Análise do Documentário: “Ao Sul da Fronteira - Oliver Stone (2009)”
Por: onlydadems • 4/3/2019 • Pesquisas Acadêmicas • 877 Palavras (4 Páginas) • 249 Visualizações
Texto de análise do documentário: “Ao Sul da Fronteira - Oliver Stone (2009)”
Partindo da perspectiva do diretor americano Oliver Stone, o mesmo aborda sobre a política da América Latina, abordando a chegada ao poder dos partidos de esquerda no continente explorando a imagem construída destas lideranças pela imprensa americana. Deste modo, a figura do Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, contém um papel central no documentário, tanto pela sua importância política, sua trajetória, suas investidas militares e políticas. Definido como a principal liderança de esquerda do continente, Chávez é apresentado nos braços do seu povo, existe um claro processo de humanização do presidente, além de um governante carismático e guerreiro. Pois segundo Stone, Hugo Chávez é um homem admirado pelas lideranças de todo o continente e principalmente pelo seu povo, o qual passou a compreender o seu importante papel na política. Antes aliviada das decisões sob o comando de Chávez, os venezuelanos encontraram um sentido para a luta, no documentário fica explícito a proximidade do povo com o seu comandante, onde o carisma, a força política e ações políticas que priorizavam as demandas do povo, fez de Hugo Chávez um alvo para a política americana, tendo a Venezuela com a maior reserva de petróleo do mundo, a eleição de um político com as características de Hugo Chávez, só poderia comprometer os ajustes políticos entre os grupos que dirigiam o país e os interesses americanos. Segundo o autor Eduardo Galeano, em sua obra “As veias abertas da América Latina (1971)” a busca pelo petróleo é responsável por vários conflitos mundiais na atualidade, é sem dúvida um dos bens mais cobiçados pelo mercado mundial, “o petróleo é a riqueza mais monopolizada em todo o sistema capitalista”, o poder gerado por esse recurso natural é capaz de influência nas decisões políticas de muitos países pelo globo, no caso da América. Neste caso, tendo os Estados Unidos como os principais importadores de petróleo no mundo, isso se deve a importância estratégica que o produto tem, visto que ganha cada vez mais importância na indústria química, e é o material estratégico para as atividades militares.
Além do presidente venezuelano, participaram do documentário outros presidentes, como Cristina Kirchner (Argentina), Evo Morales (Bolívia), Luis Inácio Lula da Silva (Brasil), Rafael Corrêa (Equador), Fernando Lugo (Paraguai) e Raúl Castro (Cuba), estes apresentam perspectivas bem próximas quando tratam das políticas americanas e de suas instituições, onde o próprio diretor do documentário, almeja construir uma só voz para o continente. No decorrer do documentário, estes presidentes apresentam suas insatisfações com as instituições internacionais e com as políticas empregadas pelos Estados Unidos para América Latina. Diante deste aspecto, de certo modo é perceptível um processo utilizado pela mídia americana para construir um inimigo, independente de quem seja, de onde ele estiver, uma mentira contada várias vezes, acaba se tornando uma “verdade”, para servir de justificativa que faltava para uma ação política, a destruição moral de um adversário e, em último caso, uma intervenção imediata. Se for o caso de uma ação mais resistente, a qual pode causar debates mais intensos, o argumento central será sempre em defesa da democracia, ou seja, na responsabilidade que o Estado Americano tem em defender a democracia pelo mundo. Partindo desta perspectiva, para Florestan Fernandes “Padrões de Dominação Externa na América Latina (1973)”, aborda que só duas alternativas seriam aceitáveis de um resultado satisfatório no desenvolvimento seguro dos países
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