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ANALISE MULTITEMPORAL DA EVOLUÇÃO DAS ÁREAS OCUPADAS POR MANGUEZAIS NO BAIXO CURSO DO RIO BACANGA

Por:   •  11/4/2017  •  Projeto de pesquisa  •  3.436 Palavras (14 Páginas)  •  482 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO[pic 1]

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA

BRUNO CESAR DIAS SOARES

ANÁLISE MULTITEMPORAL DA EVOLUÇÃO DAS ÁREAS OCUPADAS POR MANGUEZAIS NO BAIXO CURSO DO RIO BACANGA

Linha de pesquisa: Dinâmica da Natureza e Conservação

São Luís-MA

2017


ANÁLISE MULTITEMPORAL  DA EVOLUÇÃO DAS ÁREAS OCUPADAS POR MANGUEZAL NO BAIXO CURSO DO RIO BACANGA

Linha de pesquisa: Dinâmica da Natureza e Conservação

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO        3

1.1 Apresentação do Objeto        3

1.2 Justificativa        5

2 OBJETIVOS        6

2.1 Objetivo Geral        6

2.2 Objetivos Específicos        6

3 METODOLOGIA        7

3.1 Procedimentos técnicos        7

3.2 Referencial Teórico        9

4 CRONOGRAMA        10

   REFERENCIAS        11

  1. 1 INTRODUÇÃO

A Bacia do Bacanga está localizada no Estado do Maranhão, município de São Luís, na porção noroeste da Ilha do Maranhão. Nascimento (2010) subdivide essa bacia em 5 áreas.  A área de estudo é a sub-bacia 4 da Classificação de Nascimento (2010), nos trechos do baixo e médio curso do rio Bacanga. É uma área de ocupação irregular, resultante do crescimento urbano desordenado observado em São Luís.

A cidade de São Luís teve seu crescimento marcado pela formação de ocupações irregulares. “A cidade cresceu sem planejamento urbano, ocasionando o declínio da qualidade ambiental, sendo a bacia hidrográfica do Bacanga um nítido exemplo de ocupação desordenada e sem planejamento”. (MARTINS, 2008, p. 24).

A expansão desordenada e a devastação da vegetação foram marcantes na cidade de São Luís - MA. Essa ocupação tem comprometido a vegetação das bacias hidrográficas, como bem coloca Macêdo e Feitosa (2011, p. 28), citando o Itaqui-Bacanga, área em que o bairro Vila Embratel se insere:

Relativamente ao Maranhão, evidencia-se a rica rede hidrográfica e muitas paisagens comprometidas devido à atuação do homem. Na Ilha do Maranhão, em função das características dos elementos da natureza e da pressão das atividades humanas, essa situação é bastante grave na quase totalidade das bacias hidrográficas. A área Itaqui-Bacanga constitui ambiente rural de pouco interesse até o final de 1960, devido às dificuldades de acesso. Nesse período foi definido o local de construção do Porto do Itaqui e da infraestrutura de acesso como a Barragem do Bacanga e o ramal da BR 135 até o entroncamento rodoviário do distrito de Pedrinhas. O acesso pela barragem motivou a construção dos primeiros prédios da UFMA, no campus do Bacanga, e acelerou especulação imobiliária na área Itaqui-Bacanga, modificando o cenário paisagístico rapidamente.

        

Portanto, a construção da barragem do Bacanga foi determinante para a ocupação do Itaqui-Bacanga. Daí foram se formando bairros como o Sá Viana, Anjo da Guarda e Vila Embratel. A partir disso que o desmatamento e a destruição da vegetação natural aconteceu.

Corroborando com essa ideia, Bezerra, Guerra e Fullen (2016, p.19) afirmam:

As bacias hidrográficas da Ilha do Maranhão encontram-se em acelerado processo de degradação ambiental, destacando-se aquelas localizadas em áreas fortemente urbanizadas, como as bacias do Anil e Bacanga que drenam áreas do município de São Luís.

A construção da barragem do Bacanga foi, portanto, determinante para formação da Universidade Federal do Maranhão e da ocupação do bairro Vila Embratel. Esse processo ainda ocorre, sendo os manguezais e as matas de galeria as principais formações degradadas por esse processo.

A região da Bacia do Bacanga é marcada pelo surgimento de bolsões de habitação subnormais nas margens dos corpos d'água, abrigando as populações mais carentes da cidade. Tais áreas são marcadas por pobreza extrema, carência generalizada de serviços e condições insalubres. O processo de ocupação das margens dos mananciais também tem implicações ambientais negativas, causando a destruição acelerada das áreas de mangue e matas de galeria […]. (LOPES, 2016, p.183).

Na sub-bacia 4, bairro Vila Embratel, o manguezal é a principal formação natural devastada pela ocupação urbana. São várias atividades que degradam esse ecossistema-desmatamento, construção de casas, ruas e avenidas.

Durante o processo de urbanização da sub-bacia, uma série de aterros foi implantada. Esses aterros têm bloqueado a entrada de maré, com consequências diretas ao ecossistema de manguezal. “O aterramento pode provocar alterações no padrão de circulação das águas nos manguezais que, em última instância, provocam a sua perda” (RIO DE JANEIRO, 2001). Com isso, tem-se uma diminuição progressiva de salinidade, o que acarreta processos de sucessão ecológica em áreas que antes eram ocupadas por manguezais.

Por outro lado, a construção da barragem do Bacanga tem alterado o ciclo de marés e ampliado a área permanentemente inundada na bacia, o que condicionou a expansão de novas áreas de mangues no baixo curso do rio Bacanga. Além do mais, a condição geológica de baixo relevo da Ilha, em consonância com a atuação da alta amplitude de marés (BEZERRA, 2014; PEREIRA, 2006), são fatores naturais que propiciam a transgressão marinha nas planícies, o que favoreceu a expansão de novas áreas de manguezal.

Dessa forma, observa-se uma transformação paisagística em vários pontos da sub-bacia 4, bairro Vila Embratel. De um lado, o crescimento horizontal, que destrói os manguezais. Por outro lado, a formação de novas áreas de mangue em decorrência do aumento da salinidade advindo das inundações da barragem do Bacanga.

  1. 2 JUSTIFICATICA

Os manguezais desempenham diversas funções, importantes para a preservação e equilíbrio dos rios e mares. “Os manguezais protegem o litoral da erosão e das consequências de ventanias e tempestades, além de reter os sedimentos evitando, assim, o assoreamento das águas adjacentes”. (REBELO; MEDEIROS, 1988, p. 26).

Rebelo-Mochel (2011) coloca o manguezal maranhense associando-o à Amazônia Costeira. A autora aborda a importância ambiental dos manguezais para a qualidade do clima, e para diversas espécies de flora e fauna, inclusive de espécies migratórias:

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