A ELABORAÇÃO COLETIVA, COOPERATIVA E COLABORATIVA, DO JOGO DO SUPER TRUNFO NAS AULAS DE GEOGRAFIA, COM O AUXÍLIO DAS MÍDIAS DIGITAIS EM PERSPECTIVAS INTERDISCIPLINARES

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A ELABORAÇÃO COLETIVA E COLABORATIVA, DO JOGO DO SUPER TRUNFO NAS AULAS DE GEOGRAFIA, SOB A PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR

Emerson Roberto de Oliveira

Licenciado em Letras Espanhol e Geografia. UFPel e UFSM, Brasil, [e-mail] 

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1. INTRODUÇÃO

O biênio pandêmico 2020/2021, trouxe novos desafios aos professores. Uma vez que, as aulas remotas. assim como, para os grupos alternados de estudantes, precisaram ser reformuladas. Os grupos A e B se alternavam na escola, semana sim e semana não. Enquanto o grupo C, tinha somente as aulas remotas via aplicativo de WhatsApp.

A geração que está atualmente nas salas de aula, até mais familiarizada com as chamadas tecnologias digitais, do que as gerações anteriores e, até por isso, são chamados de nativos digitais.

Conforme PEREIRA (2014),

Os nativos digitais se relacionam [...] através das novas mídias e se deixam, sem recusa, surpreender com as inúmeras possibilidades que encontram nas novas tecnologias. Sem medo, navegam, clicam, copiam, colam, enviam, deletam. Eles constroem, administram sua identidade pessoal e social através de constantes mudanças. E essa identidade é construída a partir de suas características pessoais, de seus interesses sob a ótica digital (PEREIRA, 2014, p. 20).

Nessa perspectiva, o professor que não está habituado com as tecnologias digitais, precisará se atualizar, porque cada vez mais fica visível, o desinteresse por parte dos estudantes pelas aulas expositivas, que utilizam tão somente textos, livros didáticos ou mesmo a lousa, para atividades predeterminadas de cópia e responda.

Entretanto, de modo geral, a maioria das escolas das redes públicas da educação básica do país, não possuem laboratórios de informática, que atendam por completo as demandas da educação digital.

Em conformidade  com  as  Notas  Estatísticas  do  Censo  Escolar  de  2018,  no país, o acesso aos recursos tecnológicos como laboratório de informática e Internet banda larga, até então eram modestos. Tais dados mostram que nas escolas de ensino fundamental, somente 44,3% delas têm laboratório de  informática. Destas, apenas 69,6% possuem acesso à Internet e 57,6% com banda larga (BRASIL, 2018, p. 09).

De forma a ser um facilitador do ensino e da aprendizagem, a ludicidade é uma ferramenta importante, ainda mais quando os estudantes estão envolvidos na elaboração coletiva da mesma. Assim, a atividade de elaboração do jogo do “Super Trunfo”, foi realizada com três turmas de sétimos anos dos Anos Finais do Ensino Fundamental de uma EMEF da rede municipal de Parobé/RS, no ano letivo de 2022.

Na supracitada atividade, os estudantes elaboraram as cartelas do jogo do “Super Trunfo”, utilizando a Internet para pesquisar os dados a serem usados. Para tanto, pesquisaram os dados e índices de 216 países do mundo, entre os já reconhecidos pela comunidade internacional e alguns que ainda aspiram esta condição de reconhecimento. Os dados ou índices utilizados dos países foram os seguintes: nome, bandeira, capital, língua(s) oficial(ais), cooficial(ais), nacional, regional, ou ainda as que são reconhecidas no determinado país, área total, população, densidade demográfica, continente, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), Produto Interno Bruto (PIB), Produto Interno Bruto per Capita, (PIB per Capita), Taxa  de Natalidade, Taxa de Mortalidade e Taxa de Mortalidade Infantil (estes últimos três índices, são disponibilizados por 1000 pessoas da população total). Todos estes termos, foram trabalhados anteriormente com os estudantes.

Desta forma, através da metodologia que sustenta o Ensino por Investigação os estudantes dos grupos A e B, ou seja, os que se altenavam semana sim e semana não na escola, se engajaram na realização da proposta apresentada a eles pelo professor.

Para SÁ et al, 2007, citam as características do Ensino por Investigação,

A construção de um problema: A investigação consiste na apresentação de um problema. Assim, cabe ao professor a formulação de um problema que deva instigar e orientar o trabalho do aluno e do professor com o aluno. E a situação problematizadora apresentada pelo professor deve fazer sentido para o aluno e que este a reconhece como um problema, o que implica criar oportunidades para que explorem as ideias que têm, confrontem com novas ideias, duvidem, questionem e se engajem na busca de uma resposta para a situação proposta.

Valorizar o debate e a argumentação: Uma situação problematizadora leva os estudantes a terem uma variedade de pontos de vista sobre como resolvê-la, nesse sentido as atividades que se propuserem uma abordagem investigativa devem desencadear debates e discussões entre os estudantes.

Propiciar a obtenção e a avaliação de evidências: Tais atividades devem convidar os alunos a levantarem hipóteses sobre possíveis respostas ao problema proposto e, também, sobre possíveis procedimentos para se chegar a uma solução satisfatória. As atividades de investigação conduzem a resultados que precisam ser sustentados por evidências.

Aplicar e avaliar teorias científicas: As atividades investigativas criam situações onde os estudantes são levados a apropriação e aplicação do conhecimento científico na solução de problemas.

Permitir múltiplas interpretações: A diversidade de perspectivas e expectativas que podem ser mobilizadas em uma atividade de investigação permite múltiplas interpretações de um mesmo fenômeno e o processo de produção de consensos e negociação de sentidos e significados dá lugar a uma apropriação mais crítica e estruturada dos conhecimentos da ciência escolar (SÁ, et al., 2007 p. 09).

Explorando estas características citadas por SÁ et al 2007, a construção do problema foi a pergunta inicial que quantos países existem no planeta? Partindo para a valorização do debate e argumentação, fez se uma roda de conversa, onde cada estudante pode se manifestar e dizer quantos países existem e o porquê deste número?

Quanto ao propiciar a obtenção e a avaliação de evidências, o trabalho de pesquisa na Internet, alude a esse processo, uma vez que, tiveram como fontes, diversos organismos internacionais e com distintas posições quanto ao número de países existentes.