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A Aula-Roland Barthes; Resenha Critica

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Por:   •  19/3/2014  •  995 Palavras (4 Páginas)  •  6.856 Visualizações

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O Texto sobre o Livro "Aula de Roland Barthes é feito de sua palestra inaugural no famoso Collége de France. Ele fala de sua aula propriamente quando começa a discutir relações de poder dentro da sociedade. A partir deste ponto, imagina diversos membros do Colégio de França se arrependeram de terem aquiescido à indicação que Michel Foucault fizera para aquela posição. Idealizando o professor com a atividade de pesquisar e falar. “não de jugar, de escolher, de promover, de sujeitar-se a um saber dirigido...”(p.9).

O autor desmitifica o poder apenas com conotação política e ressalta seu caráter ideológico. Discorre que o poder e uma soma de fatores e não apenas um dualismo da questão proletária e burguesia. Podemos encontra formas variadas de poder nos menores espaços, até mesmo no ensino. "(...) o poder está presente não somente no Estado, nas classes, nos grupos, nas modas, opiniões, espetáculos, jogos (...) chamo discurso de poder todo discurso que gera ou produz o erro e por conseguinte, a culpabilidade daquele que o recebe."(p.11)

Barthes revela sua crítica ao poder, que não é somente direcionada à classe intelectual, dotada de credibilidade e que com isso poderia facilmente manipular os discursos. A preocupação do autor vai além, para Barthes é a linguagem ou a língua que aparece como fator de alienação. “A razão dessa resistência e dessa ubiquidade é que o poder é parasita de um organismo trans-social, ligado a história do homem, e não somente à sua história política, histórica.” (p.12) E através desse instrumento a língua torna-se em arma. “Assim, por sua própria estrutura a língua implica uma relação fatal de alienação”. (p.13).

Ainda considera a língua não é democrática. Nem reacionária, nem progressista. Para o autor a língua é fascista; "pois o fascismo não é impedir de dizer, é obrigar a dizer." (p.14)

Para o autor a compreensão da língua é feita de signos, que só existem na medida que são reconhecidos, muitas vezes se transformando em estereótipos. E é contra os estereótipos que Barthes irá se posicionar.

Nesse contexto o autor conclui que a única forma de se esquivar (trapacear e ser trapaceado)do poder da linguagem é através da literatura. Barthes esclarece que ao falar de literatura não está especificamente tratando de obras e sim da prática de escrever.

Afirma que o processo da criação deve ser feito com consciência e responsabilidade "As forças da liberdade que residem na literatura não dependem da pessoa civil, do engajamento político do escritor (...) mas do trabalho de deslocamento que ele exerce sobre a língua. O que mais importa é como se escreve.

Barthes fala sobre as "forças da literatura" e se apropria de três conceitos gregos: Mathesis, Mimesis, Semiosis.

A primeira força corresponde à força dos saberes, visto que todas as ciências estão presentes no monumento literário. Já a segunda força da literatura é sua força de representação. É, justamente, por querer representá-la que há uma história da literatura. Entretanto, o real pode ser apenas uma espécie de demonstração, e é por que há o real (pluridimensional) e a linguagem (unidimensional) que se produz a literatura. Na terceira força da literatura como se fosse um método de jogo. Teimar e deslocar-se instituindo no próprio ser uma linguagem submissa, com várias heteronímia. Nessa perspectiva, surge a semiologia objetivando estudar a linguagem trabalhada pelo poder.

A semiologia seria, desde então, aquele trabalho que recolhe o impuro da língua, o refugo da lingüística, a corrupção imediata da mensagem: nada menos do que os desejos, os temores, as caras, as intimidações, as aproximações, as ternuras, os protestos, as desculpas, as agressões, as músicas de que é feita a língua ativa. (p. 32)

O autor ver a literatura como mantenedora de muitos saberes: histórico, geográfico, social, técnico, antropológico etc. Para ele, todas as ciências estão contidas na literatura e está retrata a realidade. Mais à frente Barthes vai esclarecer que a retratação da realidade é na verdade sua representação. Se apropriando de conceitos

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