Educação Ambiental Nas Escolas

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS

Marlla Cristiane Oliveira Ferreira

Resumo

A crescente utilização do termo Educação Ambiental está vinculada a idéia de degradação ambiental causada pelo homem, que a partir da Revolução Industrial, vem utilizando seus recursos naturais excessivamente, criando uma crise ecológica. A Educação Ambiental surge como prática fundamental para contornar essa crise vivida pela sociedade. Assim surge a necessidade de se conceituar o termo Educação Ambiental e analisar como essa prática esta sendo desenvolvida nas instituições de ensino.

Palavras - chave: Educação Ambiental; Crise ecológica; Ensino formal.

Abstract

The growing use of the term Environmental Education is linked to the idea of environmental degradation caused by man, from the Industrial Revolution, has been using its natural resources excessively, creating an ecological crisis. Environmental education emerged as a fundamental practice to overcome this crisis in society. Thus arises the need to conceptualize the term environmental education and examine how this practice is being developed in educational institutions.

Key words: Environmental Education, Ecological crisis; formal education.

O presente artigo trás uma reflexão sobre o conceito de Educação Ambiental, sendo essa fundamental para o desenvolvimento de uma crítica ao modo de vida dessa sociedade consumista. A constante degradação dos recursos naturais levou a sociedade a uma crise ambiental, que não atinge somente o meio ambiente mais também enfatiza uma desigualdade social. Diante disso faz-se necessário compreender como a Educação Ambiental está sendo vivenciada nas instituições de ensino formal e como os educadores vem tratando desse assunto com seus educandos.

É perceptível como o termo Educação Ambiental (EA) vem sido utilizado em larga escala nos últimos tempos. Tal diversidade de sua utilização é vinculada a crescente disseminação da idéia de degradação ambiental causada pelo homem. A partir dos primórdios da Revolução Industrial, modificou-se a relação sociedade e natureza, pois o homem deixa de somente contemplá-la e passa a dominá-la tendo a como fonte infinita de recursos naturais. Com a utilização excessiva desses recursos, o discurso da infinitude gradativamente foi substituído pelo discurso da limitação e da carência desses recursos. Ao final dos anos sessenta e início dos anos setenta uma crise ecológica se acentuou sobre a sociedade, devido à crescente deterioração dos recursos naturais e poluição dos elementos naturais como: água, ar, extinção de espécies, contaminação do solo, destruição de saberes dos povos da floresta etc. Em sua origem a crise ecológica foi encarada como uma critica a relação homem-natureza, às formas de produção e principalmente ao consumo.

Em 1972, realizou-se em Estocolmo, Suécia uma conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente. Nessa conferência criou-se a Declaração de Estocolmo, que visava vários princípios para estabelecer meios de preservação do meio ambiente. O princípio 19 da Declaração de Estocolmo declara que a Educação Ambiental é essencial para ampliar as bases de uma opinião esclarecida e de uma conduta responsável por parte dos indivíduos. Diante do exposto é necessário elucidar o que é EA.

Segundo a Conferência Internacional de Tbilisi :

Educação Ambiental é um conjunto de ensinamentos teóricos e práticos visando à solução de problemas concretos do meio ambiente através de enfoques multidisciplinares e contando com a participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade (UNESCO, 1977).

De acordo com Santos (2001), EA é:

(...) o repasse de conhecimentos teóricos e práticos com uma abordagem multidisciplinar que busca mostrar a interdependência entre os diversos elementos que compõe o meio ambiente. Busca desenvolver a percepção holística e integradora e considera o próprio cenário próprio de cada país, região, comunidade ou lugar. Objetiva melhorias ambientais equilibradas com aspectos socioeconômicos, político, cultural histórico (SANTOS, 2001 pag. 55).

O mundo tem vivido um grande progresso tecnológico, a chamada Globalização, que causa grandes consequências para a vida do planeta, com a exaustão e a degradação dos recursos naturais. Estes deixam de ser apenas tema de movimentos ambientalistas e passam a ser prioridade aos atores socias, ou seja, a luta ecológica passa a ser uma luta pela vida. O modo de produção e vida capitalista tem causado a degradação das relações sociais, exaustão dos recursos naturais, fome e miséria no mundo. Esse padrão de desenvolvimento que visa o progresso e o crescimento econômico tem apresentado um quadro profundo de desigualdades sociais, econômicas e políticas, onde a maioria da população do planeta não tem suas necessidades básicas garantidas, como por exemplo, a educação.

Assim a EA, representa um instrumento fundamental para buscar meios que promovam a superação dos impactos negativos que tanto prejudicam o meio ambiente e assolam a sociedade como um todo.

Em 27 de abril de 1999, o governo brasileiro elaborou a Lei 9.795, reforçando a idéia de que a EA possibilita meios para a promoção de valores sociais. O Art. 1º dessa Lei diz que:

EA são processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores socias, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial a sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

Já o Art. 2º fala que:

A EA é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-fomal.

Nessa conjuntura, o Art. 9º da Lei 9.795 explicita que: “entende-se por educação ambiental, no ensino formal, a desenvolvida no âmbito dos currículos e atividades extracurriculares das instituições escolares públicas e privadas.” Estas englobam:

I - educação básica:

a) educação infantil;

b) ensino fundamental e

c) ensino médio;

II - educação superior;

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