AS ESCALAS E MÉTODOS EM ANÁLISE REGIONAL
Por: NiloRibeiro • 20/9/2022 • Dissertação • 723 Palavras (3 Páginas) • 102 Visualizações
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA – DG
DISCIPLINA: ESCALAS E MÉTODOS EM ANÁLISE REGIONAL
DISCENTE: NILO ALMEIDA RIBEIRO
DOCENTE: JÂNIO ROBERTO DINIZ DOS SANTOS
SMITH, Neil. Desenvolvimento desigual: a ideologia da natureza. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 1986.
- Considerando que a mercantilização da natureza, tem sido defendida como uma melhora favorável ao mercado de destruição ambiental é também amplamente entendido que seus efeitos não são totalmente positivos. Na medida em que o local de mitigação pode estar a quilômetros ou continentes distante do local de benefícios, esta mercadificação é mais provável para aprofundar o desenvolvimento desigual e intensificar a pobreza. O agricultor camponês costa-riquenho que recebe créditos de seqüestro de carbono para não cortar a floresta pode experimentar uma colheita de uma só vez, mas nenhuma melhoria permanente do padrão de vida da família, enquanto que a empresa poluidora estadunidense comprando créditos contribui não somente para continuar a poluição, mas para intensificar a acumulação de capital. Em paralelo, desigualdade intensificada ocorre quando reservas protegidas são entregues para ecoturismo, na medida em que os ricos do mundo, cuja riqueza tem como premissa o “desenvolvimento”, são capazes de consumir supostamente uma natureza primitiva enquanto que a natureza permanece primitiva, subdesenvolvida. Nem é claro que tais créditos mesmo trabalhem em termos ecológicos. Créditos da biodiversidade podem deixar vários habitat da Amazônia intacta, por exemplo, (ou talvez não), mas a pobreza intensificada de habitantes locais, frequentemente leva para significativa senão acelerada degradação ambiental de qualquer modo. Da mesma forma, enquanto que a restauração de zonas úmidas na América do Norte é regulamentada, não há nenhuma garantia relativa à qualidade ou mesmo o resultado em médio prazo dessa restauração, e certamente não há evidência de redução global de perda de zonas úmidas. Se alguém toma uma perspectiva geográfica ampla na mitigação de zonas úmidas, é tentador parafrasear a avaliação de Engels de “a questão da habitação”: a burguesia não tem solução para o problema ambiental, eles movem-na ao redor
- A natureza capitalista sempre foi mercantilizada no sentido de que os valores de uso naturalmente fornecidos, seja minério de ferro ou força de trabalho ou serviços como a capacidade de transporte, são arrancadas para o consumo produtivo e, por sua vez, alteram a forma da natureza: a terra é arrancada, o solo é colonizado, os trabalhadores são transformados pelo trabalho (fisicamente e mentalmente, para melhor ou pior), e a tecnologia de transporte encurta a distância temporal entre lugares espacialmente separados. A provisão social de sustento sempre envolveu certa produção da natureza. Em sociedades capitalistas, entretanto, a produção da natureza se transforma de uma realidade fragmentada e incidental a uma condição sistêmica da existência social, a partir de uma singularidade local numa ambição global. A noção de produção da natureza - literalmente a alteração da forma da natureza recebida (quer essa natureza tenha ou não sido previamente transformada pelo trabalho humano) - pode soar bastante quixotesca na medida em que a natureza parece ser o epítome do que não é e nem pode ser socialmente produzido. No entanto, a produção universal da natureza estava escrita no DNA da ambição capitalista desde o início; a globalização neoliberal é apenas a sua mais recente encarnação.
- O caráter geográfico repousa no entendimento de como o trabalho4 permite o desenvolvimento das forças produtivas e consequentemente uma apropriação maior da terra6 e da natureza. Desse modo o processo de trabalho permite que os homens se apropriem dos elementos naturais e objetivam os mesmos (transformação em objetos) humanizando a natureza e a si próprios. O território é nesse caso o âmbito da objetivação humana mediada pela relação de trabalho. A divisão do trabalho é marcadamente territorial (expressão espacial do metabolismo homem-natureza, homem-sociedade, homem-história) e incorpora a base natural da diferenciação no processo produtivo. Assim a fabricação de novos objetos produzidos pelo homem o leva a novas situações objetivas que requerem, assim, forças produtivas capazes de modificar a realidade existente. O território, assim, é o espaço usado pelos homens que incorporam a natureza ao processo de fabricação de meios de produção e subsistência abrindo novas necessidades e possibilidades de realização da existência através da práxis criadora. Por isso, Neil Smith mostra que numa economia mais desenvolvida, a apropriação das vantagens naturais deixa de ser acidental. Com efeito, as diferenças naturais são internalizadas como a base para uma diferenciação social sistemática do processo de trabalho.
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