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Teoria Do Conhecimento

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Por:   •  26/2/2014  •  883 Palavras (4 Páginas)  •  292 Visualizações

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1 O problema do conhecimento

1.1 A concepção tradicional

do conhecimento

A forma mais geral por meio da qual podemos formular o problema

do conhecimento seria nos perguntarmos se nossas opiniões

(ou crenças) são verdadeiras e que bases teríamos para considerálas

assim. Resolver o problema do conhecimento, formulado nestes

termos, tem sido o objetivo das diversas teorias do conhecimento

desde a época dos pensadores modernos. Entre eles, destacam-se

Descartes e os racionalistas continentais europeus; Locke e outros

empiristas britânicos; e, especialmente, Kant, que é considerado o

filósofo moderno mais importante para a teoria do conhecimento

ou epistemologia, enquanto uma disciplina filosófica.

Este mesmo problema do conhecimento – que pressupõe a noção

geral de conhecimento como crença (ou opinião) verdadeira

e justificada – já aparece nos filósofos da antigüidade grega, em

especial, com Platão, em seu diálogo Teeteto. Os epistemólogos ou

teóricos do conhecimento até os dias de hoje fazem referência a tal

concepção, denominando-a concepção tradicional do conhecimento.

Entretanto, há uma diferença importante nas discussões sobre

o conhecimento humano nos filósofos modernos, como aqueles

que mencionamos no parágrafo anterior, em relação aos antigos.

Os termos ‘opinião’ e ‘crença’

serão utilizados como

sinônimos e não possuem

nenhuma conotação religiosa,

como poderia sugerir a

palavra ‘crença’. Estamos nos

referindo as nossas opiniões,

ou concepções, ou idéias

sobre as coisas em geral. É

preciso prestar atenção ao uso

técnico das aspas acima e no

restante deste livro. Utilizamos

aspas simples para mencionar

uma palavra e não para usá-la

para nomear um objeto. As

aspas duplas são utilizadas

para assinalar citações e

proferimentos.

16 ◆ Teoria do Conhecimento

Os pensadores da antigüidade, como o próprio Platão e também

Aristóteles, para citarmos os mais eminentes, tratavam o problema

do conhecimento juntamente com o problema da realidade,

ou seja, das coisas que há no mundo – o tema geral da metafísica

e, em particular, daquela sua parte denominada ontologia. No

próximo capítulo, vamos discutir mais detalhadamente a relação

entre conhecimento e realidade.

Ao contrário, os filósofos modernos, como Descartes, Locke e

Kant, entre outros, representam uma perspectiva inovadora na

história da filosofia por tomarem o problema do conhecimento

de forma relativamente independente das questões metafísicas.

Em outras palavras, para eles, podemos compreender o conhecimento

humano mesmo que não saibamos que coisas existem no

mundo e como elas são. As teorias do conhecimento apresentadas

por estes filósofos ilustram de que maneira podemos lidar com

o problema do conhecimento e propor soluções para ele mesmo

que continuem sem solução certos problemas metafísicos. Podemos

examinar o conhecimento humano, por exemplo, estudando

as relações entre nossas idéias, mesmo sem sabermos se elas correspondem

a coisas reais ou que existem no mundo a nossa volta.

De fato, tal independência das discussões epistemológicas seria

apenas relativa, ou limitada, uma vez que as teorias do conhecimento

apresentadas pelos diversos filósofos cujas idéias vamos examinar

sempre fazem pressuposições. Às vezes, tais pressuposições

dizem respeito à natureza dos eventos mentais. Se um indivíduo

possui uma opinião, e se ele a examina, procura para ela bases que

a justificariam, ou a comunica a outros indivíduos; em todos esses

momentos, tudo isso é acompanhado por acontecimentos mentais

ou psicológicos. A respeito da própria concepção tradicional

do conhecimento – crença verdadeira e justificada – podemos,

portanto, perguntar que noção de crença estaria ali envolvida. Em

outras palavras, podemos levantar o problema da natureza ou caráter

próprio da crença enquanto ou um acontecimento mental,

ou então uma entidade mental (ou psicológica).

Platão (428/7–348/7 a.C.)

Pelo termo ‘entidade’

estamos entendendo aqui

qualquer

...

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