Conflitos no Campo
Por: leandromelo1982 • 22/9/2015 • Trabalho acadêmico • 4.416 Palavras (18 Páginas) • 464 Visualizações
FACULDADE SUMARÉ
Unidade Belém
OS CONFLITOS NO CAMPO
Geografia Agrária
Orientadora: Dra. Yamila Goldfarb
Geografia, TURMA 4A, N1
Leandro Jacinto de Melo, RA 1311740
Viviane Souza Rodrigues RA 1311870
Layla Macauda RA1315533
Fábio Marques RA: RA 1312157
São Paulo
2014
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
HISTÓRICO DOS CONFLITOS POR TERRAS NO BRASIL
OS CONFLITOS LATIFUNDIÁRIOS NA AMAZÔNIA
MASSACRES TRISTES HISTÓRIAS DE LUTAS QUE SE REPETEM
ALGUMAS ESTATISTICAS SOBRE OS CONFLITOS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
BIBLIOGRÁFIA
INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é abordar os Conflitos no Campo, gerados pela má distribuição de terra em nosso País,com o intuito de facilitar a compreensão e de abordar suas conseqüências.Utilizamos como metodologia pesquisas as cartilhas anuais da CPT (Comissão Pastoral da Terra),links da Unesp – Dataluta e os documentários: Corumbiará, Eldorado dos Carajás e Terras do bem virá, enfatizando assim os massacres e as vítimas.
Foi regulamentada a Lei de Terras no Brasil, em 30 de janeiro de 1854, pelo decreto imperial nº 1318 sendo assim só poderia haver ocupações por meio de compra e venda ou autorização do rei, todos que ali estavam receberam o titulo de proprietário, com a condição de ter que residir e produzir na terra. As divisões por terra têm gerado conflitos no Brasil, conflitos fundiários que no decorrer da história tem adquirido diferentes contornos, como também diferentes interesses e muitos grupos envolvidos ( Movimento sindical rural, a Igreja, o CPT, ONGs, Estado, Organizações patronais rurais),e assim foi se redefinindo a trajetória política do MST, suas formas de organização, estratégias de ação,e posição das lutas pela terra.
A Comissão Pastoral da Terra (CPT) é um órgão de conferência nacional dos Bispos do Brasil, vinculado a comissão episcopal para o serviço de caridade, da justiça e da paz, nascido em 22 de junho de 1975, durante o encontro da Pastoral da Amazônia. Assim os primeiros a receber a atenção da CPT foram os posseiros da Amazônia, estendendo se sua ação para todo o Brasil.É também uma entidade de Direitos Humanos,uma pastoral de direitos dos trabalhadores e trabalhadores da terra.
O Dataluta (Banco de dados da luta pela terra) é um projeto de pesquisa criado em 1998, vinculado com o departamento de Geografia da Unesp, tornando se referência de pesquisas e estudos sobre a reforma agrária.
A rede Dataluta é uma grande fonte de dados de pesquisas e amplas possibilidades de analises, como do tipo espacial, escalar, temporal, periódica, comparativa, confrontativa e temática.
Compreendemos durante a pesquisa que precisamos de uma Reforma Agrária justa, com distribuição de terra e renda, e punição dos assassinos responsáveis por mortes de trabalhadores, porém isso só se realizará de fato, com a participação de toda a sociedade brasileira ou nunca deixará de existir esse tipo de violência e impunidade no Brasil.
HISTÓRICO DOS CONFLITOS POR TERRAS NO BRASIL
Os conflitos por terra no Brasil, não são uma marca exclusiva do século XX, há cerca de 500 anos a população indígenas experimentaram a fúria dos colonizadores, sendo o território brasileiro fruto desse processo, que engloba a conquista da terra e a destruição dos índios. Este conflito estendeu-se até nossos dias, uma vez que sendo a Amazônia é o último dos refúgios para os indígenas, a por parte da sociedade uma insistência para que suas reservas sejam rendidas a força do capital.
Paralelamente aos conflitos indígenas, ocorreram também os conflitos dos escravos com os senhores, estes se refugiavam em quilombos, onde encontravam paz e refúgio, palmares foi um destes quilombos exemplo de luta e resistência, milhares, entretanto morreram em razão desses conflitos. Felizmente pouco a pouco o Brasil vai reconhecendo os direitos do que restou da população quilombola.
Outros conflitos ou revoltas populares relacionados com a distribuição de terra que podemos destacar são Guerra de Canudos (1896-1897) no sertão da Bahia envolvendo o exercito milhares de camponeses, culminando com a morte de mais de 5000 pessoas, a Guerra do Contestado (1912-1916) no Paraná e Santa Catarina envolvendo os caboclos e o exercito, com saldo de mais de 3000 mortos, e a Guerra de Trombas e Formoso (1950-1960), ocorrida em Goiás, entre camponeses, operários e estudantes e os latifundiários aliados a polícia, juízes e advogados que buscavam meios de grilar as terras com vistas em sua valorização decorrente da construção da rodovia Belém-Brásilia, felizmente este embate terminou com vitória para os camponeses.
Nos anos 50 e 60 as ligas camponesas ganharam destaque nacional, em especial no nordeste, as ligas representavam um grande numero de trabalhadores tais como foreiros, meeiros, arrendatários, pequenos proprietários e outros que produziam para subsistência e comercializavam o excedente, todavia muitas lideranças acabaram sendo assassinados. Neste período surgiram a Confederação dos Trabalhadores da Agricultura (Contag), a Superintendência de Política Agrária (SUPRA) criada no governo João Goulart com o propósito de implementar a reforma agrária, O Movimento dos Agricultores Sem Terra (Master), entretanto o governo militar sufocou todos estes movimentos criando o Instituto Brasileiro da Reforma Agrária (IBRA), promulgando o estatuto da terra em 1964, contudo na prática a reforma agrária não ocorreu na prática.
A repressão militar em si mesma abrira as portas para a ação vuiolenta dos proprietários de terra, através de seus capatazes e pistoleiros, em centenas de pontos no país inteiro, na certeza de que eram impunes e, além disso, aliados da repressão na manutenção da oprdem [...] Nunca na história do Brasil o latifúndio foi tão poderoso no uso da vilência privada e nunca as forças armadas foram tão frágeis em relação a ele quanto durante o regime militar (MARTINS, 1999, p 83)
Em 1975 surgiu a Comissão Pastoral da Terra (CPT) muito importante para a reorganização das lutas camponesas,
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