CRUZ, Maria Clara da. O conceito de formação espacial
Por: Fabricio Rayran • 6/9/2019 • Resenha • 902 Palavras (4 Páginas) • 250 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA
FACULDADE DE GEOGRAFIA
JUSSARA SILVA DO NASCIMENTO
RESENHA DAS OBRAS: “O conceito de formação espacial: sua gênese e contribuição para a geografia” e “Diferenciação socioespacial”.
Professor Dr. José Antônio Herrera
Altamira/PA
2018
CRUZ, Maria Clara da. O conceito de formação espacial: sua gênese e contribuição para a geografia. GEOgrafia, Niterói, ano V, n.9, p. 67-83. 2003.
CARLOS, Ana Fani Alessandri. Diferenciação Socioespacial. In: Cidades, v. 4 n. 6, p. 45-60. 2007.
As obras aqui resenhadas buscam fazer uma análise quanto aos processos e elementos que constituem o espaço e sua dinâmica, além de destacar sobre a importância do estudo do espaço, que servirá como base para a compreensão do conceito de formação espacial e da diferenciação socioespacial.
A origem dos conceitos de espaço e formação espacial são baseados diretamente ao pensamento marxista, através do materialismo histórico e da dialética e ao pensamento estruturalista, onde ocorre uma relação entre o modo de produção e formação econômica social. A partir destas reflexões será proporcionada uma nova visão, a sócio – espacial.
Dentro do pensamento marxista, a concepção materialista e a dialética tornam-se algo crucial para o entendimento das atividades e relações materiais que resultam do processo de produção. Diante disto, a produção define-se como a unidade mediadora das relações sociais, uma vez que através dela chega-se a uma explicação teórica quanto as relações internas e externas da sociedade e seu desenvolvimento, tendo como instrumento de análise a história. Com isso o materialismo histórico surge como uma proposta de análise baseada nas condições reais da materialidade que em conjunto com a dialética interagem em um sistema dinâmico, através dos estágios e das produções humanas. A filosofia marxista dentro desta perspectiva estabelece uma distinção entre a base (infra-estrututa) e a ideologia (superestrutura), tendo a última como aquela que atua na manifestação das aparências das sociedades e assim as reproduz.
O conceito de modo de produção segundo a visão de Althuser da obra de Marx aparece como subsídio para a compreensão da estruturação, sendo utilizado para a explicação de todos os movimentos reais do mundo social. Nesta leitura Althusseriana destacam-se três níveis de compreensão, o econômico, o político e o ideológico, que constituem a base para a categoria de formação econômica e social, quem com sua aplicação na Geografia dará suporte para a elaboração do processo de formação espacial. Uma vez que a geografia tem se colocado como objetivo a explicação do espaço através das práticas dos homens. Neste sentido, entende-se a partir dos sistemas de relações econômicas (infraestrutura) determinam-se as condições do sistema político e ideológico (superestrutura).
A partir da vinculação e organização dos indivíduos humanos com o restante da natureza, tem-se como resultado o desenvolvimento de uma totalidade estruturada em diversas relações. A história destas relações constituem uma história de transformações acumulativas da natureza através do processo de trabalho, expressadas pelo sistema de relações sociais. Diante deste processo, originam-se um sistema de diferenciação de classes sociais, tendo o espaço como uma das dimensões representativas para estas diferenciações, gerando assim o chamado crescimento espacial esigual. A desigualdade é reflexo da existência de diferenças de uma sociedade de classe que distinguem seus membros a partir do lugar que ocupam tanto na produção, quanto na distribuição de riquezas.
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