Trabalho Filosofia
Por: Caio Moncaio • 22/9/2015 • Trabalho acadêmico • 1.173 Palavras (5 Páginas) • 322 Visualizações
- A partir das análises das condutas de Zeus e Agamémnone, discuta o ideal de liderança na Ilíada, articulando o poder e linguagem.
R: O idealista consegue pensar em várias coisas ao mesmo tempo e sabe se equilibrar perante a isso. Zeus além de ser poderoso, fundamenta seus argumentos e atitudes, possui controle total da situação (é personagem e roteirista). Além de honrar suas palavras é sábio e conselheiro, assim logo no início do canto 1 de A Selvagem Perdição erro e ruína na Íliada, Zeus ordena violentamente o ancião que lhe obedeceu rapidamente. Fala de Zeus para o ancião:
“Que eu não cruze mais contigo, ancião, junto às fundas naus,
nem se demorando agora, nem retornando depois;
teme que em nada te sirvam o cetro e a fita do deus.
Eu não a libertarei antes que a velhice a atinja,
lá em nossa casa, em Argos, distante de sua pátria,
a percorrer o tear e a visitar o meu leito.
Mas vai, não me irrites mais, para que sigas a salvo.”
Zeus, o deus supremo do Olimpo é imparcial e intervém apenas quando o herói ultrapassa os limites, pode ser visivelmente observado no verso em que ele ordena a deusa Tétis que busque o cadáver de Heitor, no canto 24 :
“Tu vieste até o Olimpo, deusa Tétis, mesmo aflita,
Com luto ilatente em seu espírito – eu próprio o sei.
Mas ainda assim direi por que te chamei aqui:
Há nove dias avulta disputa entre os imortais
Quando ao cadáver de Heitor e arrasa-pólis Aquiles,
E a furtar o corpo instavam o vigilante Argicida.
Eu, entretanto, atribuo este sinal a Aquiles,
Zelando por teu respeito e amizade no futuro:
-fala que os deuses se irritam com ele e que eu, mais que todos,
Os imortais, guardo cólera, pois com espírito louco
Retém Heitor junto às naus curvadas, não o entregou.
Vamos ver se teme mesmo a mim, e se entrega Heitor.
Enquanto isso mando Íris para o magnânimo Príamo,
Pra que ele resgate o caro filho indo às naus dos acaios,
E Leve a Aquiles dádivas que acalorem o seu ânimo.”
Já Agamémnone nem sempre é obedecido pelo seu exército, não se importa com as consequências de seus atos, tem visão míope (só enxerga o seu lado), diferentemente de Zeus, observa-se na seguinte passagem:
“Foge sim, se te impulsiona o ânimo; nem eu tão-pouco
Suplico que por mim fiques, ao meu lado ainda há outros,
Que a mim honrarão, e sobretudo o astucioso Zeus.
És pra mim o mais odioso dos divogênitos reis,
Pois sempre a discórdia é cara a ti, e as guerras e as lutas.
Se tu és muito mais forte, foi um deus que te deu isso.
Indo pra casa com tuas naus e com teus companheiros,
Tu nos mirmídones manda. Eu próprio pra i não ligo,
Nem me importa o teu rancor. E vou te ameaçar assim:
Como agora o puro Apolo apanha de mim Criseida
(a qual eu vou, com minha nau e com meus companheiros,
Entregar), devo levar Briseida de belo rosto,
Indo eu mesmo à tua cabana – teu prêmio, pra que bem saibas
Quão mais nobre sou que tu, e também outro abomine
Se dizer igual a mim e se equiparar de frente.”
Diante dessas observações, pode-se afirmar que o Zeus articula o poder e a linguagem através de orientação, advertência, avaliação social e sobre a sua sabedoria enquanto o Agamémnone exerce através da força e de suas conquistas heroicas.
- Compare a organização narrativa de Hamlet e Édipo Rei explicando como cada uma dessas peças produz seu efeito de unidade.
R: Na narrativa de Édipo Rei a trama acontece com a repetição de certa palavra “pés” que é a prova do destino do mesmo que foi encontrado por um pastor amarrado pelos pés:
“A esfinge, canto-enigma: o que estiver
Aos pés olhar; deixar velado e opaco.” (página 45)
O discurso acontece em um determinado espaço de tempo.
Já em Hamlet a trama acontece dentro do castelo do Rei, o tempo está fora do eixo, onde o Hamlet acha que o pai está a somente duas horas morto, mas na verdade Ofélia afirma que já se passaram dois meses:
“HAMLET: Oh, Deus, sou teu único farsante; quer dizer, autor de farsas. Que faria o homem, se não risse? Oh, olha só o ar fagueiro da senhora minha mãe. E meu pai morreu não tem nem duas horas.
OFÉLIA: O quê? duas vezes dois meses, meu senhor!”
Em Édipo Rei há presença do coro representando a coletividade desempenhando a função de narrar à peça, enquanto em Hamlet ele próprio faz a função de coro, comentando a ação daquilo que é importante:
“HAMLET: Ele envenena o rei no jardim pra usurpar o Estado. O nome dele é Gonzaga. A história ainda existe e está escrita num italiano impecável. Agora vocês vão ver como o assassino arrebata o amor da mulher de Gonzaga.”
- Discuta a função do coro em Édipo Rei relacionando-a com o recorte que a peça faz do protagonista.
R: O coro é um personagem (representação) coletivo, que em Édipo Rei é formado pelos anciões da cidade que junto com o personagem principal desenrola a trama mostrando para a plateia os feitos do Édipo. O coro exprime seus sentimentos, julgamentos, preocupações, questionando as ações do heroi criando a tensão necessária para que Édipo persiga e desvende o mistério sobre o oráculo que o envolve.
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