Culturas De Inverno

Culturas de Inverno – Mucuna Preta – Implantação e Condução

Introdução

A mucuna preta (Stizolobium aterrimum) é originaria das Índias Ocidentais e adapta-se bem a climas tropicais e subtropicais (PUPO, 1979). É uma leguminosa anual de crescimento intermediário, habito rasteiro e ramos trepadores, vigorosos e bem desenvolvidos (WUTKE, 1993). Sua característica fisiológica faz com que ela se sobreponha rapidamente ao resto da vegetação. É uma espécie muito utilizada como adubação verde, onde a mesma apresenta fixação biológica de nitrogênio N e suprime algumas espécies de nematóide com ciclo anula superior a 150 dias. Possui ainda característica fisiológica vagem alargada, deiscente após a maturação, com 3 a 6 grãos de coloração preta com hilo branco (CARVALHO E AMÁBILR, 2006).

Segundo Carvalho et. Al. (1999), a espécie possui sementes com tegumento duro e impermeável, o que constitui problema, á medida que reduz a porcentagem e promove a não uniformidade de germinação (escalonada). Para Dias (2005), a dormência da emente é um importante estádio do ciclo das plantas, sendo caracterizadas pela ausência temporária da capacidade de germinação, permitindo que as espécies vegetais sobrevivam ás adversidades, principalmente aquelas que dificultam ou impeçam o crescimento vegetativo da planta.

Certa porcentagem das sementes de um lote de mucuna preta, mesmo sendo sadias e vigorosas, não germinarão após disponibilizados água, temperatura e aeração adequadas.

O ciclo do plantio ao pleno florescimento é de 140 a 180 dias. Plantios tardios antecipam o florescimento em algumas semanas. Controla bem o desenvolvimento de ervas daninhas e é má hospedeira de nematóides de galha, cisto e reniforme. Espécie muito rústica indicada para recuperação de solos degradados, é ótima para adubação verde e fixação de nitrogênio. Produz 40 a 50 t de massa verde/há, fixando de 170 a 210 kg de N/ha.

Número de sementes por metro linear

A semeadura pode ser realizada em linhas, no espaçamento de 0,50m, com quatro a oito sementes por metro linear (60 a 80 kg de sementes por metro/há). No plantio em covas, espaçá-las em 0,40m, colocando-se duas a três sementes por cova. No plantio a lanço utilizam-se em torno de 10 sementes/m2 com uma densidade 20% superior. Recomenda-se a escarificação das sementes com areia, para quebrar a dormência.

Adubação de plantio

As leguminosas naturalmente dispensam o uso de nitrogênio, o qual obtêm através da fixação simbiótica com bactérias dos gêneros Rhizobium e Bradyrhyzobium, embora algumas leguminosas utilizadas como cobertura vegetal ou adubo verde sejam pouco exigentes em nutrientes, o processo de fixação biológica do N é muito dependente P. Sendo assim a adubação fosfatada torna-se indispensável, na maioria dos casos, para um crescimento vigoroso das leguminosas. O uso da dose de 60 kg.ha-1 de P2O3, na forma de superfosfato simples, proporcionando resultados satisfatórios no desenvolvimento das leguminosas.

No que diz respeito ao potássio na forma de cloreto de potássio 60 kg há-1 de (K2O). A aplicação do adubo feita a lanço, com posterior