nos mais diversos pontos filosóficos, o faça ser atribuído como tal; isso em decorrência do fato de que cria na origem pagã dos filósofos, sobre os quais dizia estarem sempre em um caminho equivocado na busca pela sabedoria, incapazes de adquiri-las senão pela fé cristã. Todavia, sua admiração pela filosofia aristotélica está explícita em suas obras, como na “Suma”. A atividade exercida por Tomás no campo filosófico e teológico alteraria para sempre o pensamento ocidental e revolucionaria as ideias que se subsequenciaram às suas.

        Aquino apresentava um grande apoio ao que hoje é conhecido como a ideia de dupla verdade. Segundo ele, uma proposta apresentada filosoficamente como verdade poderia não configurar uma verdade para a teologia, ao passo que uma verdade teológica poderia até mesmo ser contraposta pela ciência e pela filosofia, mas ainda assim seria uma verdade para a fé; essa concepção cria a possibilidade de uma ideia verdadeira dentro e fora da própria doutrina. Essa teoria é decorrente de ideias averroístas, na própria escolástica, originada do pensamento de Aristóteles de que nenhuma matéria poderia emergir do nada, refutando-a ou simplesmente convergindo na dissidência de comprovação dessa doutrina.

        A ética cristã do filósofo está baseada na construção das virtudes, que, segundo ele, podem possuir se constituir atos virtuosos per se (em seu próprio gênero) ou sob a perspectiva real das virtudes.

“[...] se falarmos de atos virtuosos considerados em si mesmos, ou seja, em suas próprias espécies, segue que nem todos os atos virtuosos são prescritos pela lei natural: pois muitas coisas são realizadas virtuosamente, mas cuja natureza não se inclinava para inicialmente; mas que, pelo inquérito da razão, foram percebidas pelos homens como condutivas ao bem estar”. (AQUINO, 1273, p. 94)

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