Análise do manuscrito “Oporto” de Pedro Teixeira Albernaz
Por: José Pedro David • 15/11/2016 • Trabalho acadêmico • 2.160 Palavras (9 Páginas) • 544 Visualizações
Análise do manuscrito “Oporto” de Pedro Teixeira Albernaz
Parte integrante da obra “La Descripción de España y de las costas y puertos de sus reynos. Al muy católico y muy poderoso rey don Filipe IIII, Nuestro Señor” (1634)
José Pedro David – Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Docente: João Carlos Garcia
Unidade Curricular: Evolução da Cartografia
[pic 1]2015/2016
Índice
Introdução
Metodologia
Pedro Teixeira Albernaz
La Descripción de España y de las costas y puertos de sus reynos
El atlas del rey Planeta
“Oporto”
Contexto
Conteúdos gráficos
Conclusão
Bibliografia
Introdução
Com este trabalho académico procurei entender o notável esforço de Pedro Teixeira quando este foi enviado pelo Rei Filipe IV de Espanha para cartografar as costas e portos da Península Ibérica. O rigor posicional do mapa nacional é notável, ao revelar uma pequena margem de erro em relação à cartografia atual (Dias, 2006). O atlas tem 79 vistas do território Espanhol e 21 de Portugal, sendo o manuscrito titulado por “Oporto” que vou analisar. A foz do rio Douro é a representação que vai ser examinada e pretendo verificar as origens do autor e os motivos que o levaram à compilação deste atlas e perceber o porque de o rei pretender esta obra.
Metodologia
Este trabalho baseou-se na leitura de documentação relativa à cartográfica portuguesa do seculo XVII, em relatos de outros autores sobre a obra, notícias relevantes, tais como o descobrimento da obra que será referido em seguida, e por último a observação do mapa e a interpretação dos objetos presentes no mesmo através de técnicas apreendidas nas aulas da Unidade Curricular.
Pedro Teixeira Albernaz (ca. 1595-1662)
Cartógrafo e cosmógrafo português, Pedro Teixeira nasceu em Lisboa em uma família de altos funcionários e cartógrafos, tais como o seu pai Luís Teixeira[1] e irmão de João Teixeira Albernaz I[2].
Da sua atividade conhecem-se algumas obras.
- Cartografía de los descubrimientos realizados en los estrechos de Magalhães y de San Vicente, uma carta dos estreitos de Magalhães e de S. Vicente, publicada pela primeira vez em 1621.
- Descripción del Reyno de Portugal y de los Reynos de Castilla que parten por su frontera, realizado entre 1620 e 1630 como um cosmógrafo militar liderada por João Baptista Lavanha[3].
- Descripción de España y de las costas y puertos de sus reynos. Al muy católico y muy poderoso rey don Filipe IIII, Nuestro Señor; uma descrição manuscrita das costas e portos da Península Ibérica, concluída em 1634, mas só recentemente descoberta em Viena e republicada em 2002, em Espanha.
- Topographia de la Villa de Madrid, uma planta de Madrid de 1656, seis anos antes da sua morte; esta é talvez a sua obra mais conhecida e apreciada em Espanha.
Em 1622 começou o seu trabalho a mando do Rei D. Filipe IV de levantamento das costas da Península Ibérica tendo terminado em 1630. Este trabalho, impresso em Madrid em 1634 perdido durante vários séculos, foi descoberto em Viena e reeditado em 2002.
La Descripción de España y de las costas y puertos de sus reynos. Al muy católico y muy poderoso rey don Filipe IIII, Nuestro Señor (1634)
Este atlas, foi desenvolvido durante oito anos, é um manuscrito em pergaminho com as dimensões 35,2 x 44,4 cm, iluminado com as cores do tempera[4] brilhantes.
Descreve a costa espanhola e a costa portuguesa, isto porque era um momento em que as coroas destes países estavam unidas[5]. O atlas contem um total de 173 páginas, com 116 imagens coloridas de mapas de Espanha e do mundo, bem como crachás dos seus reinos, províncias e senhorios.
El atlas del rey Planeta: la descripción de España y de las costas y puertos de sus reinos (2002)
Uma republicação do atlas original que se julgava perdido durante vários anos, e que foi encontrado em Viena, no ano de 2000. Pelas mãos dos editores Felipe Pereda e Fernando Marias, foi reeditado pela Editorial Nerea e encontra-se atualmente na quarta edição. Tem um total de 400 páginas e as suas dimensões (31x24 cm) são inferiores às do primeiro atlas.
A edição espanhola do atlas de Teixeira inclui a reprodução do atlas original, 173 ilustrações a cores e 50 originais nos textos introdutórios de Pereda, Marias, Kagan, Agustín Hernando (professor de espanhol de Cartografia Histórica da Universidade de Barcelona) e Daniel Marias (licenciado em Geografia), no atlas, em que descrevem mapas e o poder no século XVII das figuras de Teixeira e Felipe IV.
“Oporto”
Contexto
O original é um manuscrito em pergaminho no ano de 1634. O principal objetivo de Teixeira era cria uma compilação de todo o litoral do Reino Espanhol e claro, do Português, que neste momento histórico era governado pela mesma pessoa, o Rei Filipe IV (Filipe III de Portugal).
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