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A Diversidade Territorial e Globalização

Por:   •  29/3/2017  •  Resenha  •  1.370 Palavras (6 Páginas)  •  1.387 Visualizações

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GF 601 -   GEOGRAFIA REGIONAL

Profº. Dr. Vicente Eudes Lemos Alves

Bruna Cristina Gama Campagnuci                                                 RA: 135124


RESENHA    

HAESBAERT, Rogério. Região, diversidade territorial e globalização. IN: GEOGRAPLHIA, Revista da Pós-graduação em Geografia da UFF. Niterói/RJ, UFF,199.pp. 15-39.

Dividido em sete seções, o artigo de Rogério Haesbaert debruça-se sobre a questão da Geografia Regional em um contexto mundial de Globalização, discutindo as questões regionais na atualidade.  No primeiro capítulo “A pertinência da questão regional” o autor contextualiza, nós leitores, sobre como tratará da questão regional no decorrer do estudo, o qual se dará a partir de problematizações a cerca do processo de globalização que resulta em novas formas de manifestação territorial. Ainda neste primeiro capítulo Haesbaert levanta pontos sobre o papel da mídia na questão da “nova regionalização” e cita alguns autores a fim de embasar o inicio do que acreditamos ser a defesa de suas ideias. O autor ainda chama atenção, ao finalizar esta parte, para as “geografias regionais populares” (p.17), as quais segundo ele estão ligadas às singularidades do espaço geográfico e que também ganham atenção neste novo momento.

Em “Região: entre o velho e o novo”, Haesbaert decide retomar, de acordo com algumas linhas teóricas da geografia, as raízes da analise regional e do conceito de região. Para isso o autor apresenta ideias 3 grandes autores ( Vidal de La Blache, Carl Sauer e Richard Hartshorne) que colaboraram para a construção do conceito de região em geografia e levanta pontos fundamentais  em comum entre eles, sendo estes: - a importância da singularidade; - o estudo integrado ( ou síntese); - a continuidade espacial; - a estabilidade regional e – a relação entre a região e uma análise em meso-escala. Todas são minimamente explicadas e exemplificadas por Haesbaert. O autor ainda ressalta neste capitulo a importância do grau de abrangências deste conceito e  que  “ um dos problemas centrais levantados pela questão regional no âmbito acadêmico refere-se a busca da síntese entre múltiplas dimensões entre o espaço geográfico.” (p.19). Haesbaert ainda apresenta mais duas questões centrais da geografia regional ao longo do seu percurso, itens que ao meu ver requer sua mostra integralmente:

 “ - o estudo integrador ou “de síntese”, seja ele mais seletivo (quando seleciona um fato ou dimensão do espaço geográfico mais significativo para a definição desta integração regional), ou mais amplo. É verdade que todas as áreas/disciplinas realizam sínteses, mas ao geógrafo cabe uma síntese muito complexa e particular, por se concentrar no espaço enquanto condensação de múltiplas manifestações sociais.

- o estudo das especificidades, da “diferenciação de áreas” ou ainda, para utilizar um termo menos carregado de um legado empirista, da diversidade territorial; apesar de toda a uniformização promovida através da globalização capitalista, torna-se imprescindível discutir e encontrar formas de distinguir espaços/regiões, pois no nosso entendimento a diversidade territorial continua sendo um leitmotiv fundamental na construção da Geografia.” (p. 20).

No terceiro capítulo, Haesbaert procura discutir sobre a nova lógica da regionalização a partir da recriação da diversidade territorial. Dessa forma, o autor segue fazendo uma pequena sequência histórica da evolução da determinação do principal agente de produção da diversidade geográfica passando por princípios de alguns autores e correntes como deterministas/ambientalistas (diferenciação natural da superfície terrestre) e positivismo/funcionalismo (regiões menos estáticas, marcada pelo marxismo), chegando numa contemporaneidade com múltiplas interpretações para região e regionalização,  mas enfocando que nem todo espaço geográfico é uma região, mas "apenas aqueles que se referem a processos específicos como os movimentos regionalistas  e as identidades regionais... portanto, os processos responsáveis pela formação de região acabam interligando o político, o econômico e o cultural."(p. 20). Conclui-se, portanto, segundo o autor, que temos que utilizar na analise regional, duas conotações: a análise de elementos específicos e individuais e a análise integrada mais totalizante, dessa forma, deve-se ter uma visão integrada do espaço geográfico revelando sua combinação específica de elementos singulares e universais.

Dando sequência á ideia o autor discute, no capítulo seguinte “O des-igual e o diferente”,  como se dá a produção da diversidade e sua manifestação territorial hoje. A meu ver, o que o autor quis expressar nesta seção é que há duas vertentes que direcionam a diversidade territorial contemporânea, sendo uma a produção de particularidades – “do desigual... que vincula os espaços em distintas escalas” (p.24), e a outra a produção de singularidades – “do específico..., em geral mas não exclusivamente de base local e sem correlação obrigatória com realidades geográficas em outras escalas” (p.24), as quais estão ligadas à dois processos de desordem espacial ( a depreciação das desigualdades pelo capitalismo global seletivo e excludente e a reafirmação das diferenças por movimentos sociais embasados no resgate da identidade e resistência aos processos globais ), manifestando, dessa forma, manifestando um novo sentido das relações global-local, com uma visão mais geográfica dos processos de igualização e diferenciação.

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