Universidade Federal de Goiás – Campus Samambaia
Por: Patrick Ferreira Afonso • 26/11/2018 • Resenha • 586 Palavras (3 Páginas) • 307 Visualizações
Universidade Federal de Goiás – Campus Samambaia
Comunicação Social – Publicidade e Propaganda
Alunos: Patrick Ferreira Afonso, José F. Barone, Sérgio Brito.
Meditações 1ª e 2ª de Descartes
Descartes começa sua primeira meditação afirmando que percebeu ter recebido opiniões falsas, que teriam sido utilizadas como base de muitos de seus princípios, devendo então começar tudo novamente, desta vez livre de opiniões.
Com a mente limpa, ele se empenha em destruir suas antigas opiniões, partindo das que funcionam como base para outras, rejeitando-as caso causem o menor tipo de dúvida.
Descartes elenca que aprendeu grande parte das coisas que acredita como verdadeiras por meio dos sentidos, porém, tais sentidos nos enganam, e não merecem nossa confiança.
Porém, apesar dos sentidos nos enganarem, existem certas coisas das quais não podemos duvidar, como por exemplo, de que o nosso corpo é realmente nosso, a não ser que nos comparemos com os loucos moradores de ruas, que em sua insanidade afirmam serem ricos, e estarem vestidos com boas roupas.
Contudo, em nossos sonhos, acabamos reproduzindo o que os loucos fazem acordados, e não conseguimos sentir diferença das ações desempenhadas em nossos sonhos para as executadas enquanto acordados, logo, como não conseguimos discernir sonhos de realidade, estaríamos sonhando agora? É algo que aproxima-se ao conceito do filme Matrix, onde os personagens vivem em uma realidade simulada, tendo corpos baseados em seus corpos reais, mas que não passam de uma ilusão.
Supondo que estejamos dormindo agora, que todas nossas ações são meras ilusões e que nosso corpo não é como vemos, temos que levar em consideração que tudo que existe em nossa ilusão é ao menos baseado em algo real, assim como os pintores se baseiam em animais reais para inventarem criaturas fantásticas, como sereias, usando também cores que existem.
Por mais que consideremos esses elementos como fictícios, existem outros ainda mais básicos que são verdadeiros, como os números, o tempo e etc., sendo que as disciplinas que tratam dessas coisas, como a Matemática e a Aritmética, por não se importarem com a existência de tais coisas na natureza, acabam sendo em grande parte indubitáveis.
Se há um Deus, o que impede que esse Deus tenha deixado de criar corpos físicos, terra, ar, e apenas nos faça ver as coisas diferentes do que elas realmente são? Indo além, o que impede que esse Deus faça com que nos enganemos até com as contas matemáticas mais simples, fazendo-nos crer que 1+1 resulta em 2, quando essa não é a verdade?
Caso não exista um Deus, e estejamos aqui por algum acaso, quanto menos poderoso seja esse nosso ‘autor’, mais imperfeitos nós seremos, e então estamos sujeitos a nos enganar mais, pois a enganação é uma imperfeição. Com isso, de todas as crenças tidas como verdadeiras, não há nenhuma da qual Descartes não possa duvidar.
É preciso que nos lembremos dessas considerações, pois as opiniões antigas insistem em voltar a mente.
Descartes então, afirma não existir um Deus, mas sim o Gênio Maligno empenhado em nos enganar a todo momento, sendo todas as coisas ilusões, sendo assim não possuímos corpo, nem sentidos, apenas a falsa ilusão de os ter. Com isso, devemos suspender nosso juízo, resistindo a tais falsidades e imposições do Gênio Maligno. O Gênio Maligno é representado no filme por meio das máquinas responsáveis pela Matrix, que mantém as pessoas sob controle, dentro das ilusões.
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