Correntes Do Pensamento Geográfico
Dissertações: Correntes Do Pensamento Geográfico. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: wellingtondener • 15/10/2014 • 1.720 Palavras (7 Páginas) • 2.273 Visualizações
RESUMO
O presente trabalho visa explanar no que concerne às principais correntes do pensamento geográfico, quais sejam: o Determinismo Ambiental, onde o meio natural influencia o homem e que o meio natural seria uma entidade definidora da fisiologia e da psicologia humana; o Possibilismo geográfico, no qual o homem, mesmo sofrendo influência da natureza não é determinado por ela, mas o contrário: o homem determina o meio e o adéqua conforme suas necessidades; a geografia Pragmática (Nova Geografia, Geografia Teorética ou Quantitativa), baseada no neopositivismo, buscando explicações científicas e à formulação de leis utilizando, além da utilização da matemática e da lógica; e a geografia Crítca, fundamentada no materialismo histórico-dialético.
PALAVRAS-CHAVE: correntes do pensamento geográfico; história da geografia; principais autores e pensadores.
INTRODUÇÃO
Os estudos geográficos são desenvolvidos desde a antiguidade, todavia sua sistematização foi lenta e tardia, ocorrendo apenas no século XIX, inicialmente na Alemanha e França, tendo como precursores Alexandre Von Humboldt e Carl Ritter. Nesta corrente surgem as primeiras definições do que seria a Geografia e qual seria seu objeto de análise, já que no momento de sua sistematização não havia clareza quanto ao objeto de estudo, a Geografia era tida como a ciência “do tudo” ou a ciência “da superfície terrestre.
A partir destes autores, surgiram diversas correntes de pensamento geográfico, que visavam esclarecer, entre outras coisas, como se dão as relações entre o meio natural (natureza) e o homem (sociedade). Para tanto, no final do século XIX e ao longo do século XX, surgiram diversas correntes do pensamento geográfico, sendo as principais o Determinismo Ambiental de Friedrich Ratzel, o Possibilismo Geográfico de Paul Vidal de La Blache, a Geografia Pragmática e a Geografica Crítica.
DETERMINISMO GEOGRÁFICO
O determinismo ambiental foi o primeiro paradigma a caracterizar a geografia que emerge no final do século XIX, criado pelo alemão Friedrich Ratzel (1844-1904). As afirmações de Ratzel estavam fortemente ligadas ao momento histórico que vivia, durante a unificação da alemã. O expansionismo do Império Alemão, arquitetado pelo primeiro-ministro da Prússia Otto von Bismarck De acordo com esta teoria, as condições naturais influenciam os homens de forma que este seria determinado por aquela, ou seja, seriam as condições naturais que determinam a vida em sociedade, visto que o meio natural seria uma entidade definidora da fisiologia e da psicologia humana. Sendo assim, o fato de o homem ser visto a partir de um ponto de vista biológico (natural), ele estaria intimamente ligado as relações de causa e efeito que determinam as condições de vida no meio ambiente, pois o homem é governado por estímulos fornecidos pelo ambiente externo. Segundo o pensador, o homem, por sofrer ação do meio natural estaria em uma posição de agente passivo.
Ratzel, que foi fortemente influenciado pela teoria da evolução de Charles Darwin, entendia que a evolução se consistiria na luta entre as espécies para conquista de espaço, pois ele significaria poder e meio de existência, o que, também, é aplicável à humanidade. Desta forma, os indivíduos se organizariam dentro do espaço para que haja continuidade da vida. Daí surge o conceito de “espaço vital. Destarte, o expansionismo de uma determinada sociedade significaria progresso, ao ponto que a perda de seu território seria um retrocesso.
Contudo, muitos seguidores da escola deterministas distorceram a teoria de Ratzel, afirmando que em um meio natural mais hostil, por exigir maior organização social de seus habitantes para suportarem as condições contrárias impostas pela natureza, fariam destes mais desenvolvido. Concepção, esta, que fez parte dos ideais dos políticos e cientistas da Alemanha Nazista.
POSSIBILISMO
Em reação ao determinismo alemão, ao final do século XIX, surge na França uma nova corrente de pensamento chamada possibilismo, criada pelo francês Paul Vidal de La Blache. Período em que o desenvolvimento histórico francês no século XIX, a conjuntura da Terceira República e o conflito de interesses com a Alemanha serviram de suporte para a proliferação do Possibilismo Geográfico entre a intelectualidade francesa da época. Para dar embasamento e corpo a essa nova concepção, ele utilizou diversos conceitos e métodos do Positivismo Clássico. De acordo com o possibilismo, o homem, caso queira, pode modificar a natureza a seu favor, visto que a mesma é fonte de possibilidades, abolindo, assim, qualquer forma de determinação da natureza para com o homem. Apesar de admitir que o meio influencie o homem, o homem como ser racional tem condições de alterar o meio natural e adaptá-lo de acordo com suas necessidades. Ou seja, o ambiente natural é um mero fornecedor de possibilidades para a modificação humana, sendo que o homem – principal agente geográfico – a transforme para seu benefício.
Para La Blache, as regiões constituíam um meio vivo que proporcionaria o desenvolvimento das sociedades. Com a utilização dos recursos regionais naturais, a vida em sociedade constituiria, então, o que se denominou por gêneros de vida. O gênero da vida não é uma consequência inevitável das condições ambientais, mas um acervo de técnicas, hábitos e instituições que permitem a um grupo social utilizar os recursos naturais disponíveis. Tal conceito foi utilizado para legitimar o domínio dos asiáticos e africanos pelos franceses, se pautando na teoria que os povos colonizados pelos europeus acabaram sendo beneficiados culturalmente.
GEOGRAFIA TEORÉTICA (PRAGMÁTICA)
Após a segunda guerra mundial surge um novo paradigma da geografia, chamado de Geografia Pragmática, Teórico-Quantitativa ou Nova Geografia, tendo como um dos principais geógrafos desta corrente o alemão Walter Christaller e Willian Bonge, através de sua obra Theoretical Geography. Esta corrente surgiu na década de 1950 e gerou inúmeras transformações no modo metodológico na abordagem geográfica. Sua formação e consolidação pesam-se ao fato do momento histórico em que foi formulada: pós-segunda guerra mundial, sendo fortemente marcada pela situação sócio-econômica vivida pelo mundo. Baseada no positivismo lógico (neopositivismo), a geografia pragmática surgiu com a necessidade de exatidão, por meio de conceitos mais teóricos e alicerçados em uma explicação matemático-estatística. Este novo paradigma realiza uma crítica a geografia tradicional
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